Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2018 na Fiocruz, em outubro, nosso Serviço de Museologia realizou a atividade "Por dentro da reserva técnica do Museu da Vida", na qual jovens puderam visitar e conhecer um pouco do lugar onde a maior parte do nosso acervo museológico está guardada e preservada, quando não está sendo usada nas exposições. A atividade - é claro! - rendeu fotos bem bacanas, divulgadas em nossas redes sociais. As postagens despertaram a atenção dos internautas, que foram convidados a nos enviar suas perguntas e curiosidades sobre o trabalho desenvolvido pelo Serviço de Museologia do Museu da Vida. As questões foram respondidas por nossa equipe e, hoje, estamos bastante felizes de poder compartilhar com todos o resultado desse interessante diálogo!
Internauta pergunta: De quem era aquele casaco que está na foto da atividade que aconteceu durante a SNCT 2018? Qual a história dele?
Pedro Paulo Soares, do Serviço de Museologia, responde: Foi do Oswaldo Cruz. É um jaleco (possivelmente trata-se do mesmo que pode ser visto em uma das últimas fotografias do cientista, tirada em sua casa em Petrópolis um pouco antes de sua morte).
Internauta pergunta: Por que não se pode tocar nos objetos?
Mayara Manhães, do Serviço de Museologia, responde: Por mais que nossas mãos estejam bem lavadas, sempre há uma oleosidade natural da nossa pele que pode causar manchas na superfície dos objetos, muitas vezes não removíveis. Vários objetos que pertencem ao acervo são muito frágeis. Por serem únicos e insubstituíveis, temos que tomar todo o cuidado possível para não causar danos, como quebras, perdas de partes, rachaduras etc.
Internauta pergunta: Quais objetos que foram do Oswaldo Cruz vocês guardam?
Pedro Paulo Soares, do Serviço de Museologia, responde: Microscópios (mais de um); óculos; tinteiros (mais de um); passe personalizado para usar nos bondes de Petrópolis, no curto tempo em que ele foi prefeito da cidade; fardão de membro da Academia Brasileira de Letras (ABL); formigueiro; estantes de livros provenientes de sua residência em Botafogo; ânfora de porcelana alemã (item decorativo também de sua residência).
Internauta pergunta: Como é feita a preservação das peças?
Mayara Manhães, do Serviço de Museologia, responde: Na reserva técnica, adotamos os princípios e métodos da conservação preventiva e gestão de riscos em museus, que tem a ver com o controle ambiental (luz, umidade e temperatura), o controle de agentes biológicos (fungos, insetos, roedores etc.), a segurança contra furtos e roubos, a prevenção de acidentes e sinistros. Nos objetos, individualmente, realizamos procedimentos como higienização, pequenos reparos e acondicionamento correto nos armários.
Internauta pergunta: Qual é o objeto mais "diferentão" que vocês têm?
Pedro Paulo Soares, do Serviço de Museologia, responde: Eu gosto do lenço de linho com as flores secas embebidas em sangue. É de um período pouco estudado da vida do Oswaldo Cruz, quando especializou-se em medicina legal na França. O conjunto de lancetas e a pistola para a vacinação contra a varíola também são bem bacanas, assim como as esculturas em gesso de pacientes com bócio, usadas, na época, como explicação para a doença de Chagas. São bacanas, inclusive, porque representam o erro no processo da descoberta científica. O bócio, primeiramente identificado por Chagas como um dos sinais clínicos da nova doença, provou-se uma hipótese errada, que foi abandonada.
Quer ler mais sobre esses e outros objetos? Acesse nossa seção Objeto em Foco!
E aí? Ficou com vontade de perguntar alguma coisa para o nosso Serviço de Museologia? É só escrever pra gente! Pode ser para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou através das nossas redes sociais. Procura a gente no Instagram, Facebook e Twitter!
Até a próxima!
Publicado em 08/11/2018.