Por Rodrigo Narciso
Já imaginou escalar uma célula gigante, entender o funcionamento detalhado do olho humano ou descobrir como nossa audição funciona por dentro? Tudo isso se tornou ainda mais fascinante após as recentes obras de restauro no Parque da Ciência do Museu da Vida Fiocruz. Todos os aparatos do Parque receberam melhorias.
Com mais de duas décadas dedicadas à divulgação científica, o Museu da Vida Fiocruz acaba de celebrar seus 26 anos de história renovando um de seus espaços mais queridos do público, proporcionando aos visitantes experiências ainda mais interativas.
Valorização da memória científica e combate ao negacionismo
Durante dois meses, a equipe técnica liderada pelo cenógrafo Rodney Wilbert executou os módulos Solte a Voz, Vibrando e Ouvindo, e Espelhos Sonoros. Nos demais aparatos, também foram executados pequenos reparos, como recuperação mecânica e substituição de peças, além da recuperação de pinturas.
Para Wilbert, estas obras têm um significado que vai além do aspecto visual e estético:
As obras valorizam e celebram a memória da ciência e da saúde, que são alicerces que contribuíram para a construção dos 26 anos de Museu da Vida. Ao restaurar essas obras, podemos confirmar a importância da divulgação científica em tempos obscuros, quando o negacionismo assume algumas rédeas da sociedade e nos conduzem a valores questionáveis e percepções rasas sobre a democracia e a vida, declara.
O que muda para os visitantes?
As melhorias são sentidas diretamente pelos visitantes, que agora conseguem observar com maior clareza as informações contidas nos diversos aparatos do Parque da Ciência:
Com o restauro, o público pode conhecer e reconhecer detalhes, por exemplo, de uma célula, do Sol e do aparelho auditivo, como se olhasse através de um grande e invisível microscópio. Microscópio esse que possibilita olhar com novas lentes para a grandiosidade da vida que nos cerca e nos forma, destaca.
Arte e ciência: curiosidades técnicas da obra
Durante o período de obras, o Parque da Ciência se transformou em um verdadeiro laboratório de pesquisa, onde os artistas trabalharam com consultores científicos na recuperação dos equipamentos. Um dos destaques foi a pintura artística realizada nos Módulos Solte a Voz e Vibrando e Ouvindo, que agora retratam pessoas negras, buscando maior representatividade junto ao público visitante.
Para Rodney, o processo de restauração foi como um exercício arqueológico e científico.
- Costumava dizer ao longo desse período que eu, minha equipe de artistas e consultores científicos vivenciamos um processo arqueológico: buscando reencontrar no passado, que estava nas nossas mãos, o caminho para trazer cada objeto à sua máxima potência para os tempos atuais", comenta.
As intervenções de restauro contemplaram especialmente os três ambientes temáticos do Parque da Ciência, trazendo novas cores, detalhes restaurados e maior clareza nas explicações das atrações interativas.
Venha visitar
Com todas essas melhorias, visitar o Parque da Ciência se tornou uma experiência ainda mais enriquecedora e divertida. O público está convidado a conhecer de perto os resultados dessas obras que unem história, ciência e arte em um só lugar.
Não perca a oportunidade de descobrir tudo isso com seus próprios olhos! Visite o Parque da Ciência do Museu da Vida Fiocruz e se surpreenda!
O restauro dos aparatos cenográficos do Parque da Ciência faz parte do projeto Plano Bianual do Museu da Vida Fiocruz 2024-2025, aprovado pela Lei Rouanet, com a gestão cultural da Associação Amigos do Museu da Vida Fiocruz, apoio institucional da Fiotec e patrocínio da Merck, Abbott e White Martins. A realização é do Museu da Vida Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.
Fotos: Vitor Vogel
Publicado em 03 de setembro de 2025