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Por Fernanda Costa, Felipe Monteiro, Paulo Andrade e Bianca Reis

 

 

Você sabe o que é capacitismo? De acordo com Marchesan (2021), trata-se do preconceito em relação às pessoas com deficiência que surge a partir da ideia de que essa comunidade possui todas as suas capacidades limitadas, como se fossem inválidas. Todavia, a cada dia, percebe-se a inserção das pessoas com deficiência nas mais diferentes áreas da sociedade: social, profissional, acadêmica, entre outras.

Destacamos que, entre os séculos 15 e 19, a deficiência foi entendida como uma questão histórica e social constituída por interfaces políticas, econômicas e educativas, sendo considerada como uma expressão da diferença.

Nessa discussão, a concepção de deficiência como uma variação do normal da espécie humana foi uma criação discursiva do século 18, e, desde então, ser diferente é experimentar um corpo fora da norma. O corpo com deficiência somente se delineia quando contrastado com uma representação do que seria o corpo sem deficiência.

Entretanto, hoje ainda convivemos com o modelo médico, que entende a pessoa com deficiência como um fenômeno biológico, ou seja, baseia-se unicamente em características individuais de ordem clínica. Essa abordagem preconiza ações normalizadoras enquanto rotula os indivíduos como inaptos e ignora as estruturas sociais que impedem sua participação. Em contraposição a esse modelo, encontra-se o modelo social que retira do indivíduo a origem da desigualdade experimentada pelos deficientes. Essa é uma corrente teórica e política que se contrapõe ao modelo médico, trazendo à discussão políticas de bem-estar e de justiça social para estas pessoas.

Em paralelo a essa questão, consideramos o avanço do que denominamos de tecnologias assistivas. De acordo com o que está explícito na Lei Brasileira de Inclusão/Estatuto da Pessoa com Deficiência de n. 13.146 de 6 de julho de 2015 (Art. 3º, incisos III e IV), refere-se a produtos, equipamentos dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que promovem a funcionalidade no que tange a atividade e participação da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida com intuito de promover a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.


Ações no Museu da Vida Fiocruz

Em consonância com a importância de fortalecer a luta da pessoa com deficiência, o Museu da Vida Fiocruz está realizando ao longo desse mês o evento Setembro Inclusivo, com ações que buscam sensibilizar e despertar a empatia , promovendo um olhar para além da deficiência. Busca-se promover os diferentes tipos da dimensão da acessibilidade como a atitudinal, relacionada à postura anticapacitista e não preconceituosa; a instrumental, quando se utilizam as tecnologias assistivas; e a comunicacional, quando utilizamos a audiodescrição, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legenda, além de informações relevantes sobre o acolhimento das pessoas neurodivergentes.

Essas ações estão alcançando seu ápice no Museu da Vida Fiocruz agora, porém, já vem sendo realizadas desde o ano de 2014. É fundamental a assiduidade dessas ações porque elas se tornam instrumentos de visibilidade, motivando o protagonismo e fortalecimento da luta pelos direitos das pessoas com deficiência no Museu e na Fiocruz como um todo, diminuindo o capacitismo por meio de informações, sempre considerando o lema: “nada sobre nós sem nós”.


Referências:

BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 27 jun. 2023.

MARCHESAN, ANDRESSA, and REJANE FIEPKE CARPENEDO. "Capacitismo: entre a designação e a significação da pessoa com deficiência." Revista Trama 17.40 (2021): 45-55. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/download/26199/17003/100306. Acesso em: 29 ago. 2023.


Foto: Jcomp / Freepik

Publicado em 21 de setembro de 2023. 

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