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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida 

Ano XX - nº. 282. RJ, 8 de dezembro de 2021. 

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Neste informe: 

Destaque 

1. Controvérsias da ciência e da divulgação científica 

Leituras 

2. A importância da fonte para o leitor  

3. Envolvendo o público em discussões sobre inteligência artificial 

4. Diferentes olhares e perspectivas para a comunicação  

Ações 

5. Criando pontes entre pesquisa e prática em divulgação da ciência  

6. Por um PCST mais inclusivo  

7. Mapeando cursos de jornalismo científico pelo mundo 

Oportunidades 

8. Curso sobre ética na divulgação da ciência  

9. Concurso de vídeos sobre sustentabilidade  

10. Chamada de artigos 

 

Destaque 

1. Controvérsias da ciência e da divulgação científica – Como todo empreendimento humano, a ciência está sujeita a conflitos e embates de ideias. No entanto, muitos meios de comunicação – e também cientistas – costumam passar uma ideia de ciência imparcial, formada apenas por consensos e portadora de verdades absolutas. No contexto da pandemia de Covid-19, as tensões entre visões mais conservadoras da ciência e aquelas com viés histórico e sociológico ficaram mais explícitas. Há quem defenda que divulgar as incongruências da ciência fragiliza a comunidade científica, justamente num momento em que seu papel social está mais em evidência. Por outro lado, há quem argumente que divulgar os aspectos controversos da ciência é fundamental para mostrar as dimensões políticas, econômicas, sociais e culturais envolvidas na produção do conhecimento. Esse é o debate de fundo do dossiê “Controvérsias e divulgação científica”, recém-lançado pelo periódico JCOM América Latina, que conta com cinco artigos, um ensaio e uma resenha de livro, provenientes de autores da Argentina, do Brasil, da Colômbia e do México. Os textos – alguns em português, outros em espanhol – se debruçam sobre objetos diversos, como museus e centros de ciência, redes sociais digitais e a própria produção acadêmica na área. É o caso do texto “Uma análise dos artigos acadêmicos latino-americanos sobre divulgação científica e controvérsias”, que faz um levantamento exploratório para identificar e analisar estudos sobre o tema na região. Confira gratuitamente o dossiê completo em: <https://jcomal.sissa.it/>.  

Leituras 

2. A importância da fonte para o leitor – Checar as fontes de informação de um texto sempre foi uma prática importante, mas com o aumento de circulação de notícias falsas e todo o contexto da pós-verdade, é ainda mais relevante conhecer a procedência de uma publicação. Pesquisadores estudaram, a partir de um experimento realizado em Paris, a relevância dada por 23 participantes ao nome do veículo de publicação de quatro textos sobre temas de saúde, sendo dois dos jornais Le Monde e Le Figaro, os mais importantes da França, e dois textos de pequenos sites com características de notícias falsas, com manchetes sensacionalistas, apelo à emoção e apoiados em teorias da conspiração. Os pesquisadores realizaram o rastreamento ocular dos participantes ao lerem os textos e também os questionaram sobre a intenção de compartilhamento de cada texto e sobre a importância do nome do veículo de publicação. O artigo “Inovação, possibilidades e limitações no uso de rastreador ocular na pesquisa em divulgação da ciência: um estudo sobre a importância da fonte de informação em textos sobre saúde”, publicado na última edição da Reciis, mostra que tanto os dados do rastreamento ocular como as respostas aos questionamentos apontam para a falta de importância dada ao nome do veículo de publicação, ainda que o texto apresente características claras de notícias falsas. Acesso gratuito em: <https://bit.ly/3GGHtSj>. 

3. Envolvendo o público em discussões sobre inteligência artificial – Como engajar o público não-especializado num assunto tão complexo como inteligência artificial (IA)? Além de ser vista como uma ciência pouco acessível a não-iniciados, vale lembrar que grande parte das pesquisas nesta disciplina é realizada por empresas multinacionais que encaram o público como usuário e não como coprodutor. No artigo “Engaging in Artificial Intelligence and machine learning”, publicado em outubro na revista eletrônica Spokes, Alexandra Canet explora quatro abordagens diferentes no engajamento público com IA e reflete sobre a necessidade de garantir que seu desenvolvimento esteja centrado no ser humano. Uma das abordagens é a explorada por Matteo Merzagora, do grupo TRACES (França), que se debruça sobre as relações entre ciência e sociedade. Ele e sua equipe propõem parar de tratar a IA como produto e objeto de estudo, para encará-la como expectadora. Numa iniciativa instigante, o grupo desenvolveu produtos culturais que tinham como público-alvo ferramentas de IA, com o intuito de observar como essas tecnologias poderiam interpretar o mundo ao seu redor. Para entender melhor essa iniciativa e conhecer outras abordagens inovadoras, leia gratuitamente o artigo, em inglês, em: <https://bityli.com/ORVLsY>.  

4. Diferentes olhares e perspectivas para a comunicação – A pandemia ainda não acabou e, possivelmente, ainda demorará muito para ter seus impactos bem compreendidos, mesmo que seja controlada nos próximos meses. Mas diversos estudos e ensaios nessa direção já vêm sendo publicados em diferentes áreas. A Editora da Universidade Estadual da Paraíba, por exemplo, acaba de publicar o livro A pandemia na sociedade de risco: perspectivas da comunicação, organizado por Cilene Victor e Cidoval Morais Sousa. Contando com a participação de 33 autores e autoras brasileiras e estrangeiras e composto por 20 capítulos, a publicação está disponível gratuitamente na internet. A ideia é trazer, nas suas mais de 500 páginas, análises críticas do cenário e dos desdobramentos sociais, políticos, científicos, ambientais, territoriais, culturais e humanitários da pandemia da Covid-19, no Brasil e em outros países, na perspectiva da comunicação, em seus diversos campos: comunicação de riscos; comunicação ambiental; comunicação científica; comunicação e saúde, comunicação política, comunicação comunitária, jornalismo humanitário e de paz, comunicação e linguagem; semiótica, comunicação e relações internacionais. Confira em: <https://bit.ly/3GtEGvE>. 

Ações 

5. Criando pontes entre pesquisa e prática em divulgação da ciência – Como prática, a divulgação científica é secular, mas a pesquisa na área, apesar de crescente, ainda enfrenta desafios. Um deles é estabelecer pontes entre a pesquisa e a prática. O intuito do projeto Link, do Alan Alda Center for Communicating Science, da Universidade Stony Brook (EUA), busca fortalecer estas pontes, a partir de textos de especialistas. Em um dos textos, as atividades de DC são comparadas a um músculo, ressaltando que todos gostaríamos de malhar pouco e ter resultados imediatos, mas que isso não acontece; ou seja, é preciso tempo, dedicação, esforço e repetição, e possivelmente um treinador (no caso, o próprio manual publicado no site já pode ajudar). Já outro texto trata das habilidades fundamentais para a DC, que vão da criação de narrativas convincentes até o fortalecimento do diálogo. Visite o site do projeto, em inglês, em: <https://bit.ly/30aevum>.  

6. Por um PCST mais inclusivo – A próxima conferência da rede Public Communication of Science and Technology (PCST) será realizada de 12 a 14 de abril de 2023, na cidade de Rotterdam (Holanda). Buscando tornar o encontro o mais inclusivo, diversificado e equitativo possível, os organizadores prepararam um questionário online que visa dar subsídios para facilitar a participação de interessados, mas que por conta de diferentes tipos de barreiras não conseguem fazê-lo. A ideia é promover uma maior diversidade não apenas em termos de gênero, idade, etnia e localização geográfica, mas também em termos de ideias e abordagens profissionais. O formulário pode ser preenchido até 20 de dezembro, pelo link: <https://bit.ly/3dv4ISz>. 

7. Mapeando cursos de jornalismo científico pelo mundo – No final de 2020, a Federação Mundial de Jornalistas Científicos criou um comitê de educação, que busca encorajar boas práticas no desenvolvimento de habilidades dentro do jornalismo científico. Uma das iniciativas nesse sentido foi a criação de um mapa digital interativo, onde os internautas podem ver as opções de cursos de jornalismo científico por país, disponíveis ao redor do mundo. Além de navegar pelas informações, os visitantes podem ajudar a completar o mapa, cuja atualização deve ser constante. Para isso, é preciso responder a um questionário (disponível em: <https://bit.ly/3yaV6Gi>) com as informações do curso em questão. Acesse o mapa em: <https://bit.ly/3DFyChA>. 

Oportunidades 

8. Curso sobre ética na divulgação da ciência – O Programa Lifeology SciComm lançou um curso para ajudar cientistas e outros especialistas a pensar sobre a ética na divulgação científica. São seis dicas, fofamente ilustradas em 46 cards, que tocam em pontos como, por exemplo, a necessidade de uma comunicação honesta e clara, evitando exageros, e a necessidade de se conhecer a sua audiência. Mais informações e o link para o curso, em inglês, estão em: <https://bit.ly/3dxt2mT>. 

9. Concurso de vídeos sobre sustentabilidade – A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência recebe até 12/12 vídeos para o seu concurso Minuto da Sustentabilidade. Os vídeos, de até um minuto, devem abordar temas que façam referência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU. Há três segmentos, de acordo com o perfil do participante: infanto-juvenil e jovem (12 a 18 anos); adulto jovem (18 a 25 anos); e especialistas, técnicos e educadores. Mais informações em: <https://bit.ly/3oAP1zx>. 

10. Chamada de artigos – A revista Frontiers in Communication recebe até 12/12 resumos de artigos sobre o tema “Divulgação científica em tempos difíceis: a interseccionalidade da divulgação científica e da comunicação de risco durante desastres e crises”. São aceitos artigos de pesquisa originais, artigos de revisão, perspectivas e estudos de caso. A chamada completa, em inglês, está em: <https://bit.ly/30alwvc>. 

 

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