Acessibilidade é assunto sério e requer comprometimento. O Museu da Vida (MV) participou do evento “Os museus são acessíveis aos surdos?”, realizado na Casa da Ciência/UFRJ no dia 10 de novembro. Diversos museus estiveram presentes para apresentar suas iniciativas dentro da área. O MV já tem uma história nesse tema: desde 2007, dois integrantes do museu, o biólogo Fábio Gouveia e a museóloga Denise Studart, foram responsáveis por levantar questões importantes sobre o tema. Fábio, junto com Isabela Menezes, então estudante de Design, submeteu um projeto para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no ano de 2007: “Ações de acessibilidade no Museu da Vida: divulgação científica para deficientes visuais”.
Na época, houve uma colaboração com o Instituto Benjamin Constant (IBC), tradicional instituição de ensino voltada para deficientes visuais, localizada na zona sul do Rio de Janeiro. O projeto propôs, entre outras ações, mapas táteis para visitantes cegos e recepção prévia desse público nas peças de teatro, incluindo conversa com os atores (para reconhecimento de voz) e tour pelo cenário. Já em 2010, com a participação de Denise, o projeto “Museu da Vida para todos – acessibilidade, ciência e saúde” consolidou a parceria com o IBC. Além disso, foi elaborada uma proposta de acessibilidade física - pensando na infraestrutura dos espaços do MV - e de atendimento a visitantes surdos.
Oportunidade para mediadores com deficiência auditiva
Segundo Hilda Gomes, coordenadora do Serviço de Educação em Ciências e Saúde (Seducs/MV) que apresentou o atual projeto do museu no evento, um Grupo de Trabalho com profissionais de diferentes setores foi formado, em maio deste ano, para estruturar ideias e ações de acessibilidade dentro da instituição. Paralelamente, ela explica, o museu firmou parceria com o Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ, que elabora um trabalho especial para deficientes auditivos, coordenado pela bióloga Vivian Rumjanek. O projeto “Quebrando barreiras culturais: a ciência e o surdo” oferece cursos de biologia, por meio de DVDs, buscando adequar conceitos científicos para a Língua de Sinais e capacitar monitores surdos para trabalhar em museus e espaços de ciência.
Desafio aceito! Com uma equipe entrosada, que inclui quatro jovens surdos estudantes de Pedagogia do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e profissionais do MV, o objetivo principal do museu é formar mediadores surdos que possam atender pessoas com deficiência auditiva. “Elaboramos uma metodologia semanal, em que toda quarta-feira, de agosto a novembro, eles se encontram para elaborar roteiros de três atividades oferecidas no Parque da Ciência e no Castelo Mourisco”, conta Hilda. O evento em que eles atuarão como mediadores será ainda no final deste ano. “Entendemos essa ação educativa como a primeira etapa de um longo caminho de inclusão da população surda nas visitas a museus de ciência”, complementa.
Números indicam grande desafio pela frente
Também presente no encontro, a divulgadora e pesquisadora do Museu da Vida Luisa Massarani, diretora da Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe (Red-POP), pontuou que “há uma sensibilização grande nos museus de ciência sobre a importância da acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, mas há, ainda, um imenso abismo entre este cenário e a prática”.
Segundo enquete realizada pelo Núcleo de Estudos da Divulgação Científica (NEDC/MV) com mediadores de museus de ciência, de 370 profissionais provenientes de 73 espaços científico-culturais que responderam, cerca de 60% afirmaram não se sentir preparados para atender pessoas com deficiência. Os dados fazem parte da tese de Chrystian Carletti, que está sendo orientada por Luisa. “Aos mediadores que se sentem preparados para atender esse público específico, apenas 138, questionamos sobre qual tipo de deficiência estão aptos a lidar: o público de surdos foi apontado como o mais difícil de atender. Por isso a importância de capacitar mediadores de forma que eles se sintam mais seguros para mediar atividades direcionadas a surdos”, defende.
Na época, houve uma colaboração com o Instituto Benjamin Constant (IBC), tradicional instituição de ensino voltada para deficientes visuais, localizada na zona sul do Rio de Janeiro. O projeto propôs, entre outras ações, mapas táteis para visitantes cegos e recepção prévia desse público nas peças de teatro, incluindo conversa com os atores (para reconhecimento de voz) e tour pelo cenário. Já em 2010, com a participação de Denise, o projeto “Museu da Vida para todos – acessibilidade, ciência e saúde” consolidou a parceria com o IBC. Além disso, foi elaborada uma proposta de acessibilidade física - pensando na infraestrutura dos espaços do MV - e de atendimento a visitantes surdos.
Oportunidade para mediadores com deficiência auditiva
Segundo Hilda Gomes, coordenadora do Serviço de Educação em Ciências e Saúde (Seducs/MV) que apresentou o atual projeto do museu no evento, um Grupo de Trabalho com profissionais de diferentes setores foi formado, em maio deste ano, para estruturar ideias e ações de acessibilidade dentro da instituição. Paralelamente, ela explica, o museu firmou parceria com o Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ, que elabora um trabalho especial para deficientes auditivos, coordenado pela bióloga Vivian Rumjanek. O projeto “Quebrando barreiras culturais: a ciência e o surdo” oferece cursos de biologia, por meio de DVDs, buscando adequar conceitos científicos para a Língua de Sinais e capacitar monitores surdos para trabalhar em museus e espaços de ciência.
Desafio aceito! Com uma equipe entrosada, que inclui quatro jovens surdos estudantes de Pedagogia do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) e profissionais do MV, o objetivo principal do museu é formar mediadores surdos que possam atender pessoas com deficiência auditiva. “Elaboramos uma metodologia semanal, em que toda quarta-feira, de agosto a novembro, eles se encontram para elaborar roteiros de três atividades oferecidas no Parque da Ciência e no Castelo Mourisco”, conta Hilda. O evento em que eles atuarão como mediadores será ainda no final deste ano. “Entendemos essa ação educativa como a primeira etapa de um longo caminho de inclusão da população surda nas visitas a museus de ciência”, complementa.
Números indicam grande desafio pela frente
Também presente no encontro, a divulgadora e pesquisadora do Museu da Vida Luisa Massarani, diretora da Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe (Red-POP), pontuou que “há uma sensibilização grande nos museus de ciência sobre a importância da acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, mas há, ainda, um imenso abismo entre este cenário e a prática”.
Segundo enquete realizada pelo Núcleo de Estudos da Divulgação Científica (NEDC/MV) com mediadores de museus de ciência, de 370 profissionais provenientes de 73 espaços científico-culturais que responderam, cerca de 60% afirmaram não se sentir preparados para atender pessoas com deficiência. Os dados fazem parte da tese de Chrystian Carletti, que está sendo orientada por Luisa. “Aos mediadores que se sentem preparados para atender esse público específico, apenas 138, questionamos sobre qual tipo de deficiência estão aptos a lidar: o público de surdos foi apontado como o mais difícil de atender. Por isso a importância de capacitar mediadores de forma que eles se sintam mais seguros para mediar atividades direcionadas a surdos”, defende.