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A medicina evoluiu em larga escala no último século. Muito disso se deu não apenas nos grandes feitos e descobertas científicas, mas também nas pequenas inovações que facilitaram o dia a dia dos profissionais de saúde. O estojo esterilizador de fabricação alemã Citosteril foi um destes instrumentos. Com ele, os médicos ficavam livres de restrições impostas pela eventual falta das condições mínimas para executar com êxito suas intervenções. Era, portanto, uma ajuda importante na realização de visitas médicas, consultas, curativos e pequenas cirurgias, um equipamento prático, especialmente útil para os profissionais que trabalhavam em campo.

Créditos: Flávia Braga / Museu da Vida Fiocruz

Produzido pela Injecta A.G., empresa com sede em Berlim, o Citosteril era, ao mesmo tempo, estojo esterilizador e kit cirúrgico. De acordo com as informações disponíveis no catálogo do fabricante, publicado em 1930, em apenas três segundos o esterilizador era montado, e a placa com os instrumentos fixados poderia ser retirada e colocada para baixo ou para fora do conjunto principal. Assim, era possível realizar esterilizações a qualquer momento e em qualquer lugar, sem a necessidade de preparações mais complexas ou de instalações específicas.

Créditos: Catálogo Injecta, 1930

Ele continha uma caixa para agulhas hipodérmicas, um kit de seringas, outro para suturas, materiais para curativos, além de poder acondicionar ampolas diversas. O interior do estojo era composto por duas placas de metal unidas por dobradiças que rebatiam uma sobre a outra como uma página de livro. Na placa superior, que era removível, estavam fixados os seguintes instrumentos: um estilete, dois bisturis, uma pinça de dissecção, uma pinça com um e dois dentes, uma pinça hemostática Péan, uma pinça hemostática (que era, ao mesmo tempo, um porta-agulhas), uma caixa metálica com seis agulhas de sutura, uma tesoura reta, seis agulhas Record de inox e uma alça para retirada da placa do esterilizador. Na placa inferior, estavam fixados os seguintes objetos: um frasco de álcool, um frasco contendo fio de sutura, uma seringa Record de dois centímetros cúbicos, uma lamparina de álcool, além de espaço para o encaixe de seis ampolas, que não eram fornecidas com o estojo.

 

Haity Moussatché: quem foi o dono deste objeto

Créditos: Flávia Braga / Museu da Vida Fiocruz

O estojo Citosteril que faz parte do acervo museológico da Fiocruz pertenceu ao médico e pesquisador Haity Moussatché (1910-1998). Nascido em Esmirna (Turquia), em 1910, e formado em medicina pela Universidade do Brasil, ingressou no Instituto Oswaldo Cruz como estagiário em 1930. A partir de 1937, já efetivado, foi assistente, biólogo, professor, pesquisador e chefe da Secção de Farmacodinâmica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), onde também chefiou a Secção de Fisiologia no período entre 1958 e 1964.

Após ser cassado pela ditadura militar em 1970, no episódio conhecido como o Massacre de Manguinhos, mudou-se para a Venezuela, onde trabalhou na Universidade Centro-Ocidental Lisandro Alvarado. Em 1985, retornou ao Brasil e à Fundação Oswaldo Cruz, colaborando na reorganização do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica do IOC.

 

Informações técnicas sobre o objeto:
Fabricante: Injecta A.G.
Local: Alemanha
Período: [década de 1930]
Material: metal, vidro, fibra animal (fios de sutura), osso (alças do instrumento)
Medidas:5,5 (a) x 16,5 (l) x 9,0 (p) centímetros

 

Bibliografia e fontes:
Injecta A-G : Das Kennzeichen für hochwertige Qualitätserzeugnisse : la marque des produits de qualité supérieure, 1930. Catálogo consultado em 19/04/2022 e disponível em https://www.biusante.parisdescartes.fr/histoire/medica/resultats/index.php?do=chapitre&cote=10947Bx04x17
Haity Moussatché - verbete sobre o pesquisador do IOC, consultado em 19/04/2022 e disponível em https://www.ioc.fiocruz.br/pages/personalidades/HaityMoussatche.htm

 

Créditos:
Objeto em Foco é um produto de divulgação do acervo museológico sob a coordenação de Ines Santos Nogueira e Pedro Paulo Soares
Serviço de Museologia - Museu da Vida

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