Central de Monitoramento e leitura remota de temperatura
Fabricante: Siemens & Halske
Material: madeira, mármore e metal
Local de fabricação: Berlim, Alemanha – década de 1910
Dimensões: 255 x 120 x 50 cm
Este curioso equipamento com mais de dois metros de altura, composto por um painel formado por diversos dispositivos e mostradores, é um exemplar do avanço tecnológico do início do século XX. O controlador elétrico de temperaturas tinha a função de registrar e controlar continuamente a temperatura de parte dos equipamentos dos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz. Isso acontecia por meio de termômetros capazes de converter os valores da corrente elétrica em informações de variação de temperatura.
Os termômetros fazem parte do painel e registravam a temperatura em graus Celsius. O aparelho como um todo era ligado direto na corrente elétrica - e, por isso, era chamado de automatizado. Uma dica: não era como um termômetro de mercúrio que precisa do contato para funcionar.
O termocontrolador, ou Central de Monitoramento, ficava localizado no térreo ao lado do elevador do Castelo Mourisco, local central onde era possível verificar a temperatura das estufas e das câmaras frigoríficas a distância. Além disso, era possível escutar o acionamento de alerta do sistema do aparelho caso houvesse variações bruscas dos termômetros ligados a ele. Uma tecnologia bastante moderna para seu tempo, já que cada laboratório tinha uma espécie de comando que se interligava com a central.
O aparelho foi desenvolvido pelo fabricante alemão Siemens & Halske. Esta companhia fundou uma filial no Rio de Janeiro, em 1905, com o objetivo de atuar no mercado de aparatos de iluminação e geração de energia elétrica, em expansão diante das reformas urbanas na cidade naquele momento. Esta proximidade possibilitou sua contratação para a implantação das instalações telefônicas, térmicas, telegráficas e a iluminação das novas instalações do Instituto Oswaldo Cruz.
Além desta tecnologia aplicada no início do século XX no Castelo, a central de monitoramento possui um relógio principal interligado aos dois pequenos relógios presentes no seu painel. Acredita-se que esta instalação era capaz de se comunicar com relógios de parede instalados nas salas do edifício. A sincronização dos aparelhos garantia que todos pudessem se orientar pelo mesmo horário e, a partir do relógios da central, todos os relógios das salas eram ajustados com a mesma hora.
Os dispositivos fabricados pela Siemens foram colocados em um móvel de carvalho, esculpido com detalhes de inspiração arabesca, com a intenção de harmonizar com o estilo arquitetônico neomourisco presente em todo o edifício. Ficou curioso? O termocontrolador pode ser visto de perto no segundo andar do Castelo da Fundação Oswaldo Cruz.
Saiba Mais:
BENCHIMOL, Jaime L. Manguinhos do Sonho à Vida: a ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 1990.
CASA DE OSWALDO CRUZ. Departamento de Arquivo e Documentação. Fundo Instituto Oswaldo Cruz.
DIAS, Ezequiel. O Instituto Oswaldo Cruz. Resumo histórico (1899-1918). Rio de Janeiro: Manguinhos, 1918.
Imagem: Catálogo do fabricante Siemens & Halske, 1912.
Acervo: Departamento de Arquivo e Documentação / Casa de Oswaldo Cruz - Fiocruz.
Publicado em 30/03/2020.