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Do som de uma orquestra ao barulho metálico de uma impressora 3D, os visitantes mergulharam em todos os sons e cores da ciência brasileira.

Um dos destaques da programação foi a Coleção de Cultura de Fungos Filamentosos do IOC. 

Historiadora de etnia pataxó defendeu os saberes tradicionais dos mais de 300 grupos étnicos brasileiros. 

Mais de 144 atividades estão confirmadas para o campus Fiocruz Manguinhos, no Rio de Janeiro. 

Dia das Crianças do MVF ofereceu um dia de diversão e aprendizado.

Atividades especiais foram atrações do Festival Nosso Mundo, realizado pela Enauta. 

Evento também realiza 5º Seminário de Pesquisa e Prática em Museus do Nepam/Museu da Vida Fiocruz.

O público poderá conferir várias atrações gratuitas entre os dias 17 e 20 de outubro. 

Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida


 
Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida
Ano XXII - nº. 304. RJ, 10 de outubro de 2023.
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De 14 a 22 de outubro acontece a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), o maior evento de divulgação científica do Brasil. Instituída por decreto presidencial em 9 de junho de 2004, é realizada todos os anos no mês de outubro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com agências de fomento, instituições de ensino de pesquisa, secretarias estaduais e municipais, empresas de base tecnológica, comunidade científica, escolas, museus e entidades da sociedade civil. “Com atuação descentralizada, a SNCT tem o objetivo de mobilizar a população em torno da importância da ciência como ferramenta para geração de valor, de inovação, de riquezas, de soluções para os desafios nacionais, de inclusão social e melhoria da qualidade de vida”. O tema deste ano é “Ciências básicas para o desenvolvimento sustentável”, uma referência ao Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e está relacionado ao cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Cabe lembrar que os ODS são um apelo global ao cumprimento de uma série de medidas, entre elas a erradicação da pobreza e a proteção do meio ambiente e do clima. Desde 2004, a Fiocruz participa da SNCT, oferecendo diversas atividades para a comunidade acadêmica e os diferentes setores da sociedade. Como de praxe, as atividades ocorrem em diferentes estados, sobretudo naqueles em que a Fiocruz tem unidades, mas são unificadas em uma programação nacional, que este ano vai de 17 a 20/10. Veja nota sobre o tema na seção de Eventos deste boletim. Confira também nesta edição do Ciência & Sociedade nossas indicações de leitura, que incluem reportagens sobre desinformação e livros sobre a decolonização dos museus e a democratização da ciência; de ações, com destaque para a abertura da exposição “Pasteur, o Cientista”; e de oportunidades para jornalistas de ciência. Boa leitura!  

Especial Desinformação 

Mais um esforço contra desinformação – Uma estrutura hierárquica e centralizada de comunicação facilita ações radicalizadas de grandes grupos de pessoas com alto grau de coesão interna. Esta é a conclusão de estudo publicado no periódico Journal of Physics: Complexity, tema de matéria do Jornal da USP, que vem se debruçando, numa série de reportagens, sobre diferentes aspectos do intrincado debate sobre desinformação. Os autores do artigo (“Group polarization, influence, and domination in online interaction networks: a case study of the 2022 Brazilian elections”) analisaram mensagens políticas no então Twitter (agora X) durante a campanha presidencial de 2022 no Brasil. Além de mostrarem a óbvia polarização entre direita e esquerda, verificaram, a partir da análise de 15 milhões de tweets, que os grupos de direita eram mais isolados e muito mais coesos internamente, sendo controlados por um número menor de influenciadores. Segundo eles, isso permitia uma hierarquia mais rígida nesses grupos, com poucas pessoas comunicando para um grande número de seguidores, tornando mais rápida a propagação coordenada de informações. Uma das hipóteses é, inclusive, que essa comunicação mais unidirecional e menos dialógica tenha fomentado os atos golpistas de 8/1/2023. Outros temas já abordados na série mostram como a desinformação abriu um debate global sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais para proteger a democracia e a liberdade de expressão e o debate sobre as responsabilidades de pesquisadores e editoras no combate ao mau uso da ciência na comunicação digital. A primeira da série de reportagens, com o link para as outras, pode ser acessada aqui.

 

Leituras 

Museu universal ou instituição colonial? – Para muitos, o museu é considerado patrimônio cultural da humanidade, onde os mais valiosos tesouros do mundo são preservados e expostos. Mas não para Françoise Vergès. Para a cientista política e ativista decolonial francesa, o modelo de museu que temos hoje é um atestado da pilhagem e destruição promovida pelas potências coloniais. No Brasil para lançar o livro Decolonizar o museu – Programa de desordem absoluta (editora Ubu), Vergès defende que o chamado "museu universal" é, na verdade, uma instituição colonial, que não só se origina na história de dominação do Sul global pelo Norte global como também promove e prolonga as políticas imperialistas que lhe deram origem. Ao longo de cinco capítulos, o livro traça a gênese do museu universal até o século 18, auge do sistema escravista e marco do Iluminismo europeu. Para a autora, o museu funciona hoje, acima de tudo, como propaganda ideológica, escondendo sua história de violência imperial justamente ao expô-la. Diante disso, propõe o desmantelamento da estrutura dessas instituições e sua substituição por outras formas de gerir, apresentar e distribuir as riquezas culturais que elas detêm. A Ubu promove dois encontros com Françoise Vergès no Rio, um em 10/10, no Museu do Amanhã, e outro em 13/10, na Festa Literária das Periferias (FLUP). Os eventos são gratuitos e haverá venda e assinatura de livros. Mais informações.

 

Livro discute o papel do engajamento na democratização da ciência – O livro Democratizing Science: The Political Roots of the Public Engagement Agenda, lançado em 25/9 pela Bristol University Press, examina possíveis soluções para melhorar a confiança pública na ciência e a legitimidade científica, com foco no engajamento público na produção do conhecimento. Escrito por Paola Mattei, professora de ciências políticas do Departamento de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Milão, oferece uma reflexão crítica sobre as políticas governamentais europeias para democratizar a ciência e apoiar a coprodução pública do conhecimento. Para a autora, o engajamento público “implica em interações entre a comunidade acadêmica e o público não especializado”, ocorrendo por meio de variadas práticas, algumas nem sempre éticas. Embora baseada no contexto europeu, a publicação reúne ideias, questionamentos e referências relevantes para todos os interessados no tema. A obra, de acesso aberto e em inglês, pode ser acessada aqui.

 

Teatro, ciência e empoderamento feminino – As temáticas de equidade, inclusão e diversidade vêm sendo valorizadas e incorporadas ao campo da divulgação científica de diversas formas. Nesse contexto, destacam-se iniciativas artísticas, em especial de teatro. Histórias de mulheres, e particularmente de mulheres negras, conquistam palcos em várias partes do mundo, sendo uma delas produzida e encenada no Museu da Vida Fiocruz (MVF) em 2019. A peça – chamada Cidadela – foi foco de estudo de recepção, cujos resultados acabam de ser publicados na revista JCOM. O estudo buscou compreender a experiência teatral do público escolar da peça e se/como ela foi capaz de provocar reflexões acerca do sexismo estrutural — seu tema central. Para isso, foram aplicados questionários junto aos espectadores ao fim de nove sessões da peça no MVF. A partir da análise de 299 questionários, observou-se que houve por parte do público reconhecimento da relevância e atualidade do tema, bem como identificação e conexão de diversas cenas com sua realidade. Além disso, a peça fez o público refletir sobre diversas dimensões do empoderamento feminino. Para as autoras, iniciativas como essa são fundamentais para uma maior aproximação e identificação de jovens mulheres com a ciência. A íntegra do artigo, em português e em inglês, está disponível aqui.

 

Ações 

Mostra celebra vida e obra de Pasteur – Em cartaz até 3/12, no Rio de Janeiro, a exposição “Pasteur, o Cientista” convida o público a explorar a vida e os principais trabalhos de Louis Pasteur (1822-1895), cientista experimental brilhante e controverso. A mostra aborda a origem modesta, o interesse pela arte na juventude e as áreas de pesquisa do cientista. Seus principais estudos, colaboradores pouco conhecidos e o contexto da época em que realizou seus experimentos e descobertas, marcada pela expansão do império colonial francês e grandes invenções, também são explorados. As influências dos trabalhos de Pasteur na saúde pública do Brasil encerram a exposição. Interativa, conta com projeções em 3D, vídeos, jogos, animações, entre outras estratégias para enriquecer a experiência dos visitantes. A mostra é gratuita e está aberta de terça a domingo, na Fábrica de Espetáculos, na Gamboa. Mais informações.

 

A história das revoltas no Brasil – A época do Brasil colonial é marcada por uma série de rebeliões, motins e conspirações. A plataforma colaborativa Impressões rebeldes é uma ótima opção para quem quer mergulhar na história das revoltas brasileiras. Iniciativa de Luciano Figueiredo, professor do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), a plataforma conta com conteúdo de mais de 200 revoltas, centenas de documentos históricos, verbetes, glossário e biografias de homens e mulheres que, em diferentes épocas, resolveram protestar. Uma linha do tempo interativa apresenta diversos tipos de protestos, desde o início da colonização portuguesa até o reconhecimento da independência. A plataforma oferece ainda a professores planos de aulas relacionados ao tema alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Impressões rebeldes, que conta com diversos colaboradores, está disponível aqui.

 

Eventos 

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz – O maior evento de divulgação científica do país chega a sua 20ª edição, com o tema “Ciências básicas para o desenvolvimento sustentável”. Desde a primeira, a Fiocruz participa com diversas atividades – feiras, bate-papos, oficinas, atividades culturais, entre outras – em todas as suas sedes no país e este ano não vai ser diferente. Confira a programação completa.

Chamada de trabalhos – A 10ª Conferência Living Knowledge recebe propostas de trabalho até 23/12. Com o tema “Building and sustaining next generation engagement”, a chamada busca propostas sobre projetos de pesquisa conduzidos com e para comunidades, de ciência cidadã ou similares em oito tópicos e formatos de apresentação que privilegiam o debate. O evento ocorrerá de 26 a 28/6 de 2024, em Girona, na Espanha. Mais informações

 

 

Oportunidades 

Para jornalistas de São Paulo – Criado em 1999, o Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico teve as regras de sua bolsa de jornalismo científico atualizadas. Passa agora a aceitar pedido de bolsas de até 12 meses, prorrogáveis por mais 12 meses, e também foi excluída a exigência de realização de estágio em empresa ou departamento de comunicação, para se adequar ao atual cenário de comunicação on-line. O valor depende da formação acadêmica do bolsista e parte de R$ 853,80, chegando a R$ 9.047,40. Mais informações.


Mergulho no jornalismo científico – De 23 a 26/10, acontece a quarta edição do Science Journalism Forum, de forma remota, com o tema “Jornalismo científico: buscando melhores práticas”. A inscrição custa 25 dólares para estudantes e 49 dólares para profissionais. Uma forma de conseguir a inscrição gratuita é se inscrevendo no EurekAlert, plataforma de distribuição de press releases sem fins lucrativos operada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência. Mais informações sobre o evento clique aqui e sobre a bolsa aqui.

 

 

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Carla Almeida e Marina Ramalho. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Barbara Mello. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

     

* A seção Especial Desinformação é uma iniciativa do projeto “O desafio da desinformação em saúde: compreendendo a recepção para uma melhor divulgação científica”, contemplado pelo Programa Proep 2022, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e do CNPq.



Publicado em 11 de outubro de 2023.

Ações para pessoas com deficiência são o foco do nova edição do podcast.

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