Neste informe:
1. Para ampliar vacinação, mais confiança nas instituições
2. Divulgação baseada no diálogo
3. Comunicação da ciência com ou sem incerteza?
4. Um olhar aprofundado sobre a pesquisa em DC
5. Entendendo o aquecimento global numa perspectiva local
6. Manual e serviço de fact-checking para jornalistas de ciência
7. Curso gratuito sobre Covid-19 para jornalistas
8. Últimos dias de inscrição para especialização em divulgação da ciência
9. Chamada de artigos sobre controvérsias e divulgação da ciência: prazo estendido!
10. Revista prepara dossiê sobre itinerância e divulgação científica
11. Mais chamadas de artigos para edições temáticas
1. Para ampliar vacinação, mais confiança nas instituições – Pesquisas internacionais recentes têm demonstrado que uma proporção importante de cidadãos planeja não se vacinar contra Covid-19 ou prefere não estar entre os primeiros a receber a vacina – na Itália, por exemplo, esses grupos representam 21% e 38% da população, respectivamente, conforme aponta o pesquisador italiano Massimiano Bucchi. Em seu texto “To boost vaccination rates, invest in trust”, publicado em janeiro no site da revista Nature Italy, Bucchi enfatiza que essas atitudes não são resultado de um ceticismo generalizado sobre a vacinação, tampouco de uma desconfiança na ciência. Ele argumenta que tais decisões precisam ser interpretadas levando-se em consideração a forma como os cidadãos em geral têm avaliado o gerenciamento da crise sanitária mundial. Comparando dados da pesquisa Observa Science in Society, que entrevistou italianos em três momentos da pandemia (março, abril e outubro de 2020), Bucchi aponta que os participantes das duas primeiras enquetes avaliaram positivamente a atuação de instituições locais, nacionais e internacionais no combate à crise sanitária. Já na edição de outubro, tal avaliação decaiu significativamente. Nesse contexto, o pesquisador afirma ser crucial, por um lado, a construção de uma relação de confiança mútua entre cidadãos, instituições e especialistas, o que demanda uma comunicação aberta e clara vinda das instituições. De outro lado, são necessários investimentos em ações de educação, que ajudem cidadãos a identificar fontes confiáveis de informação. Acesse o texto em: <https://go.nature.com/3auClC7
2. Divulgação baseada no diálogo – Há tempos que se discute, no campo da divulgação científica, a necessidade de maior diálogo entre público e cientistas, de modo que a comunicação entre esses grupos vá além de uma simples transmissão linear de conhecimento. A troca de ideias e experiências entre pesquisadores e cidadãos pode gerar produtos de divulgação mais ricos e adequados ao público a que se destina. Nessa linha, uma ação interessante é o projeto “Plataforma de Saberes”, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, abordado em “Cuidar em tempos da COVID-19: lições aprendidas entre a ciência e a sociedade”, texto publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública (https://bit.ly/3q4uSjX). O projeto promove o envolvimento continuado de pesquisadores e profissionais de saúde na produção colaborativa de conhecimento com pacientes e grupos comunitários. Com o início da pandemia de Covid-19 em 2020, o projeto precisou se reinventar diante das medidas de isolamento social, justamente num momento em que o diálogo com o público atendido era fundamental. A alternativa foi criar um grupo no aplicativo Whatsapp reunindo a equipe do projeto e líderes de três grupos comunitários, que repassaram às comunidades a questão: “Qual informação sobre o novo Coronavírus-19 você acha importante divulgar para a comunidade?” A proposta era usar o aplicativo como ferramenta de construção participativa e empoderamento individual. Após levantamento das perguntas apontadas pelos participantes de cada grupo, a equipe elaborou as respostas, que passaram por revisão e avaliação dos líderes comunitários, quanto ao conteúdo, linguagem utilizada e apresentação. Confira o produto final em: <https://bit.ly/39Q0vHY>.
3. Comunicação da ciência com ou sem incerteza? – Ao longo da pandemia de Covid-19, nem sempre as incertezas científicas têm sido divulgadas à população. Esta estratégia pode afetar negativamente o cumprimento das medidas de prevenção por parte da população, como sugere o artigo “Assessment of German public attitudes toward health communications with varying degrees of scientific uncertainty regarding Covid-19”. Publicado na JAMA Network Open, o estudo avaliou a preferência de residentes alemães por matérias sobre a pandemia de Covid-19 com diferentes níveis de referência à incerteza científica. Participantes a partir de 18 anos, recrutados aleatoriamente no painel PAYBACK Online, acessaram em ordem randômica quatro cenários (matérias), com dados e informações reais da pandemia na Alemanha. O cenário 1 abordou a incerteza com valores e declaração verbal, como “provavelmente”, e o cenário 2 utilizou somente a declaração verbal. No cenário 3, a incerteza não foi mencionada e, no cenário 4, a incerteza foi explicitamente negada. Em julho de 2020, os respondentes classificaram os cenários de acordo com a forma de comunicação preferida para uso do governo e especialistas em saúde, bem como o potencial de cada um para motivar o apoio às medidas de proteção. A análise de 2011 questionários mostra que a maioria dos participantes optou pela comunicação transparente da incerteza científica, um resultado inesperado para os autores. Apesar da limitação do estudo, os pesquisadores especulam que os resultados podem ser justificados tanto pela percepção da insegurança individual e coletiva quanto pelo avanço acelerado das descobertas científicas relacionadas à pandemia. Acesse o artigo em: <https://bit.ly/2MAkqSK>.
4. Um olhar aprofundado sobre a pesquisa em DC - Atividades práticas de divulgação científica são já seculares, mas o campo de pesquisa na área ainda está, mesmo globalmente falando, em amadurecimento. Neste sentido, um grupo de pesquisadores focou suas lentes sobre quais padrões têm caracterizado o desenvolvimento da área nas últimas décadas, quais tópicos e metodologias foram usados com maior frequência e o que isso pode nos dizer sobre os pontos fortes e fracos do campo de pesquisa. O estudo, que resultou no livro Science Communication Research: an Empirical Field Analysis, analisou cerca de 3 mil artigos de periódicos, com parte das análises tendo sido debatida com 36 pesquisadores de divulgação científica, de diferentes nacionalidades e disciplinas. O estudo fornece evidências de que a área amadureceu como um campo acadêmico. Não apenas o número absoluto de artigos de periódicos aumentou significativamente nas últimas quatro décadas, especialmente nos últimos 15 anos, mas aumentaram sobretudo os estudos de pesquisa, comparados, por exemplo, a comentários e ensaios. Os autores apontam ainda que a variedade de instituições, métodos e disciplinas contribui para a diversidade da área, mas pode também indicar a falta de um enquadramento teórico claro para a pesquisa. São elencados ainda cinco grandes desafios para o campo. Mais informações, em inglês, estão disponíveis no blog da Public Understanding of Science: <https://bit.ly/2YO2pms>. Já o livro pode ser baixado gratuitamente em <https://bit.ly/2MENHLZ>.
5. Entendendo o aquecimento global numa perspectiva local – O discurso e a percepção sobre mudanças climáticas são influenciados por diferentes atores: representantes dos campos da ciência, política, passando pela mídia, ONGs e ainda empresários e lobistas. Mas como se dá, dentro deste contexto, os discursos das comunidades locais? O recém-lançado livro Global Warming in Local Discourses: How Communities around the World Make Sense of Climate Change joga luz sobre esta questão em seus sete capítulos. O primeiro introduz a temática: “Somos mudanças climáticas: debates climáticos entre discursos transnacionais e locais” e é seguido por estudos de casos em diferentes localidades – na Índia, Tanzânia, Alemanha, Groelândia e Filipinas – que mostram diversos contextos culturais e geográficos, mas ao mesmo tempo revelam alguns padrões comuns de como as pessoas entendem as mudanças climáticas. O capítulo final aborda “Eventos climáticos extremos e impactos locais das mudanças climáticas: a perspectiva científica”. O livro, em inglês, pode ser baixado gratuitamente em PDF ou comprado em versão impressa no site da editora: <https://bit.ly/3jnJOXv>.
6. Manual e serviço de fact-checking para jornalistas de ciência – Jornalistas de ciência ganharam recentemente dois produtos gratuitos para auxiliar no seu dia a dia, elaborados pelo prestigiado programa Knight Science Journalism, do Massachusetts Institute of Technology-MIT (EUA): o manual KSJ Science Editing Handbook, para editores de ciência, e o serviço The Fact-Checking Project, que oferece recursos de verificação de fatos gratuitos para jornalistas em todo o mundo. O manual contempla tópicos sobre o funcionamento da ciência, onde encontrar fontes confiáveis, como abordar e editar aspectos controversos da ciência, como ilustrar conceitos científicos complexos, e como usar diferentes plataformas e mídias sociais para tratar de temas científicos, entre outros aspectos. Já o projeto de checagem de informações oferece serviços como workshops, uma base de dados de checadores disponíveis para trabalho, materiais para ajudar empresas e instituições a criarem departamentos de checagem de dados e guia para orientar o processo de checagem. Ambos produtos estão disponíveis gratuitamente em inglês no site do MIT: <https://bit.ly/3awY8sY>.
7. Curso gratuito sobre Covid-19 para jornalistas – Mesmo para repórteres experientes, pode ser difícil não se perder entre os milhares de artigos científicos sobre Covid-19 publicados toda semana. O volume e a rapidez da produção de conhecimento científico atingiram um nível sem precedentes diante da crise sanitária mundial instaurada pela pandemia do novo coronavírus. Para auxiliar os jornalistas a encontrar esses artigos e relatórios, identificar um ângulo jornalístico para abordá-los e escrever sobre eles de forma clara, o portal de notícias SciDev.Net oferece o curso gratuito “Reporting the science of COVID-19”. O curso, em formato online e em inglês, é dividido em três módulos, com cerca de uma hora de duração cada. A ideia é ser um curso ágil, porém informativo e envolvente, que permita ao participante percorrê-lo de acordo com sua conveniência. Os módulos são: “Emerging respiratory viruses: why COVID-19 might not be the last”; “Sources of COVID-19 research information”, e “Packaging the COVID-19 science story”. O programa é dirigido a jornalistas que estão cobrindo Covid-19, porém possuem pouca experiência em jornalismo científico. Acesse o curso em: <https://bit.ly/3pG4oox>.
8. Últimos dias de inscrição para especialização em divulgação da ciência – Termina em 24 de fevereiro o prazo de inscrição para a turma de 2021 da Especialização em Divulgação e Popularização da Ciência, oferecida pelo Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, em parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins, a Fundação CECIERJ, a Casa da Ciência/UFRJ e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. São oferecidas 20 vagas, com quatro reservadas para cotas. Podem se candidatar graduados e graduadas em todas as áreas. Com 390 horas de aula, o curso é presencial (na cidade do Rio de Janeiro), mas poderá ser oferecido, excepcionalmente, de forma online com a utilização de meios tecnológicos em virtude das incertezas da pandemia. O processo seletivo conta com a análise de carta de intenções, pré-projeto e currículo e, na segunda fase, de uma entrevista. As duas etapas serão realizadas, também excepcionalmente, em formato online. Acesse o edital em <https://bit.ly/3oMrics>. As inscrições devem ser feitas pelo sistema Siga da Fiocruz (<https://bit.ly/3oMrics>). Mais informações pelo email: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.
9. Chamada de artigos sobre controvérsias e divulgação da ciência: prazo estendido! – Foi estendido até 21 de fevereiro o prazo de submissão de artigos para a edição especial sobre controvérsias da ciência e divulgação científica, que está sendo preparada pela revista acadêmica JCOM América Latina. Conflitos, divergências e debates fazem parte da construção da ciência. As controvérsias podem estar presentes entre os membros da comunidade científica – tanto com relação aos temas, quanto aos processos de fazer e divulgar a ciência – e, ainda, entre a ciência e a sociedade. Pesquisas vêm revelando o quanto as posições diferentes e os conflitos estão no que se costuma chamar de "natureza da ciência" e que a construção de consensos é também parte deste processo de produção do conhecimento científico. No entanto, as atividades de divulgação científica apresentam em geral uma ciência “consensual” e isenta de controvérsias. O dossiê convida pesquisadores a submeterem artigos acadêmicos envolvendo tanto debates internos à ciência quanto aqueles entre a ciência e a sociedade no contexto da América Latina. São bem-vindos artigos acadêmicos que analisem o tema sob perspectivas diversas, entre elas, estudos de visitantes de museus, recepção, mídia, redes sociais, iniciativas que envolvem ciência e arte, projetos de ciência cidadã, entre outros. Para conhecer as regras de submissão da revista, acesse: <https://jcomal.sissa.it>. Mais informações em: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.
10. Revista prepara dossiê sobre itinerância e divulgação científica – A revista ACTIO: Docência em Ciências, voltada para reflexões acerca do ensino de ciências nas áreas de biologia, física, química, ciências ou matemática em seus distintos níveis de escolarização, está recebendo artigos para um dossiê de especial interesse aos divulgadores de ciência: "A itinerância na divulgação científica". Incentivadas a partir dos anos 2000, as ações itinerantes de divulgação da ciência já são desenvolvidas por diversas instituições no Brasil e na América Latina, o que contribui para se alcançar novos e diversificados públicos e para favorecer a democratização do acesso ao conhecimento científico. Ainda assim, são poucos os estudos publicados que visam mapear, analisar e aprofundar as práticas de divulgação da ciência de forma Itinerante, bem como seu potencial de promover a educação científica e popularização da ciência. Diante desse cenário, a revista convida pesquisadores brasileiros e estrangeiros a submeterem artigos que façam reflexões, análises e discussões das ações de divulgação científica itinerante, bem como de seus públicos e suas relações com a sociedade, favorecendo um aprofundamento da área que tem características multi e interdisciplinar e impacto na educação. A chamada está aberta até 30 de abril de 2021, com previsão de publicação em agosto de 2021. Saiba mais em: <https://bit.ly/3cHyvrW>.
11. Mais chamadas de artigos para edições temáticas – Estão abertas as chamadas de artigos de duas publicações temáticas da Frontiers, editora e plataforma de ciência de acesso aberto. A edição especial "Measuring the Societal Impact of Science”, da revista Research Metrics and Analytics, tem como foco os desafios e oportunidades associados ao impacto da pesquisa em diferentes áreas da sociedade e as ferramentas para medi-lo. São esperadas contribuições sobre o impacto social da ciência, as novas fontes de dados para medir o impacto, o engajamento público, as mídias sociais, entre outras abordagens. O resumo do trabalho deve ser submetido até 15 de março e a versão completa até 30 de junho. Para mais informações sobre a submissão e as temáticas, acesse: <https://bit.ly/3cLlGNq>. Já a edição temática “Digital Narrative and Interactive Storytelling for Public Engagement with Health and Science”, iniciativa das revistas Frontiers in Communication e Frontiers in Environmental Science, visa explorar o potencial positivo da narrativa digital para a comunicação de temáticas científicas e da saúde e o engajamento público. A publicação irá reunir pesquisas teóricas e relacionadas à prática sobre tópicos variados. Os interessados devem enviar o resumo da pesquisa até 31 de março e o trabalho completo até 30 de setembro. Confira os detalhes de submissão e mais informações sobre os tópicos em: <https://bit.ly/2YVglea>. Ambas as edições temáticas aceitam trabalhos originais, de revisão ou perspectivas, entre outros tipos de artigos.
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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Luis Cláudio Calvert. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. Para se inscrever ou cancelar sua assinatura do Ciência & Sociedade, envie um e-mail para <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>.