Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica/Museu da Vida Ano XIV n. 230 RJ, 31 de julho de 2017
Neste informe:
1. Última chamada!
2. Histórias da divulgação científica
3. Estudos de público alinhados
4. Percepções sobre C&T em livro
5. Música, amizade e política
6. Corte, costura e tecnologia
7. Science Slam Brasil
8. Ciência cidadã, missão Alzheimer
9. Sua pesquisa em 14 idiomas!
10. Mestrado no Labjor
1. Última chamada! – Para quem ainda não está por dentro, nos dias 31 de julho e 1 de agosto, o Museu da Vida irá sediar um seminário internacional sobre a pesquisa em divulgação científica. Nomes de peso estão na programação do evento: Bruce Lewenstein (Cornell University), Dominique Brossard (Wisconsin University), Melanie Smallman (University College London), Marina Joubert (Stellenbosch University), Martha Marandino (USP), Yurij Castelfranchi (UFMG), Sibele Cazelli (Mast), ente outros. Será um momento privilegiado para pensar e debater a divulgação científica do ponto de vista acadêmico. O encontro é gratuito, não requer inscrição e contará com tradução simultânea. A ocasião também vai marcar o início do semestre letivo do Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde 2017. O Museu da Vida fica na avenida Brasil, nº 4365, passarela 6, no campus Manguinhos da Fiocruz.
2. Histórias da divulgação científica – A história da ciência e a história da divulgação científica estão intimamente ligadas, visto que a ciência depende, desde sempre, da comunicação. No meio acadêmico, no entanto, a história é outra. Enquanto a história da ciência encontra-se em terreno sólido e produtivo, a história da divulgação científica ainda busca seu lugar ao sol. Visando contribuir para a consolidação deste último campo, o periódico JCOM lançou um número especial sobre a história da divulgação científica, abarcando experiência de diversas partes do mundo. Com 15 artigos, o especial divide-se em três eixos. O primeiro reúne trabalhos que tratam de forma descritiva e crítica o desenvolvimento de ações de divulgação científica em geral e de políticas públicas específicas na área. Um segundo conjunto de textos examina aspectos da divulgação científica na mídia. O terceiro grupo de artigos discute importantes temas e questões de ciência e tecnologia em vários momentos históricos. O Brasil contribui com dois artigos. Em um deles, Jessica Norberto e Martha Marandino exploram o processo histórico de desenvolvimento de museus e centros de ciência móveis em contextos internacionais e no caso específico do Brasil, destacando as políticas públicas e algumas iniciativas. No outro, pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz analisam a comunicação e circulação do conhecimento em psiquiatria no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, colocando em discussão a questão da autoridade para falar de ciência. Além disso, Luisa Massarani, da COC/Fiocruz, e Ildeu de Castro Moreira, do Instituto de Física da UFRJ, respondem pela organização e pelo editorial da edição junto com Bruce Lewenstein, da Universidade de Cornell (EUA). A edição completa está disponível, em línguas diversas, em: <https://jcom.sissa.it>.
3. Estudos de público alinhados - Quem pesquisa sabe: revisar a literatura de um campo é tarefa tão necessária quanto árdua. No campo de estudos de público, por exemplo, tem muito trabalho sendo desenvolvido e publicado e não é fácil nem rápido reunir o que há de relevante. Nesse sentido, a linha do tempo colaborativa de estudos sobre públicos e museus é uma bênção para quem é da área. Iniciativa virtual do grupo NodoCultura (http://nodocultura.com), a linha lista cronologicamente uma série de estudos importantes do campo, desde a pesquisa pioneira de H. H. Higgins sobre o valor educativo do museu, conduzida em 1884, na Inglaterra, até o recente estudo de Anne-Marie Émond, realizado em 2012, no Canadá, em que se analisam os comentários do público feitos no decorrer de sua visita. No momento, a linha conta com 43 estudos, cada um deles com referências e síntese dos principais achados. Mas a ideia é que a lista vá crescendo por meio da colaboração de estudantes, especialistas e profissionais do campo e que, futuramente, ela possa representar um panorama mais completo dos estudos sobre públicos e museus. A linha do tempo está disponível em: <http://publicosymuseos.nodocultura.com>. Para colaborar com a iniciativa, clique em: <http://publicosymuseos.nodocultura.com/colabora>.
4. Percepções sobre C&T em livro - Como o brasileiro vê a ciência e a tecnologia? Para responder a essa pergunta, foram realizadas até hoje no país quatro enquetes com amostras representativas e estratificadas da população. Os resultados da última delas, realizada em 2015, acabam de ser publicados no livro A ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros – percepção pública da C&T no Brasil 2015. A pesquisa, encomendada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), ouviu cerca de 2 mil jovens e adultos, em todas as regiões do país, sobre aspectos como: interesse em C&T e assuntos relacionados; grau de acesso à informação; avaliação da cobertura da mídia sobre o tema; opinião e respeito de cientistas; papel da C&T na sociedade; entre outros. A ideia é que os dados produzidos nas enquetes subsidiem os processos de tomada de decisão e políticas públicas no setor. O livro, publicado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), está integralmente disponível em <https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/percepcao_web.pdf>
5. Música, amizade e política – "Coisas que a gente se esquece de dizer / Frases que o vento vem às vezes me lembrar / Coisas que ficaram muito tempo por dizer...". Os versos são da canção “O trem azul”, do disco Clube da Esquina, lançado em 1972, em pleno Regime Militar. O nome do álbum é uma referência ao coletivo de artistas formado por Milton Nascimento e músicos como Lô Borges, Beto Guedes e Toninho Horta, que sacudiu a cena cultural brasileira na década de 1970. O Espaço do Conhecimento da UFMG, em Belo Horizonte, resgata a história do grupo na exposição “Canção Amiga – Clube da Esquina”. Nela, apresenta aos visitantes um contexto de importantes transformações políticas, culturais e sociais, no qual uma nova musicalidade foi criada a partir de grandes amizades e da fusão de tendências e ritmos, a princípio, irreconciliáveis. Fruto do trabalho do Centro de Referência da Música de Minas, também vinculado à UFMG, a mostra conta com trilha sonora exclusiva, desenvolvida por professores e alunos da Escola de Música da universidade. No Planetário do Espaço, um documentário especialmente produzido para a exposição, Entre Discos e Esquinas, propõe uma imersão na musicalidade do grupo. “Canção Amiga – Clube da Esquina” fica em cartaz até setembro, no segundo e no quinto andar do Espaço do Conhecimento, localizado na Praça da Liberdade, nº 700. A entrada é gratuita de terça a domingo; já as entradas para o Planetário custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Mais informações em: <http://www.espacodoconhecimento.org.br/cancao-amiga-clube-da-esquina>.
6. Corte, costura e tecnologia – A preocupação com o consumo desenfreado vem se disseminando na sociedade. Ainda bem! Inserida nesse movimento, a indústria da moda está passando por um exame de consciência. Termos como slow-fashion e reciclagem de roupa estão se espalhando. Propor uma moda mais inclusiva, sustentável e responsável é o que a nova exposição temporária do Museu do Amanhã, “Interface/Interlace”, busca. A ideia da mostra surgiu com o encontro de estilistas e designers de roupas que, durante cinco meses, estiveram juntos de especialistas de novas tecnologias em um programa de residência chamado “Tecnologia na moda”. Na exposição, são apresentadas peças produzidas com diferentes técnicas e processos, como impressão 3D, corte a laser e biotecidos. Será que há uma nova forma de fazer e consumir moda? Para pensar na resposta, vale a visita à exposição, que fica em cartaz até 15 de novembro no Laboratório de Atividades do Amanhã. O Museu do Amanhã está localizado na Praça Mauá, nº 1, centro, no Rio de Janeiro, e funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. O ingresso custa R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia. Para mais informações, acesse: < https://museudoamanha.org.br/pt-br/interface-interlace>.
7. Science Slam Brasil – Ei, pesquisador, que tal divulgar o seu projeto de pesquisa e concorrer a uma viagem à Europa? Nada mal, né? Então participe do Science Slam, um concurso voltado a cientistas que tem como foco a divulgação da ciência para um público diverso de forma instigante e divertida. O evento é organizado anualmente pela Eurassex, uma iniciativa da Comissão Europeia que promove o intercâmbio de pesquisadores entre a Europa e todas as regiões do mundo. A edição brasileira é voltada para pesquisadores ativos no Brasil, de todas as nacionalidades e áreas de pesquisa. Estudantes a partir do mestrado também podem participar. Os interessados devem completar um formulário de inscrição e mostrar em até 3 minutos como pretendem apresentar sua pesquisa ao vivo. Os candidatos podem optar por enviar um vídeo da sua apresentação ou fazer uma apresentação ao vivo pelo Skype para os representantes da Eurassex Brasil. Os interessados têm até 15 de setembro para submeter sua candidatura, que pode ser em português ou inglês. Os candidatos com as cinco melhores ideias terão todas as despesas pagas para participar da final no Rio de Janeiro, em 25 de outubro, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Para se inscrever, acesse <http://bit.ly/candidacy_EURAXESSScienceSlamBrazil>. Para mais informações sobre o Science Slam, acesse <www.scienceslambrasil.com>. Aproveite a oportunidade. Sua criatividade é o limite!
8. Ciência cidadã, missão Alzheimer – Se divertir e ao mesmo tempo contribuir para a descoberta de novas informações sobre a doença de Alzheimer. Essa é a proposta do jogo online Stall Catcher, lançado pelo Instituto de Computação Humana (HCI, na sigla em inglês) da Universidade de Cornell (EUA). O jogo é um projeto de ciência cidadã, conceito discutido mundialmente, com centenas de iniciativas que unem cientistas e cidadãos na busca de soluções para questões de interesse da sociedade. No caso do Stall Catcher, pesquisadores do Laboratório Schaffer – Nishimura, da mesma universidade norte-americana, conseguiram identificar o mecanismo responsável pela redução significativa do fluxo sanguíneo na doença de Alzheimer e reverter alguns sintomas típicos da enfermidade, mas afirmam que a identificação de vasos sanguíneos obstruídos é um ponto crucial na pesquisa. E esta tarefa é melhor realizada por olhos humanos, ou melhor, por muitos olhos humanos. O jogo foi elaborado de forma que pessoas de todas idades, sem conhecimento científico, possam ajudar pesquisadores a analisar uma grande quantidade de dados. O jogo desafia os participantes a identificar os vasos sanguíneos obstruídos em vídeos reais e de curta duração de cérebro de rato. Quanto mais vasos obstruídos o jogador encontrar, mais pontos ganha. A iniciativa envolve pesquisadores brasileiros engajados em projetos de ciência cidadã. Para mais informações sobre o projeto e participar do jogo, acesse <https://stallcatchers.com>.
9. Sua pesquisa em 14 idiomas! – Apresentar seu tema de pesquisa em até três minutos, de forma descomplicada e em vídeo. Este foi o desafio colocado a estudantes de mestrado e doutorado da América Latina, Caribe e África pelo projeto Imagine-PanGea. Desafio aceito! Os quatro vídeos vencedores foram lançados este mês, em cerimônia realizada na 69ª Reunião Anual da SBPC, em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, João Marcelo Silva, da Universidade Federal do ABC (São Paulo), recebeu certificado de Comunicador Científico de Excelência por seu vídeo sobre o impacto de metais pesados na fauna de estuários, que ficou em primeiro lugar geral na competição. Iniciativas como esta estão se disseminando em diferentes espaços e têm o duplo mérito de estimular cientistas a testarem – e melhorarem! – suas habilidades comunicativas e de síntese e de divulgar mais amplamente conhecimentos que muitas vezes ficam restritos ao meio acadêmico. Todos os vídeos estão disponíveis no YouTube e serão traduzidos para 14 idiomas, incluindo línguas nativas como o Guarani, Quechua e Iorubá. Acesse: <https://www.youtube.com/playlist?list=PLb5PhrSuJz9DsHA-OPi2ryZJZ7iThkgWG> e se inspire!
10. Mestrado no Labjor – O Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, um dos importantes centros de pesquisa em divulgação científica do país, abre, no dia 1º de agosto, inscrições para o processo seletivo de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural. Criado em 2006, o curso visa formar mestres capazes de compreender a função social da ciência e da cultura do país, para que haja uma divulgação mais eficiente de sua produção. Pretende também, através da mídia, propiciar uma avaliação crítica das políticas de C&T no país e da divulgação cultural de mercado. A seleção terá duas etapas. A primeira – entre 1 e 25 de agosto – consiste na análise de documentos (formulário de inscrição, histórico, currículo e projeto) por uma comissão de docentes. Na segunda – de 24 de outubro a 7 de novembro –, os candidatos serão avaliados em prova escrita de inglês e entrevista. Podem se submeter ao processo candidatos graduados em qualquer área de curso superior reconhecido pelo MEC. O prazo para a inscrições é 25 de agosto. Confira o edital completo em: <http://www.labjor.unicamp.br/?page_id=2700>.
Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Luisa Massarani, Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim, Renata Fontanetto e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Luis Cláudio Calvert. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. Se você não quer mais receber Ciência & Sociedade, envie um e-mail para <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. A coleção completa de Ciência & Sociedade está disponível em <http://www.museudavida.fiocruz.br/cs-l>.