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Créditos: Flavia Braga

Se você já teve a oportunidade de conhecer o Museu da Vida Fiocruz, pôde reparar que o Centro de Recepção é mais que uma área de acolhimento do público. É um espaço que combina ciência e arte, o ponto de partida da experiência dos visitantes.

Uma das joias deste local fica de frente ao anfiteatro. O painel de mosaicos concebido pelo renomado artista Glauco Rodrigues cativa os olhos com uma fusão de formas geométricas e cores intensas. É um verdadeiro convite para conhecer a Fiocruz e a história da saúde pública no Brasil.

O acervo do Museu da Vida Fiocruz possui uma série de desenhos e estudos que permitem conhecer melhor o processo de criação desta obra. Vamos conhecer?

 

Quem foi Glauco Rodrigues?

Glauco Rodrigues. Foto: Guia das Artes.

Glauco Otávio Castilhos Rodrigues (1929-2004) foi um renomado artista plástico, nascido em Bagé (RS), em 1929. Autodidata, começou a pintar em 1945, até que recebeu, quatro anos depois, uma bolsa de estudos da prefeitura de sua cidade para estudar na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Tanto em Bagé como no Rio de Janeiro, movimentou a cena artística ajudando a fundar clubes de gravura e participando de importantes exposições no Museu de Arte Moderna.

A partir de 1950, sua produção se aproxima da arte abstrata e geométrica. Na década seguinte, produz obras sob a influência da arte pop, em que o humor, o carnaval, a natureza tropical e temas nacionais são muito presentes.

Glauco Rodrigues desenvolveu seu próprio estilo, que se caracteriza por formas geométricas precisas, cores vibrantes e uma abordagem abstrata. Além de pinturas, também trabalhou com serigrafia e litografia, expandindo ainda mais seu alcance como artista. Ele incorporou em seus trabalhos personagens históricos, juntamente com figuras contemporâneas.

Já na sua idade madura, dedicou-se à arte do mosaico, passando os últimos anos de vida na realização de trabalhos na Fundação Oswaldo Cruz e no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. Foi reconhecido com vários prêmios, entre os quais se destacam o Prêmio Golfinho de Ouro - Artes Plásticas e Prêmio Ministério da Cultura Candido Portinari – Artes Plásticas.

 

Desenhos de Glauco Rodrigues no Museu da Vida Fiocruz

No final da década de 1990, o recém-inaugurado Museu da Vida foi idealizado com um Centro de Recepção pelos arquitetos Benedito Tadeu de Oliveira e Renato da Gama-Rosa Costa. Inspirado em antigas estações de trens, este espaço já era destinado ao acolhimento dos visitantes oferecendo instalações e condições para iniciar a visita e, através de um trenzinho sobre rodas, levar as pessoas para os espaços de visitação espalhados pelo campus Fiocruz Manguinhos.

Nas comemorações dos 100 anos da Fundação Oswaldo Cruz, no ano 2000, Glauco Rodrigues foi convidado pela então presidência da instituição para desenvolver um grande painel no espaço.

Centro de Recepção do Museu da Vida Fiocruz. Foto: Nathalia Werneck

 

O artista desenvolveu uma composição personalizada em mosaico Bisazza, feito com pequenas pastilhas de cerâmica coloridas. O painel retrata personalidades e temas da história da saúde, como Louis Pasteur, Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, o Prêmio Shaudinn, premiação pela descoberta da doença de Chagas, e as expedições científicas realizadas no Amazonas, Minas Gerais e Rondônia durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

No acervo do Museu da Vida Fiocruz, existe um conjunto de desenhos e rascunhos que foram desenvolvidos como estudos para a criação do painel.

 

Rascunhos de volume, dimensões e cores. Acervo: Museu da Vida Fiocruz

 

Figuras masculinas em plano americano em tons de vermelho, representando os cientistas e técnicos

durante expedições nas regiões norte e centro-oeste do país. Acervo: Museu da Vida Fiocruz

 

Estudo de composição e cores. Acervo Museu da Vida Fiocruz

 

Estudos de composição inspirados em fotografias do arquivo institucional. Acervo: Museu da Vida Fiocruz

 

Estes são apenas alguns exemplos de croquis que ajudaram a compor o mosaico. Com sua abstração, Glauco Rodrigues conectou a arte ao conhecimento científico que transforma o painel em uma atração enriquecedora.

Você tem a oportunidade de explorar as obras em profundidade, fazer perguntas e compartilhar suas próprias interpretações. Venha visitar o Museu da Vida Fiocruz!

 

Informações técnicas do objeto:

Materiais: papel, madeira, tinta, grafite

Autor: Glauco Rodrigues

Origem: Brasil

Data: 1997

 

Fontes:

BEVILAQUA, D. V.; RAMALHO, M.; ALCANTARA, R.; COSTA, T. (Orgs.). Museu da Vida: Ciência e Arte em Manguinhos. Rio de Janeiro: Fiocruz / Casa de Oswaldo Cruz, 2017.

COSTA, Renato da Gama-Rosa; PESSOA, Alexandre Jose de Souza. 1991-2000. In.: Um lugar para a ciência: a formação do campus de Manguinhos. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2003. Disponível em: https://books.scielo.org/id/styg9/pdf/costa-9786557081136-14.pdf

FLORÍDIA, Marília Longo Araújo. A intertextualidade na arte de Glauco Rodrigues. Revista Visuais, nº 4, v. 3, 2017, p. 190-217.

GLAUCO RODRIGUES. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1529/glauco-rodrigues.

GLAUCO RODRIGUES. In: Guia das Artes. Disponível em: https://www.guiadasartes.com.br/glauco-rodrigues/obras

 

Créditos:

Objeto em Foco é um produto de divulgação do acervo museológico sob a coordenação de Inês Santos Nogueira e Pedro Paulo Soares

Serviço de Museologia - Museu da Vida Fiocruz

 

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Funcionamento:  de terça a sexta, das 9h às 16h30; sábados, das 10h às 16h.

Fiocruz: Av. Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro. CEP: 21040-900

Contato: museudavida@fiocruz.br | (21) 3865-2128

Assessoria de imprensa: divulgacao@fiocruz.br

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