Por Teresa Santos
Haja emoção! Este sentimento marcou o primeiro dia do Festival de Cultura Popular Brasileira. A programação cultural da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) trouxe diferentes cantinhos do Brasil para dentro do campus Manguinhos.
Além dos visitantes externos, o público da SNCT também é composto por trabalhadores da própria Fiocruz. Segundo Héliton Barros, chefe do Museu da Vida Fiocruz, trata-se de um evento que congrega pesquisadores, técnicos, alunos de diferentes níveis, desde ensino médio até pós-doutorado.
- Todo mundo está muito feliz de estar de volta. É bom ver o Museu, o campus da Fiocruz com tanta vida, com tanta energia. O festival é uma novidade. Ele estava previsto para 2020, mas acabamos não conseguindo fazer por causa da pandemia. Resolvemos fazer a primeira edição esse ano, associando-o à SNCT como uma forma de brindar a todos que estão vindo, destacou.
Teatro e performance na programação
De fato, não faltou encanto no primeiro dia do Festival. O dia começou com uma menina para lá de esperta e, literalmente, à frente do nosso tempo, fazendo um chamado aos terráqueos: sim à vacinação! A peça 'Zia: Missão do mundo invisível' foi apresentada na Tenda da Ciência Virgínia Schall. A esquete teatral coordenada por Carolina Lopes, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), foi criada especialmente para a SNCT 2022.
“Nós estamos passando por uma problemática de saúde pública que é a baixa adesão à vacinação infantil. Então, surgiu a oportunidade de criar essa performance”, destacou Carolina. O projeto se concretizou junto com o grupo teatral Três Pontos É um Plano, formado pela pesquisadora, por Marcelle Seba e Francisco Pitta. “Estamos sendo bombardeados de fake news e temos que dar uma resposta a isso. Não agir é uma omissão”, ressaltou Francisco.
Regina Lana, médica do INI, explicou que a esquete é apenas um dos formatos que a instituição está trazendo para a edição de 2022 da SNCT. “Há dez anos o INI participa do evento e esse ano está sendo ótimo, pois é o primeiro ano presencial desde o início da pandemia, e o contato com o público é maravilhoso”, ressaltou.
Não poderia faltar na programação cultural da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) o teatro produzido pelo Museu da Vida Fiocruz. Os visitantes também puderam assistir a uma sessão da peça ‘É o Fim da Picada’ na Tenda da Ciência Virgínia Schall. Com muito humor, os atores chamaram atenção para dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Carnaval e jongo são destaques
Com muita cor, música e alegria, o grupo Oficina da Rua trouxe o Carnaval para dentro do campus Manguinhos. Os artistas conduziram cortejos pela Fiocruz com direito a marchinhas, pernaltas e muito samba. “Quando a gente entrou na tenda da SNCT, onde estava acontecendo a programação científica, foi muito legal porque gerou uma movimentação, um burburinho”, afirmou Elisa Caldeira, artista pernalta. O encontro de ciência e cultura, que, segundo ela, em um primeiro momento, parecem distantes, evidenciou que existe, sim, muita conexão entre as áreas. “As crianças gostaram muito e nós também. Fiquei inclusive com vontade de voltar à tenda depois. Ou seja, despertou minha curiosidade”, pontuou.
Teve ainda almoço em grande estilo! Às 12h, o palco do Centro de Recepção do Museu da Vida Fiocruz recebeu o grupo Razões Africanas. Sob o comando de Dely Monteiro e Lazir Sinval, descendentes diretas das famílias jongueiras tradicionais de Madureira, a apresentação empolgou a plateia.
Mas, se um show já é bom, imagina dois! Durante a tarde, foi a vez do Jongo da Serrinha! O ritmo, que é tido como “o pai do samba” levantou o público mais uma vez. Lazir Sinval, que integra os dois coletivos, resumiu o que significou este dia: “Foi algo muito especial por toda a natureza, por todos os orixás, pela força da nossa cultura. A cultura tem um papel muito importante, fundamental para tudo na vida, principalmente para a educação”, ressaltou, acrescentando a importância da ancestralidade.
Para Geraldo Casadei, produtor do Museu da Vida Fiocruz que está à frente da organização do braço cultural da SNCT com o Festival de Cultura Popular Brasileira, o primeiro dia superou as expectativas. “O show do Razões Africanas foi lindo, o do Jongo da Serrinha também foi incrível. Acho que o primeiro dia já está como um dos melhores dias do Festival”, pontuou, destacando que os ritmos brasileiros chamam muito a atenção das pessoas.
Ele reforçou ainda outro aspecto importante do evento: a inclusão dos agentes culturais de Manguinhos e Maré.
- O festival vem movimentar a cultura, principalmente, no território, que tem pouco espaço na mídia. Ele possibilitou que as pessoas e os grupos que fomentam a cultura nos territórios ocupem o Museu. A participação deles tem sido fundamental não só na feira de artesanato e de comidas típicas, mas também nas apresentações. Além disso, muitas equipes têm participantes do território atuando junto com a gente na produção da SNCT e do Festival de Cultura, ressaltou, destacando que sua equipe é composta por alunos do Programa de Iniciação à Produção Cultural (Pró-Cultural) do Museu da Vida Fiocruz. “Eles estão atuando pela primeira vez na produção de um evento de grande porte. Esse é outro ganho importante”, afirmou.
O Museu da Vida Fiocruz tem como patrocinadores máster Santander, Abbott e Enauta. A iniciativa também conta com o patrocínio da EDF Norte Fluminense, Supergásbras, Bayer, Dataprev, Technip FMC, White Martins, S&P Global, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e copatrocínio de Concremat e Fresenius.
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Publicado em 19 de outubro de 2022.