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Por Tatiane Lima, Douglas Mota, Déborah Araujo, Ygor Costa e Julianne Gouveia

 

 

 

A ciência precisa andar de mãos dadas com a sociedade. Por conta disso, o dia 17 de outubro na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Fiocruz foi marcado por aprendizados e trocas. No bate-papo “O que você sabe sobre anticapacitismo?”, os educadores e consultores em acessibilidade Felipe Monteiro, Fernanda Costa e Paulo Andrade apresentaram situações e atitudes que fazem a diferença no dia a dia de pessoas com deficiência.

“O primeiro passo é se aproximar da pessoa com deficiência sem receio, conversar para entender o que precisa ter no ambiente onde ela está e qual tipo de material de trabalho usar para fazer com que a pessoa se sinta bem. Por exemplo, perguntar para a pessoa cega se o material de informação que ela prefere é em Braille ou em áudio, não decidir por conta própria. Por isso a gente defende tanto o papel do consultor”, explica Felipe Monteiro.

Em concordância com o colega, para Fernanda Costa a acessibilidade “é muito mais sobre recursos humanos do que recursos físicos, é sobre ser simpático e acolhedor”. A educadora expôs a falta de compreensão e de uma comunicação clara no cotidiano de uma pessoa autista. Por sua vez, Paulo Andrade destacou o aprendizado de Libras para “aprender junto”, buscando melhorar a comunicação de pessoas ouvintes com pessoas surdas.

Na Tenda da Ciência, a artista Carine Braga marcou presença com a lúdica peça teatral “As Vozes do Oceano”. Em meio a tantas vozes, a água-viva Mila emerge até a superfície terrestre para alertar os humanos sobre a quantidade de plástico jogado nas águas. Mila, interpretada por Braga, conversa e mostra para as crianças como o ecossistema está sucumbindo, o que é possível fazer diante desse cenário e como as crianças podem ser uma voz do oceano para ajudar o planeta Terra.

 

Educação inclusiva e participativa

Um grupo de alunos e professores do curso Pré-Vestibular Comunitário de Mesquita, na Baixada Fluminense, realizou uma visita ao campus da Fiocruz, em Manguinhos. Além de acompanharem as exposições sobre a história da Fundação e o mundo dos seres microscópicos, eles participaram de uma visita mediada ao Castelo Mourisco e de uma oficina sobre a visibilidade de personalidades negras. O passeio também incluiu a visita aos estandes da Feira de ciências da SNCT, onde puderam conhecer diversas pesquisas.

Na própria Feira, uma das atividades foi “Por Dentro da Área Técnica do BioParque Rio”, experiência que ofereceu detalhes sobre como o BioParque, localizado na Quinta da Boa Vista, cuida dos animais do espaço, desde a criação de diferentes espécies até os cuidados médicos especializados. “A exposição que trouxemos faz uma referência aos cuidados da saúde mental do animal e passa por detalhes como a educação ambiental, importante para inspirar futuros defensores da natureza”, detalha Victoria Paraense, uma das mediadoras da atividade.

Ainda na Feira, o Instituto Nacional de Cardiologia abordou a atração “Cardiomiopatias: saúde sustentável com a genômica”, focada em dialogar com o público sobre como a genômica cardiovascular está transformando a saúde e o bem-estar de milhares de pessoas. A pesquisadora Helena Cramer, coordenadora de ensino e pesquisa do Instituto, ressalta que a Semana foi importante para dialogar sobre um estudo multicêntrico que o Instituto vem realizando. Segundo ela, 75% das mortes súbitas em pessoas de 15 a 30 anos são causadas por doenças hereditárias do coração, que podem ser reduzidas com diagnóstico precoce.

“Trata-se do estudo Renômica – Rede Nacional de Diagnósticos Genéticos de Cardiopatias Hereditárias. Temos material de apoio para alunos, professores, cientistas e outras pessoas interessadas. Há corações de diferentes tamanhos para mostrar a importância do diagnóstico genético, ferramenta essencial para a população e que pode render economia de dinheiro para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma.

Assim como a Fiocruz realiza ações territoriais em que a ciência é levada para diversos territórios, o Sesc, parceiro institucional da Fiocruz durante a SNCT, leva a ciência para as escolas que não possuem laboratórios. A finalidade do projeto “Caminhos para uma Educação Inovadora” é possibilitar que professores de escolas possam fazer experimentos com seus alunos a partir de materiais selecionados pelos próprios estudantes. No roteiro “Ciência Fora da Caixa”, o material é encaminhado dentro de uma e vem acompanhado de um roteiro para execução.

 

Mulheres e meninas na ciência

Uma plateia majoritariamente feminina esteve em Bio-Manguinhos para ouvir a experiência de cinco grandes mulheres cientistas da Fiocruz no bate-papo “Mulheres e Meninas na ciência: caminhos até o Pasteur”. Todas elas são egressas do Instituto Pasteur.

A mediação foi da coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz Cristina Araripe, que chamou à mesa durante a abertura da atividade a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), Cristiani Machado, além das assessoras do Centro de Relações Internacionais da Fiocruz Ilka Vilardo e Ana Helena Freire.

As convidadas Alzira Paiva de Almeida (Instituto Aggeu Magalhães / Fiocruz Pernambuco), Najla Benevides de Matos (Fiocruz Rondônia), Elisa Cupolillo (IOC/Fiocruz)Leila de Mendonça Lima (IOC/Fiocruz) e Teca Calcagno Galvão (IOC/Fiocruz) compartilharam suas trajetórias na ciência, com especial atenção ao período de formação e pesquisa no Instituto Pasteur de Paris.

“A mulher pode ser e fazer o que ela quiser”, resumiu Alzira Paiva de Almeida, que coordena o Serviço Referência Nacional em Peste e acumula quase 60 anos de dedicação à ciência.

 

Meio ambiente e microrganismos

Já no projeto “Existe meio ambiente em favelas”, fotos das favelas de Manguinhos, Jacarezinho, Complexo do Alemão e Complexo do Lins ficaram expostas para informar sobre saneamento básico para as populações que moram próximas à bacia hidrográfica do Canal do Cunha, na zona norte do Rio de Janeiro. A exposição é uma oportunidade de trazer à tona o papel ativo da comunidade na preservação do meio ambiente e, consequentemente, do canal do Cunha. O projeto conta com a atuação de diversas instituições, incluindo alguns setores da Fiocruz, como a Casa de Oswaldo Cruz (COC), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).

O Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos do Instituto Oswaldo Cruz abordou o tema “A vida misteriosa das leveduras”, mostrando ao público a importância dos fungos para a saúde, o meio ambiente, a indústria alimentícia, bem como seu potencial biotecnológico. Outra atividade que fez sucesso entre os participantes foi a “FioAntar, o projeto da Fiocruz na Antártica”, primeiro projeto da Fundação na região. O FioAntar busca investigar microrganismos que circulam no ambiente antártico, assim como oportunidades para o desenvolvimento da biotecnologia. Diversos laboratórios da instituição estão trabalhando em conjunto nas amostras coletadas pela equipe. São coletadas amostras de fezes, solo, água, líquens e carcaças. O objetivo do projeto é gerar conhecimento de vigilância e prevenção epidemiológica que se traduz em benefícios para a população brasileira e o SUS.

 

Publicado em 18 de outubro de 2023. 

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