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John C. Besley é professor de relações públicas na Michigan State University (Estados Unidos). Especialista em opinião pública sobre a ciência e a opinião dos cientistas sobre o público. Desde 2014, é responsável pelo capítulo de opinião pública sobre ciência e tecnologia dos Estados Unidos como representante do National Science Board (NSB). Este capítulo é parte do relatório realizado a cada dois anos com os indicadores nacionais daquele país referentes à ciência e tecnologia. Apresenta tanto dados originais coletados no país, como uma síntese de outras surveys nos Estados Unidos e em nível internacional. Este capítulo foi iniciado nos anos 1970 e se tornou uma síntese oficial da opinião pública sobre ciência nos Estados Unidos.

Carmelo Polino é cientista social na área da sociologia e estudos em ciência, tecnologia e sociedade. É pesquisador do Centro de Redes (Buenos Aires, Argentina) e professor do Departamento de Filosofia da Universidade de Oviedo (Espanha). Coordenou as pesquisas nacionais de percepção e atitudes públicas em relação à ciência e tecnologia na Argentina e vários estudos regionais sobre esses temas.

Ione Maria Mendes é mestranda do Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, UFRJ, Mast, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Fundação Cecierj), formada em ciências sociais (Unesp), com MBA em marketing (Ibmec/SP) e especialização em empreendedorismo e criação de novos negócios (FGV/SP). Atua em pesquisa de mercado e mídia, tendo realizado a coordenação, planejamento e desenvolvimento das cinco edições do Dossiê MTV Universo Jovem (1999, 2000, 2005, 2008 e 2010).

Yurij Castelfranchi é professor associado do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), diretor de Divulgação Científica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e docente do Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, UFRJ, Mast, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Fundação Cecierj). Membro do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia e bolsista de produtividade em pesquisa nível 2. É doutor em sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Possui graduação em física (Università degli Studi La Sapienza, Roma, Itália) e mestrado em comunicação da Ciência (International School for Advanced Studies, Sissa, Itália). 

Luisa Massarani coordena o Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia e o Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), criado em 2016 em parceria com UFRJ, Fundação Cecierj, Museu de Astronomia e Ciências Afins e Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Coordena, também, a rede Cyted Musa Iberoamericana: Red de Museos y Centros de Ciencia. É bolsista de produtividade 1C do CNPq e Cientista do Nosso Estado da Faperj. Foi contemplada com o Prêmio Mercosul de CT - Integração de 2014 (com equipe), o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica do CNPq e o Prêmio Jabuti.

Vanessa Fagundes é doutoranda em sociologia do conhecimento, da ciência e da tecnologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em divulgação científica e cultural pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Possui graduação em comunicação social/jornalismo pela UFMG (2002) e especialização em história da ciência pela mesma universidade (2003). É diretora de redação da revista Minas Faz Ciência e coordenadora do Programa de Comunicação Científica da Fapemig, coordenadora da Rede Mineira de Comunicação Científica (RMCC) e membro do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia.

Ildeu de Castro Moreira é doutor em física pela UFRJ, professor do Instituto de Física e de programa de pós-graduação em história das ciências, ensino de física e história da física, na UFRJ, e também professor de mestrado em divulgação científica (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, UFRJ, Mast, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Fundação Cecierj). Vice-coordenador do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, 2017-2019) e bolsista de produtividade 1C do CNPq. Recebeu, em 2014, a condecoração Menção Honrosa Rio Negro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Prêmio Mercosul de CT - Integração de 2014 (com equipe) e o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica do CNPq, em 2013. 

Herton Escobar é jornalista profissional, especializado na cobertura de ciência e meio ambiente. Durante quase 20 anos foi repórter do jornal O Estado de S. Paulo; hoje é repórter especial da Superintendência de Comunicação Social da USP. Apaixonado por ciência e conhecimento, ganhador do Prêmio José Reis de Divulgação Científica, do CNPq, e do Prêmio Nacional de Biodiversidade, do MMA.

Publicado em 04/06/2019.

A pesquisadora faleceu na quarta-feira, dia 29 de abril de 2015.



A Casa de Oswaldo Cruz lamenta profundamente o falecimento da pesquisadora Virgínia Torres Schall, na última quarta-feira, 29 de abril. O velório foi realizado na manhã do dia (30), em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Uma das artífices do Museu da Vida, Virgínia atuou de forma intensa na concepção e implementação deste espaço de cultura que integra ciência, saúde e sociedade. No Museu, contribuiu de forma decisiva para o projeto do Ciência em Cena, área dedicada a atividades teatrais que visam inspirar discussões sobre temas científicos, históricos e da atualidade.

Reconhecida por seus colegas de trabalho pela sua generosidade e sua habilidade para compartilhar conhecimentos e agregar pessoas, Virginia teve sua trajetória marcada pelo amor à ciência e às artes. Pelo conjunto de seu trabalho, recebeu o prêmio José Reis de Divulgação Científica em 1990.

O legado deixado por Virginia permanecerá como uma fonte de inspiração para a Casa de Oswaldo Cruz, o Museu da Vida e seus profissionais.

Publicado em 30/04/2015

O tema da palestra, realizada em 2015, apresentou os avanços do financiamento público da ciência.


Qual é o cenário das políticas públicas voltadas para a ciência no Brasil? No dia 27 de abril, o Museu da Vida sediou mais um seminário da Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde. Com o tema “Popularização da ciência e as políticas públicas no Brasil”, o palestrante José Ribamar Ferreira abordou o campo da popularização da ciência em virtude das políticas públicas colocadas em prática entre 2003 e 2012.

O assunto, inclusive, foi o tema de sua tese de doutorado. A partir de uma ampla pesquisa documental e de campo, com destaque para o financiamento da ciência, José Ribamar também deu grande enfoque à percepção de líderes de diversas áreas da popularização da ciência sobre o assunto. Ao longo do seminário, também foram levantados avanços e desafios para que a popularização da ciência alcance centralidade política e obtenha investimentos que deem visibilidade à sua missão social.

Engenheiro por formação, José Ribamar é doutor em Ciências pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ). Participou ativamente da criação do Museu da Vida e foi chefe da instituição. Também foi presidente, em dois mandatos, da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) e tem ampla atuação na área da divulgação da ciência.

Atualizado em 28/04/2015

As vagas foram para estudantes de letras ou história, para atuar no atendimento ao público visitante.



O Museu da Vida esteve com vagas de estágio abertas no campo da educação em museus, para atuar no atendimento ao público visitante. Era necessário estar cursando história ou letras a partir do 4° período. A carga horária é de 20 horas semanais. Além disso, era importante que o candidato tenha disponibilidade nas tardes de segunda-feira para reuniões de estudo e de equipe.

O processo seletivo contou com análise curricular e entrevista. Os interessados deviam encaminhar currículo para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. até dia 22 de abril de 2015.

Publicado em 17/04/2015

Cinco projetos da Fiocruz ganharam financiamento, cujas temáticas abordam história, saúde e sociedade.


A tarde do dia 31 de março de 2015 teve uma série de celebrações no Museu da Vida, começando pelo evento “Saúde e cultura: uma parceria que dá certo”. O encontro celebrou o financiamento de cinco novos projetos da Fiocruz, entre eles o do livro “Passado, presente e futuro: uma História do Museu da Vida através das imagens”, por meio de uma parceria viabilizada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro (ISS).

Com o uso de imagens e entrevistas sobre a trajetória do museu, a publicação pretende falar da construção histórica da entidade, sua relação com a cidade do Rio de Janeiro e com a instituição centenária que o abriga, a Fundação Oswaldo Cruz. Conheça os outros projetos contemplados aqui.

Na mesma tarde, o museu inaugurou, às 16h, sua nova exposição, “Pelos caminhos do SUS”, que mostra em diversas atividades e elementos da construção civil, um sistema que ainda está em evolução, crescimento e aprimoramento. A visita é gratuita de terça a sexta-feira, das 9h às 16h30, e aos sábados, das 10h às 16h.

Já às 16h30, o museu sediou o lançamento da publicação “Arquivos nada secretos da saúde no Brasil”, do Departamento de Arquivo e Documentação (DAD) e do Museu da Vida/COC. Editado de forma criativa, cheio de imagens, desenhos e comentários, a obra mergulha no acervo do DAD para mostrar a trajetória da saúde no país a partir do final do século 19. O caderno aborda, ainda, os debates que antecederam a criação do SUS.

Atualizado em 01/04/2015

Evento reuniu mais de 2000 museus de todo, em uma parceria com o Twitter.


Entre os dias 23 e 28 de março de 2015, o Museu da Vida participou da #MuseumWeek 2015, uma semana dedicada à interação com visitantes e outras instituições pelo Twitter. Foram mais de 2000 museus na edição com o intuito de divulgar novidades, curiosidades e o dia a dia da instituição.

Organizado por diferentes museus franceses e espaços culturais, em parceria com o Twitter, o evento de 2014 teve a participação de 630 museus por toda a Europa. Em 2015, o evento conseguiu atingir um dos objetivos principais, que era se tornar mundial!

A cada dia, um novo tema foi abordado de acordo com uma lista de hashtags já definidas. Durante a semana, os tweets variavam entre questões institucionais e convite à participação do visitante.

Para interagir, era preciso ter uma conta no Twitter e seguir o @museudavida por lá. Depois, bastava acompanhar nossas postagens e entrar na brincadeira! Conheça os assuntos explorados:

Segunda, 23 de março: #secretsMW
Você está por dentro de alguns segredos do Museu da Vida? Vamos contar curiosidades sobre o dia a dia da instituição!

Terça, 24 de março: #souvenirsMW
Dia de conhecer as publicações do museu, que estão disponíveis para download aqui no site.

Quarta, 25 de março: #architectureMW
Difícil é não se impressionar com as belezas do Castelo Mourisco, prédio símbolo da Fiocruz. Que tal conhecer detalhes de sua arquitetura?

Quinta, 26 de março: #inspirationMW
Olhando ao seu redor, o que te lembra o Museu da Vida? Use a criatividade e nos mostre por foto ou vídeo algum item que tem tudo a ver com a gente!

Sexta, 27 de março: #familyMW
O Museu da Vida tem atividades para toda a família! Vamos mostrar atrações bacanas da programação.

Sábado, 28 de março: #favMW
Nossos visitantes serão encorajados a compartilhar em seus perfis o que mais gostaram durante a visita: vale tirar foto de algum espaço e até fazer selfie!



Ansiosos para a edição do ano que vem? Nos vemos lá!

Atualizado em 30/03/2015

O ator e diretor Carlos Palma proferiu a palestra “Teatro e ciência – uma interação necessária”.


No dia 30 de março de2015, o início da Especialização em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde foi marcado pelo encontro de abertura, às 10h, com o ator e diretor de arte Carlos Palma. Percorrendo o tema “Teatro e ciência – uma interação necessária”, ele abordou assuntos como as transformações que o teatro sofreu desde o surgimento da energia elétrica, da dramaturgia à encenação. A questão do teatro como instrumento de divulgação científica também foi ponto de debate, bem como a trajetória do Arte Ciência no Palco, de 1998 a 2015, grupo do qual Palma é um dos criadores e faz parte até hoje.

Ator desde 1981, Carlos Palma é conhecido por atuar e dirigir peças com temática científica, se destacando no cenário brasileiro. Em 1995, ao assistir ao monólogo “Einstein” no Chile, comprou os direitos autorais da trama para realizar sua montagem no Brasil. A estreia no país ocorreu em 1998 e lhe rendeu o Prêmio Mambembe de melhor ator, marcando, também, o início do “Arte Ciência no Palco”. Hoje, o grupo já conta com 17 peças teatrais que estimulam a reflexão sobre questões éticas e morais da implicação da ciência na sociedade.

A abertura foi realizada na Tenda da Ciência, no campus Manguinhos da Fiocruz, localizada na av. Brasil, n° 4365, próxima à passarela seis. O evento, aberto ao público, teve entrada gratuita.

 


Atualizado em 30/03/2015


Mostra destaca como os trópicos inspiraram Charles Darwin e Alfred Wallace na criação da teoria da evolução.


Foto: Pedro Paulo Soares
“O que se pode imaginar de mais delicioso do que observar a natureza em sua forma mais grandiosa nas regiões dos trópicos?”. A frase, escrita por Charles Darwin no Diário do Beagle em sua passagem pelo Rio de Janeiro, mostra o fascínio exercido pela biodiversidade tropical sobre o naturalista.

Inspirados pela riqueza da flora e da fauna dos trópicos e, em especial, pela biodiversidade brasileira, os britânicos Charles Darwin e Alfred Wallace, após anos de observação e com base em estudos anteriores, formularam a teoria da evolução por seleção natural. Os dois naturalistas são os protagonistas da exposição “Evolução e natureza tropical”, organizada em 2010 pelo Museu da Vida/Fiocruz.

Na exposição, os visitantes puderam seguir os caminhos percorridos por esses dois naturalistas até a formulação, independente e concomitante, da teoria da evolução. Ambos os cientistas – por diferentes meios – estiveram no Brasil no século 19. Darwin, no ano de 1832, passou quatro meses no Rio de Janeiro, tendo morado em Botafogo e visitado a região norte fluminense, bem como a ilha de Fernando de Noronha (PE) e Salvador (BA). Wallace permaneceu de 1848 a 1852 na Amazônia, onde mapeou o rio Negro.

Foto: Pedro Paulo Soares
Criada no contexto do ano internacional da biodiversidade, celebrado em 2010, e com patrocínio da Roche Brasil, a mostra contou com uma miniatura do HMS Beagle, embarcação que trouxe Darwin aos trópicos, e a réplica de uma tartaruga das Ilhas Galápagos.

Importantes obras como The Origin of the species by means of natural selection, de Darwin; Travels on the Amazon, de Alfred Wallace; e Voyage au Bresil, do zoólogo suíço Louis Agassiz, amigo do imperador Dom Pedro II, e que também esteve no país, fizeram parte da mostra. Outro importante personagem é o alemão Fritz Müller, cientista que morou em Blumenau (SC) a partir de meados do século 19 e apoiou Darwin e sua obra. Confira mais informações sobre a exposição.

Confira a galeria de fotos da exposição.

Evolução e natureza tropical
Exposição gratuita

Local: Museu Ciência e Vida
Horários: de terça a sábado, das 9h às 17h; domingos e feriados, das 13h às 17h.
Endereço: Rua Ailton Costa s/n - Jardim 25 de agosto - Caxias
Mais informações pelo telefone (21) 2671-7797

Atualizado em 23/01/2015


As duas oportunidades eram para a área de Design, sendo uma de designer gráfico e a outra para trabalhar com produtos e exposições.



Um projeto temporário vinculado ao Museu da Vida aceitou currículos para duas oportunidades. Foram selecionados dois profissionais para a área de Design, sendo a primeira vaga para trabalhar como Designer gráfico. Era preciso ser formado em Design Gráfico, Desenho Industrial ou Comunicação Visual, ter experiência de, no mínimo, três anos e saber operar o pacote Adobe Creative. Uma das atribuições era desenvolver projetos de exposições, de longa duração, de maneira integrada com profissionais de outras áreas de atuação, com o objetivo de criar soluções que proporcionem experiências únicas ao usuário/visitante. Para conhecer mais detalhes da vaga e benefícios, clique aqui.

A segunda oportunidade era voltada para Design de produto e exposições. Ela requeria formação em Desenho Industrial ou Design de Produto, experiência mínima de quatro anos e alguns conhecimentos de softwares, como: Scketch Up ou similar, Rhinoceros ou similar, AutoCad ou similar, Adobe Illustrator e Adobe Photoshop, entre outros. O profissional, entre outras atividades, desenvolveria layouts de espaço expositivo, bem como projetar equipamentos interativos, integrando soluções de design gráfico. Leia o perfil completo da vaga aqui.

Os interessados devem enviar currículos para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


Publicado em 14/01/2015
Egressa do Mestrado em Divulgação da Ciência, da Tecnologia e da Saúde, a jornalista e gestora de comunicação organizacional Erika Blaudt estudou materiais informativos de cinco campanhas oficiais sobre gravidez na adolescência. De acordo com a análise de Erika, alguns desses materiais buscavam, de fato, uma aproximação com o público adolescente e jovem, utilizando uma linguagem textual clara e objetiva, além de uma estética identificada com o grupo. Entretanto, muitas vezes, em vez de destacar as responsabilidades compartilhadas por meninos e meninas, os materiais colocavam o foco excessivamente sobre a adolescente. Outro problema observado foi a falta de conexão dos informativos com estratégias de promoção da saúde de forma mais ampla e integral. Nessa entrevista do "Conta aí, mestre", Erika não só comenta os resultados de sua pesquisa, como também apresenta sugestões para campanhas com o intuito de que os adolescentes adotem hábitos mais saudáveis e seguros quanto à saúde reprodutiva.
 
Museu da Vida: Por que a gravidez na adolescência é considerada um relevante problema de saúde pública na América Latina?
Erika Blaudt: A gravidez na adolescência é considerada um dos principais determinantes de problema tanto de ordem social quanto de saúde pública na América Latina, com implicações sociais, biológicas, psíquicas e econômicas. Morte provocada por aborto clandestino, depressão, hipertensão, partos prematuros, anemia, pré-eclâmpsia, mortalidade materna e infantil, taxas elevadas de baixo peso do recém-nascido e evasão escolar da adolescente são alguns dos problemas relacionados à gravidez na adolescência, sobretudo, entre as classes populares. 
 
O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) registrou, em 2015, aproximadamente 550 mil adolescentes grávidas, o que correspondia a 18% do total de gestantes no país. Além disso, o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2018 aponta que o índice brasileiro está acima da média latino-americana, com 68,4 nascidos por mil meninas de 15 a 19 anos, enquanto esse número é de 46 nascidos por mil garotas no mundo todo.
 
A causa e o efeito da problemática são pouco explorados na elaboração dos materiais educativos das campanhas sobre gravidez na adolescência, como observei em meu estudo. Apesar da crescente produção de informação sobre o assunto, faltam abordagens efetivas junto aos adolescentes, seja pela ausência de campanhas educativas mais adequadas, seja pela falta de políticas públicas específicas para abordar a gravidez e suas implicações nessa fase da vida.
 
Museu da Vida: Quantos e quais materiais educativos sobre gravidez na adolescência você analisou na sua pesquisa?
Erika Blaudt: A análise dos materiais foi realizada por mim e outros dois profissionais, um especialista em educação em saúde e uma profissional de comunicação em saúde. Analisei oito materiais informativos de cinco campanhas oficiais, sendo um vídeo, dois cartazes, um hotsite, um gibi, um folder e duas cadernetas de saúde para adolescentes (menina e menino). Para mais informações sobre as campanhas analisadas no estudo, clique aqui.
 
Quais os aspectos positivos identificados nesses materiais?
Erika Blaudt: Nós fizemos uma série de apontamentos relacionados aos materiais quanto à sua intencionalidade, à sua forma e ao seu conteúdo. Identificamos que houve uma tentativa das instituições aproximarem o tema do público adolescente e jovem, como nos informativos da campanha carioca “Se cuida, gravidez tem hora” e da campanha “Gravidez na adolescência: é a melhor hora?”, da Secretaria Municipal de Saúde de Limeira (SP). Esse é um grande ganho pois tais campanhas educativas, embora muitas vezes envolvam recursos consideráveis (financeiros, materiais e humanos), tendem a não contribuir tanto para o resultado final, que é a conscientização sobre a gravidez na adolescência. Ainda em relação aos aspectos positivos, verifiquei que a forma e a mídia escolhidas apresentaram uma boa articulação entre a linguagem textual (clara e objetiva) e as ilustrações (que tinham uma estética claramente identificada com o grupo, com presença de cores vibrantes e alguns “ícones”, como as roupas e acessórios usados por eles).
 
E quais os aspectos negativos?
Erika Blaudt: Há fatores importantes a se considerar na criação de materiais educativos relacionados a campanhas sobre gravidez na adolescência para que elas tenham o resultado esperado. À exceção das cadernetas elaboradas pelo Ministério da Saúde, que tinham um objetivo mais amplo de acompanhamento da saúde do adolescente de forma integral, os demais materiais apresentavam como principal estratégia a atenção para as responsabilidades relacionadas à maternidade e seus impactos, desde as limitações no convívio social até as dificuldades de concluir a formação escolar. Nesse caso, é possível observar um primeiro problema em relação a esses materiais e sua intencionalidade: o foco é excessivamente colocado sobre a adolescente (menina) e não sobre os adolescentes (meninos e meninas, com responsabilidades compartilhadas). 
 
Em geral, os materiais, apesar de oferecerem acesso a informações sobre a gravidez na adolescência e suas consequências, não apresentam elementos básicos que possam ser identificados como materiais educativos. Por exemplo, não conseguem fazer a conexão com as estratégias de atenção e promoção da saúde no âmbito das quais foram elaborados; e não trazem elementos suficientes para permitir mudanças de comportamento e atitudes que venham determinar a adoção de hábitos mais saudáveis e seguros quanto à saúde reprodutiva dos adolescentes.
 
Quais as suas sugestões para aprimorar esses materiais?
Erika Blaudt: Como em toda excelência em gestão, propostas advindas da base para a gerência tendem a ter muito mais sucesso! Isso tem a ver com o pertencimento do público em relação ao assunto exposto. Importante que os órgãos oficiais do setor da saúde, nas três esferas de governo, possam promover uma ampla reformulação das estratégias de educação e comunicação voltadas à gravidez na adolescência, seus riscos e impactos, relacionando-as à promoção da saúde reprodutiva, à adequação às necessidades e à realidade do grupo em questão.
 
Para se tentar esse aprimoramento, a partir dos resultados do meu estudo, observo a importância de:
- garantir um uso mais adequado dos recursos disponíveis para o financiamento de iniciativas de educação, com priorização de ações construídas numa perspectiva dialógica, ajustadas do ponto de vista geográfico, étnico e de gênero;
- investir na aproximação entre as iniciativas de educação em saúde e a produção de conteúdos para as velhas e novas mídias, incentivando estilos de vida e escolhas saudáveis para mostrar aos jovens as vantagens e desvantagens de cada escolha; 
- estimular novos esforços de pesquisa orientados à produção de conteúdos e estratégias de prevenção e promoção da saúde mais adequados à realidade da audiência. 
 
Precisamos romper com o modelo normativo-prescritivo na comunicação e educação sobre gravidez na adolescência para estabelecer um novo paradigma com empatia e sororidade – fazendo o adolescente se sentir não apenas parte do processo, mas agente transformador de uma condição social, para o bem comum.
 
 
Erika Blaudt é autora da dissertação "Análise de materiais educativos desenvolvidos em campanhas oficiais sobre gravidez na adolescência no Brasil: implicações para a prática e a educação em saúde", defendida em 30 de julho de 2018, com orientação do pesquisador Frederico Peres.
 
Publicado em 11/12/2018.
 
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Funcionamento:  de terça a sexta, das 9h às 16h30; sábados, das 10h às 16h.

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