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Neste informe: 

1. Acreditar ou não na ciência, eis a questão 

2. Dossiê especial sobre divulgação científica e Covid-19 

3. A ciência está cada vez mais difícil de entender  

4. Um olhar sobre o meio ambiente a partir da produção de uma série de TV  

5. Pesquisa investiga disparidades de gênero no YouTube  

6. Evento marca lançamento de livro sobre controvérsias da ciência em museus  

7. Mapeamento internacional de iniciativas de ciência e teatro  

8. Convocatória de artigos sobre comunicação, sociedade e saúde  

9. Reexaminando a divulgação científica  

10. Curso profissional de divulgação científica  

11. Workshops capacitam para a realização de atividades online 

 

1. Acreditar ou não na ciência, eis a questão – No fim de setembro, a partir da liberação de uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center (EUA), começaram a pipocar pela imprensa nacional reportagens dizendo que o brasileiro não confiava na ciência, como na Folha de S. Paulo, com a matéria “Brasileiros são os que menos confiam em cientistas, indica estudo de centro americano” (https://bityli.com/9dzrt), ou na Veja, com o título “Estudo aponta confiança global na ciência, com Brasil na direção oposta” (https://bityli.com/g4D0Q). Este achado contradiria as pesquisas nacionais de percepção pública da ciência já realizadas em anos anteriores. Porém, um outro olhar sobre os resultados foi dado pelo pesquisador Yurij Castelfranchi (UFMG) em sua conta no Twitter: “Pessoal, tá ERRADO. Erradas as matérias, errada a interpretação". Segundo ele, por exemplo, faltou à imprensa conversar com especialistas brasileiros sobre o tema e sobrou preconceito contra nós mesmos. Ou, nas palavras dele: "Release que diga que somos os piores em alguma coisa dá manchete”. Ele enumera ainda várias outras questões, que valem a pena a leitura: <https://bityli.com/Dcgae>. A discussão foi tão boa que o Instituto Serrapilheira resolveu promover o seminário "Afinal, brasileiros confiam ou não na ciência?", neste 8 de outubro, às 19h, no link: <https://bityli.com/oilMW>. 


2. Dossiê especial sobre divulgação científica e Covid-19 – Dentre a avalanche de obstáculos impostos pela pandemia do novo coronavírus, estiveram os desafios relativos à comunicação: como fornecer informações de maneira clara e precisa sobre algo tão desconhecido, ajudando a sociedade a entender o vírus e a doença, além de formas de comportamentos para minimizar seu impacto? Nesse contexto, publicar pesquisas de qualidade em divulgação científica sobre Covid-19 é imperativo. Assim, o periódico Journal of Science Communication acaba de lançar a primeira parte de um dossiê sobre o tema. Entre os 13 artigos, há trabalhos de diversos países, entre eles, o Brasil. “Science communication for the Deaf in the pandemic period: absences and pursuit of information”, de pesquisadores da UFRJ, analisa o que foi publicado sobre a pandemia em quatro diferentes plataformas usadas por surdos no Brasil – incluindo Facebook, YouTube, Instagram e TV INES –, entre janeiro e final de maio de 2020. O dossiê conta também com artigos de abordagens bem diversificadas, abrangendo desde a desinformação no Twitter e a atuação de influenciadores no Instagram, até um estudo etnográfico em hospitais e uma pesquisa sobre o engajamento de cidadãos em políticas públicas envolvendo a pandemia. O acesso ao periódico é gratuito pelo link: <https://jcom.sissa.it/>.  


3. A ciência está cada vez mais difícil de entender – Decifrar a linguagem de artigos científicos já era um desafio para muitos jornalistas e divulgadores de ciência. Nessa missão, atualmente, a vida não anda fácil nem para os próprios cientistas. No texto “Science is getting harder to read”, publicado em setembro na Nature Index, a jornalista de ciência Dalmeet Singh Chawla aponta que a ciência está se tornando mais difícil de entender devido ao grande número de siglas, frases longas e jargões impenetráveis utilizados cada vez mais na escrita acadêmica. Ela se baseia em uma pesquisa publicada em julho na revista eLife, que analisou o uso de siglas em mais de 24 milhões de títulos de artigos e em 18 milhões de resumos indexados pela base de dados PubMed entre 1950 e 2019. Já um estudo de 2017 que analisou 700 mil resumos de artigos publicados entre 1881 e 2015 – também citado pela jornalista – mostrou que aumentaram também a porcentagem de jargões e a extensão das frases. As frases muito prolixas e as palavras difíceis não só tornam os artigos menos legíveis, mas também podem prejudicar a probabilidade de serem citados. Mas Chawla chama atenção, ainda, para as implicações desses obstáculos para a divulgação científica: citando artigo do psicólogo Kipling Williams, da Purdue University (EUA), ela aponta que o aumento da linguagem técnica isola leitores não especializados, quando, idealmente, os artigos acadêmicos deveriam ser escritos de forma mais acessível para formuladores de políticas públicas, jornalistas e pacientes. Acesse o texto em: <https://bityli.com/ZtfwF>.  


4. Um olhar sobre o meio ambiente a partir da produção de uma série de TV – Se você ainda não viu, deveria assistir à série de TV “Parques do Brasil”, fruto da cooperação entre três instituições públicas brasileiras: a Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a TV Brasil/EBC, que transmite a série em sua grade de programação. A série conta com episódios de 30 minutos que mostram, com vídeo, ambientação musical, roteiro e ilustrações, a riqueza da biodiversidade dos nossos parques. Agora, além da série, a equipe coordenadora do projeto propõe no artigo “Parques do Brasil: a conservação da biodiversidade como promoção da saúde e da qualidade de vida” uma reflexão a partir das experiências vivenciadas em campo e da história ambiental do Brasil, apresentando subsídios para o desenvolvimento de uma economia mais sustentável, que promova também a saúde e a qualidade de vida, através da implementação de unidades de conservação e do uso indireto de seus recursos naturais. Mais informações sobre a série em: <https://bityli.com/K4Jbh>. O artigo está disponível gratuitamente na última edição da Revista Brasileira de Educação Ambiental, em: <https://bityli.com/uCyJy>. 


5. Pesquisa investiga disparidades de gênero no YouTube – Estudos realizados na última década vêm mostrando que a presença feminina em vídeos no YouTube sobre conteúdos de ciência e tecnologia é menor que a masculina, tanto em canais populares quanto nos menos acessados. No artigo “Exploring the YouTube science communication gender gap: A sentiment analysis”, publicado em 2019 na Public Understanding of Science, os autores investigam as disparidades de gênero nos canais mais populares de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês) no YouTube. Numa análise de 391 canais, somente 32 mulheres foram identificadas como apresentadoras ou narradoras. Para entender essa lacuna, os autores conduziram, ainda, análises em indicadores de popularidade e de sentimento em 450 vídeos de 90 canais de STEM. Os resultados revelam que a presença de gênero afeta a recepção e a interação dos usuários com os vídeos e canais STEM no YouTube. As mulheres, em média, receberam mais comentários por visualização, no entanto, as maiores proporções foram de comentários hostis, sexuais, de aparência e críticos. Em função do alcance e grande potencial do YouTube como ferramenta de divulgação da ciência, os autores destacam que o foco não pode se concentrar somente na ampliação da visibilidade e engajamento com diferentes públicos; a diversidade de vozes e representatividade nos vídeos também são importantes. Para os autores, a maior participação das mulheres na comunidade STEM no YouTube é fundamental. O artigo na íntegra, em inglês, está disponível gratuitamente em: <https://bit.ly/2HYFSxS>. 


6. Evento marca lançamento de livro sobre controvérsias da ciência em museus – A ciência é feita de consensos, mas também de rupturas e controvérsias. Estas últimas costumam ganhar menos destaque para o público em geral, sendo abordadas com menos frequência em museus de ciência. Nos últimos anos, o Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Não Formal e Divulgação da Ciência (Geenf), da USP, vem se dedicando a entender, por um lado, como as relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA) e os temas controversos vêm sendo abordadas pelos museus e o que o público compreende a partir delas. E, por outro lado, quais são as opiniões do público sobre os museus que abordam esses tópicos. Como desdobramento desse projeto, o Geenf lançará, em 19 de outubro, às 16h, o livro Práticas educativas e formação de públicos de museus: Relações entre ciência, sociedade e temas controversos, que estará disponível gratuitamente para download no site: <http://www.geenf.fe.usp.br/v2/>. O evento online contará com apresentação da obra, relato da elaboração das atividades do livro e mesa-redonda com Suzani Cassiani (UFSC), que falará sobre “Decolonização e Movimento CTS Latino-Americano”, Ana Maria Navas (Universidade de Los Andes, Colômbia), que abordará o tema “Controvérsia em Museus de Ciências: possibilidades e desafios” e Martha Marandino (USP), que tratará da “Formação de Professores e Educadores, Controvérsias e Museus: o que diz a pesquisa”. Acompanhe o evento ao vivo pelo link: <https://www.youtube.com/geenfusp>.  


7. Mapeamento internacional de iniciativas de ciência e teatro – Quais as contribuições que o teatro pode oferecer para o campo da divulgação científica e para as relações entre ciência e sociedade em geral? Para responder a essa e outras questões, as pesquisadoras Carla Almeida (do Museu da Vida / Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz) e Emma Weitkamp (Science Communication Unit, University of the West of England, Bristol), do Reino Unido, desenvolveram um questionário que busca mapear iniciativas em ciência e teatro em todo o mundo. Profissionais que estejam trabalhando com teatro/performance que dialogue de alguma forma com a ciência estão convidados a preencher o questionário disponível em: <https://bit.ly/3dbs1A0>, que leva cerca de 15 minutos para ser respondido. As pesquisadoras pedem, ainda, que o questionário seja divulgado o mais amplamente possível! Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas pelo e-mail: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.  


8. Convocatória de artigos sobre comunicação, sociedade e saúde – Termina em 26 de outubro o prazo para submissão de artigos ao número especial “Comunicación, Sociedad y Salud” da Revista Chasqui, que buscará aprofundar os processos sociais e comunicacionais gerados no contexto da pandemia do novo coronavírus. Em linhas gerais, o número quer abordar as dinâmicas de produção, circulação, apropriação e uso da comunicação em saúde no cenário de pandemia, os papéis desempenhados pelos diferentes agentes sociais e as mediações particulares que são geradas nesse contexto, bem como as reconfigurações narrativas, resistências, aspirações e as mudanças culturais refletidas. Algumas linhas temáticas incentivadas para este número são: práticas de comunicadores formais e informais de saúde em contexto digital; gerenciamento de mensagens sobre doenças emergentes e desastres naturais na mídia; comunicação em saúde intercultural e alternativa; comunicação assertiva médico-paciente na era digital; bioética e ética da pesquisa em seres humanos; telemedicina e telessaúde. Mais informações estão disponíveis em: <https://bit.ly/3jDNSSV>.  


9. Reexaminando a divulgação científica – A crescente inclusão de argumentos científicos nos discursos oficiais vem abrindo novas oportunidades de diálogo e colaboração entre ciência e sociedade. Ao mesmo tempo, esse cenário pode ter gerado desafios para a autoridade da ciência, cujos preceitos podem ser contestados, negociados e transformados nas discussões nas arenas públicas. Essas mudanças das relações entre ciência e sociedade foram intensificadas pela digitalização da mídia. As mídias sociais aumentaram a diversidade de atores usando, compartilhando e gerando conteúdo científico, suas práticas de comunicação e as estratégias que utilizam. Tais mudanças afetam as práticas de cientistas, divulgadores da ciência, jornalistas, mediadores de museus, entre outros. Nesse contexto, o Journal of Science Communication está preparando o dossiê especial “Re-examining Science Communication: models, perspectives, institutions”. Mas fique atento, pois o prazo de submissão termina em 31 de outubro! Algumas das temáticas bem-vindas são: o panorama emergente da divulgação científica e os papéis e relações das instituições, cientistas e divulgadores científicos (online e offline); tendências e variações nos modelos e práticas de divulgação científica em diferentes contextos; e como os públicos navegam e se envolvem no panorama da divulgação científica. Saiba mais em: <https://bityli.com/Lof9b>.  


10. Curso profissional de divulgação científica – Estudantes e profissionais com pouca experiência em divulgação científica, mas interessados em desenvolver habilidades e conhecimentos para atuar no campo, podem se inscrever no curso introdutório “Connecting People, Creating Events”, a ser realizado de 18 de janeiro a 26 de março de 2021. Coordenado pelo Centro de Divulgação Científica da universidade UWE Bristol (Reino Unido), o curso tem duração de 10 semanas – incluindo duas semanas de estudo independente –, e aborda audiências; planejamento e gestão de projetos; habilidades de apresentação; promoção de eventos e habilidades de mediação e avaliação. Integralmente online, inclui leituras, atividades de aprendizagem dirigidas, apresentações, fóruns de discussão, seminários interativos ao vivo, entre outras estratégias, para fomentar o desenvolvimento de habilidades dos participantes e estimular a troca de experiências. Para participar, os interessados devem se inscrever por meio de formulário online e pagamento de uma taxa no valor de 750 libras. Ao final do curso, os alunos serão avaliados por meios de dois trabalhos escritos – os aprovados poderão aproveitar os créditos em cursos de pós-graduação da universidade. Para se inscrever e obter mais informações, acesse: <https://bit.ly/2GNRHXm>. 

  
11. Workshops capacitam para a realização de atividades online – A equipe do Stickydot (https://stickydot.eu/), espaço comunitário em Bruxelas (Bélgica) para interessados e atuantes em iniciativas de engajamento em pesquisa e inovação, irá realizar a segunda edição do curso “Moving dialogue online”. A iniciativa visa apoiar profissionais que atuam com engajamento público em atividades que relacionam ciência e sociedade e necessitam realizar suas atividades online em reação à quarentena.  Desenvolvido por profissionais com experiência em projetos de engajamento público, atividades de diálogo e consultas públicas (presenciais e online), o curso é estruturado em cinco workshops (sessões) dinâmicos e interativos, com base em experiências e resultados de pesquisas. Mudança de paradigma do engajamento público presencial para o online; plataformas digitais e uso adequado em variados contextos; e técnicas para estimular o diálogo, lidar com conflitos e a falta de engajamento são alguns tópicos a serem explorados. O curso será realizado nos dias 13 e 29/10, 12 e 26/11 e 10/12, em inglês, das 10h às 12h (horário de Brasília). Os interessados devem se inscrever até o dia 29/10 e pagar a taxa de inscrição no valor de 320 euros (curso completo). Também é possível participar somente do primeiro workshop, oferecido gratuitamente, ou de alguns workshops, cada um com taxa no valor de 89 euros. Para se inscrever, obter mais informações sobre o curso, formas de pagamento e possibilidades de apoio, acesse: <https://bit.ly/2GP45WI>. 


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