Por Teresa Santos
O Invivo, portal de divulgação científica da Fiocruz voltado para educadores e alunos, está de cara nova. O canal, que desde 2002 se consolidou como fonte confiável de pesquisa e conteúdo escolar, acaba de ser relançado. A reestreia acontece em meio às atividades da Semana do Cérebro 2022 do Museu da Vida, que esse ano tem como tema ‘O Cérebro Social’.
O site traz um novo layout e novos conteúdos. O público já pode navegar por artigos, notícias e entrevistas distribuídos em seis editorias: Biodiversidade, Ciência e Tecnologia, Saúde, História, Sustentabilidade e Experimente. No último campo, será possível encontrar ainda vídeos e textos com o passo a passo para a realização de experiências.
Em função da Semana do Cérebro, que é uma campanha global coordenada pela Dana Foundation e que ocorre anualmente no mês de março, o relançamento contará com conteúdos especiais sobre o órgão central do sistema nervoso. Já ouviu falar em sinestesia, psicobióticos e teoria da mente? Essas e outras surpresas te aguardam no Invivo!
Invivo: uma história de sucesso
O Invivo nasceu de um desejo do Museu da Vida de criar um museu virtual. A ideia, no entanto, não era construir algo que replicasse as instalações do campus de Manguinhos em ambiente 3D, mas, sim, investir em um espaço virtual de divulgação científica.
Segundo Ana Palma, jornalista do Museu da Vida / Casa de Oswaldo Cruz e uma das idealizadoras do Invivo, o principal objetivo era dar acesso a informações corretas e confiáveis, em português, sobre saúde, ciência e tecnologia para o público em geral. “Visávamos ainda despertar a curiosidade e o interesse de jovens e adultos sobre temas científicos e dar apoio ao ensino formal”, destacou em entrevista ao MV.
Fábio Gouveia, pesquisador do Núcleo de Estudos de Público e Avaliação em Museus do Museu da Vida (NEPAM/MV/COC) que também esteve à frente da criação do Invivo, lembra, em entrevista ao MV, que na época em que foi lançado, o Invivo possibilitou pautar temas que, até então, não eram tão explorados no Museu. Era o caso, por exemplo, de conteúdos de astronomia.
No início, o feedback do público ajudou a nortear o desenvolvimento do site. “À medida que o Invivo se consolidava, fomos notando o interesse de professores e alunos, a existência de visitantes de Portugal e de países africanos de língua portuguesa, bem como os temas mais procurados. Ficamos surpresos ainda com o interesse de editoras de livros didáticos de utilizar nossas matérias em suas obras”, destaca Ana Palma.
De fato, pesquisas sobre o acesso ao Invivo mostraram que o público do portal se dividia em dois grandes grupos: o primeiro formado por professores e estudantes do segundo segmento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, e o segundo por pessoas sem relação com o ensino, mas interessadas em ciência e saúde. “Assim, reforçamos o conteúdo de apoio ao ensino formal, com matérias mais voltadas para o conteúdo apresentado em sala de aula. Paralelamente, não descuidamos de artigos voltados a satisfazer a curiosidade e intrigar nosso público geral”, lembrou Ana Palma.
Desde novembro de 2002, o site vem cumprindo sua missão de forma lúdica e criativa. Agora, de cara nova, o Invivo segue buscando despertar o interesse do público. Para Tereza Costa, educadora do Museu da Vida e atual editora de conteúdo do Invivo, a criação do site representou uma grande sacada para aquele período, pois possibilitou o acesso a conteúdo científico em uma linguagem atraente para um público muito jovem. “Por anos, o Invivo fez isso com periodicidade bastante regular. Foi produzida uma grande quantidade de matérias e o site ficou sendo um repositório de conteúdo confiável extremamente importante para o público escolar”, destacou em entrevista ao MV.
Além disso, Tereza ressaltou a importância do Invivo para a instituição. “No Rio de Janeiro, conhecemos o Museu da Vida porque conhecemos a Fiocruz, mas, em outros estados, muitas pessoas não conhecem o MV; a marca mais conhecida é a marca do Invivo”, afirmou.
Os números reforçam a história de sucesso da plataforma. Entre 2009 e 2021, foram quase 10,5 milhões de novos usuários, 19,5 milhões de visualizações de páginas e mais de 12 milhões de visitas, o que representa quase um milhão de visitas por ano.
O que esperar para o futuro do Invivo?
Com o passar do tempo e com o avanço tecnológico, a plataforma do Invivo precisou ser revista. “Estávamos carentes já há algum tempo e recentemente conseguimos pautar a atualização da plataforma de gestão de conteúdo e a revisão do layout. O Invivo está entre os sites mais visitados da Fiocruz e acho que ele tem potencial para se desenvolver ainda mais. A possibilidade de ter uma nova interface atualizada e que funciona melhor em ambientes diversos, como celular e em computadores com resolução maior, é muito interessante”, ressalta Fábio Gouveia.
A nova versão do Invivo vem com uma tecnologia mais moderna, que simplifica a rotina de atualização do site. A mudança traz ainda mais visibilidade e possibilita um maior engajamento das equipes do Museu da Vida, potencializando ainda mais a natureza colaborativa da ferramenta.
Para o futuro, o desejo, segundo Tereza Costa, é de que o portal mantenha a característica de divulgar conteúdo científico de forma simples, mas que também estabeleça um diálogo maior com a instituição. “Espero que o Invivo absorva mais a cara do Museu ou que o Museu absorva mais o Invivo porque, até então, eram coisas um pouco separadas, os processos de trabalho não eram muito ligados”, afirma.
Este novo momento, para a educadora, vem em uma boa hora, pois ocorre em um momento em que a educação remota ganhou uma maior dimensão. “Acho que o grande desafio do Invivo vai ser superar o formato texto e imagens e alcançar outras formas de comunicação digital à distância, outras formas de divulgar ciência para além de texto e imagem”, destaca.
O Invivo foi criado em 2002, com patrocínio de Unisys e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Em 2004, ganhou apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Agora, no relançamento, o portal tem como patrocinadores máster Santander, Abbott e Enauta. A iniciativa também conta com o patrocínio da EDF Norte Fluminense, Supergásbras, Bayer, Dataprev, TechnipFMC, White Martins e copatrocínio de Concremat e Frenesius.
Publicado em 30 de março de 2022.