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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida 

Ano XX - nº. 278. RJ, 6 de agosto de 2021. 

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Neste informe: 

 

Destaque 

1. A retórica do engajamento sob escrutínio 

Leituras 

2. Quando os dados são bons demais para serem verdade 

3. O olhar da arte sobre a divulgação da ciência   

4. Como atrair sua audiência 

Ações 

5. Acesso aberto para vídeos da conferência PCST 

6. Impactos da pandemia nos museus de ciência do Brasil 

Oportunidades 

7. Ciência cidadã na escola  

8. Chamada de artigos 

9. Prêmio Anpocs de Divulgação Científica em Ciências Sociais 

10. Como usar as redes sociais para potencializar o jornalismo científico 

 

 

Destaque 

1. A retórica do engajamento sob escrutínio – Há alguns anos “engajamento público” é o termo da vez na divulgação científica (DC). Na virada do milênio, começou a ser adotado no Reino Unido, no lugar dos hoje mal vistos “alfabetização científica” e “compreensão pública da ciência”. Rapidamente ganhou o mundo e agora é usado em diversos países e âmbitos da DC. Mas o que exatamente “engajamento público na ciência” quer dizer? Que tipo de motivações estão por trás dele? Quais críticas recaem sobre ele? Estas são as perguntas centrais do artigo “Public engagement with science - Origins, motives and impact in academic literature and science policy”, publicado em julho na PLOS ONE. Para respondê-las, os autores conduziram uma análise de conteúdo de 86 artigos acadêmicos de revistas do campo e 19 documentos de política científica de países da Europa, Estados Unidos e África do Sul. Os resultados apontam um uso polissêmico do termo, cuja definição pode estar associada a aspectos diversos das relações entre ciência e sociedade – por exemplo, a tipos de atividades, ao papel do público e aos seus objetivos. As motivações para engajar o público também são variadas, incluindo desde a democratização da ciência até o aumento do fascínio pela área. Já as críticas são ainda mais diversas, revelando uma prática pouco efetiva, sustentada por um discurso retórico. A falta de avaliação e o despreparo de cientistas foram alguns dos principais obstáculos. Para os autores, a solução está na adoção de um caminho menos vago para o engajamento: trabalhar com problemas, públicos e conhecimentos específicos, em vez de atirar para todos os lados. Leia em: <https://bit.ly/2VvScwn>. 

Leituras 

2. Quando os dados são bons demais para serem verdade – A pandemia de covid-19 impôs grandes desafios à ciência e à divulgação científica, mas também proporcionou oportunidades de aprendizado. A ciência foi exaltada por muitos – entre Governos e cidadãos –, mas também foi posta na berlinda, principalmente depois que os métodos da ciência começaram a ser mais expostos ao público. Nesse cenário, cabe à boa divulgação científica expor também os meandros não tão virtuosos da ciência – não para desacreditá-la, mas para contribuir com uma sociedade mais crítica. No texto “La garantia soy yo”, publicado no blog Ciência Fundamental da Folha de S.Paulo, o pesquisador Olavo Amaral reflete sobre como lidar com dados bons demais para serem verdade. Os questionamentos e as dicas são válidos tanto para cientistas quanto para divulgadores. Que fatores, por exemplo, podem interferir na aceitação de um artigo numa plataforma de preprints (quando o trabalho ainda não passou por revisão de pares)? No texto, o autor questiona a suposta impessoalidade da ciência, a rara disponibilização de dados brutos de pesquisa, o risco de fraude, entre outros aspectos da ciência. Leia gratuitamente em: <https://bit.ly/3ysQPNG>.  

3. O olhar da arte sobre a divulgação da ciência – Como artistas que atuam em iniciativas itinerantes de divulgação científica enxergam esse trabalho? Esta é a principal questão que norteia um estudo recém-publicado na revista Actio: Docência em Ciências, no qual profissionais e pesquisadores do Museu da Vida, com sede no Rio de Janeiro e uma unidade móvel que circula pelo interior do Sudeste, relatam a experiência de artistas do teatro, do circo e das artes visuais em suas ações itinerantes. A partir de entrevistas realizadas com nove artistas, os autores revelam seu forte engajamento nessas ações. Eles veem seu trabalho não apenas como uma forma potente de comunicar ciência, envolvendo emoção e afeto, como também destacam a relevância de seu papel como agentes de inclusão social e cultural. Consideram ainda que a arte é capaz de estimular questionamentos e ajudar a construir uma visão crítica da ciência, indo além de uma divulgação científica didatizada. O artigo (“Divulgar ciência é uma arte! O que dizem os artistas que atuam em um museu de ciências itinerante?”) compõe um Dossiê Temático sobre “Itinerância e Divulgação Científica”. Acesse a edição completa em: <https://bit.ly/3AmCG5f>. 

4. Como atrair sua audiência - A prática da divulgação científica tem inúmeros obstáculos. Um deles é romper a barreira dos já engajados – ou seja, ir além dos que já têm interesse ou formação em ciência – e atrair participantes que não são obrigados necessariamente a prestar atenção em conteúdos científicos. O livro Hook Your Audience (Atraia a sua audiência, em tradução livre), de Paul McCrory, reflete e dá dicas sobre como envolver emocionalmente o público infantil e familiar em apresentações interativas. A obra cobre temas como a difícil tarefa de convencer adolescentes a participar, apresentar de maneira empolgante o mesmo conteúdo repetidamente ou desenvolver atividades com humor mesmo que você não se ache engraçado. McCrory tem mais de 20 anos de experiência como divulgador e passagens por diferentes instituições mundo afora, por exemplo, Science Foundation Ireland, Edinburgh International Science Festival, University of Eastern Finland e Abu Dhabi Science Festival. Em função da pandemia, o autor decidiu deixar o acesso ao livro (em inglês, somente) aberto até o fim de outubro. Mais informações: <HookYourAudienceBook.com>.  

Ações 

5. Acesso aberto para vídeos da conferência PCST – Um dos principais eventos acadêmicos do campo da divulgação científica, a conferência internacional Public Communication of Science and Technology (PCST) ocorreu em maio desse ano, inteiramente em formato virtual pela primeira vez. Agora, uma seleção de vídeos está disponível gratuitamente na plataforma do evento, incluindo palestras, mesas-redondas, apresentações orais e em formato de pôsteres virtuais, que abordam aspectos bastante variados do campo. Trata-se de uma oportunidade imperdível de acompanhar os debates dos principais pesquisadores – e também dos novatos! – em divulgação da ciência. Acesse os vídeos em: <https://pcst.co/news/article/119>. 

6. Impactos da pandemia nos museus de ciência do Brasil – A pandemia de covid-19 teve consequências graves tanto em nível individual quanto coletivo e institucional. O campo da cultura, em geral, e o setor museal, em específico, sofreram forte impacto no Brasil e no mundo. Tendo em vista este cenário desafiador, o Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) e a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC) convidam gestores e gestoras de museus de ciências no Brasil a responderam um questionário de pesquisa que busca compreender o cenário desses espaços diante da pandemia. Acesse e responda o questionário (leva cerca de 15 minutos!) em: <https://bit.ly/37rJJgh>.   

Oportunidades 

7. Ciência cidadã na escola – Projetos de ciência cidadã crescem e se multiplicam pelo mundo, convidando cidadãos a atuarem diretamente na pesquisa científica. Mas como envolver escolas nesse movimento? A questão será discutida em encontro on-line promovido pelo British Council e o King’s College London no dia 11/08, às 10h (horário de Brasília), por pesquisadores do Brasil e do Reino Unido. Informações e inscrições em: <https://bit.ly/3imGgGd>. 

8. Chamada de artigos – O periódico científico de acesso aberto chileno Cuaderno.info recebe contribuições para a edição especial “Comunicación pública de la ciencia y la tecnología en Iberoamérica” até 30/09. Os textos podem ser enviados em espanhol, português ou inglês e abarcar diversas metodologias, abordagens teóricas e diferentes áreas, como comunicação, sociologia, educação e outras disciplinas relacionadas. Saiba mais em: <https://bit.ly/3iuE9jy>. 

9. Prêmio Anpocs de Divulgação Científica em Ciências Sociais – Realizado pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, em parceria com o Instituto de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, o certame busca dar visibilidade e fomentar ações de divulgação científica desenvolvidas por meio do diálogo entre cientistas sociais e a sociedade. As inscrições terminam em 16/08. Acesse ficha de inscrição e edital em: <https://bit.ly/3AgsGu7>.  

10. Como usar as redes sociais para potencializar o jornalismo científico – Estão abertas as inscrições – gratuitas! – para o webinar "Using Social Media to Source and Spread Science Journalism", do Knight Science Journalism (KSJ), do Massachusetts Institute of Technology (EUA), que ocorrerá em 26/08, às 14h (horário de Brasília). Jornalistas vão aprender a explorar as redes sociais para obter ideias, promover suas matérias e engajar leitores. Saiba mais em: <https://bit.ly/2X3OTgL>.  

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Barbara Mello. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail para <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. 

 

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