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Por Melissa Cannabrava

A pandemia registra dezenas de acontecimentos ao longo dos seis meses que a Covid-19 está presente entre nós. Um deles é o crescimento do abismo da desigualdade social no país. O fato é que estamos vivendo um momento histórico, que será lembrado no futuro assim como falamos hoje sobre a Gripe Espanhola, que dizimou famílias inteiras, principalmente as que viviam em condições mais vulneráveis. 

Nas favelas e periferias do Brasil, projetos sociais se tornaram a principal base de apoio para moradores durante a pandemia, mostrando que a favela é, sim, um #BunkerDePotência e resistência. Numa cidade como o Rio de Janeiro, onde apenas 33,9% a cada 100 habitantes ainda tem emprego formal, a instabilidade de renda e falta de recursos são os principais motivos que levam moradores a não adotar as medidas de prevenção recomendadas pela OMS. Segundo o IBGE, no Brasil, o trabalhador formal e informal branco recebe 75% a mais do que pretos e pardos. Para postos formais, no Rio de Janeiro, trabalhadores brancos recebem 41,9% a mais do que negros. É o que mostra o Mapa da Desigualdade da Casa Fluminense, que também aponta que, enquanto ONGs e outras iniciativas realizam distribuição de alimentos e doações de produtos básicos para a higiene, como água e sabão, há 437 estações de tratamento de esgoto na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, mas 134 estão inoperantes. Estes números não consideram a qualidade da água nem a regularidade no abastecimento.

Para atravessar esse período em que a doença ainda segue em expansão, projetos sociais pensados para a capacitação dos moradores de favela sobrevivem a partir da solidariedade. O Radar Favela Covid-19, lançado pela Fiocruz, lembra que pré-vestibulares comunitários pedem o cancelamento do Enem 2020 a partir de um manifesto produzido pelo Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro. O documento destaca a crise financeira que tem afetado as famílias de alunas e alunos, a dificuldade de acesso à internet e das condições de estudo, tornando a realização do Enem durante a pandemia um obstáculo à democratização da educação e reforçando desigualdades históricas.

O Museu da Vida listou iniciativas de pré-vestibular comunitários e gratuitos que ainda estão em busca de apoio durante a pandemia em comunidades próximas à Fiocruz. 

Maré: 
A UniFavela é um pré-vestibular localizado na comunidade Nova Holanda, na Maré. O projeto começou numa laje em 2018 e é liderado pelo professor Laerte Breno, tendo como proposta a inserção de moradores do Complexo da Maré nos espaços de construção formal de conhecimento por meio do ensino popular. Em 2019, todos os alunos foram aprovados em universidades públicas do Rio. Para conhecer mais, você pode acessar o Facebook ou o instagram da UniFavela.

UniFavela teve todos os alunos aprovados. Créditos: reprodução

Alemão: 
O  pré-vestibular Construindo Caminhos é um projeto com responsabilidade social criado para enfrentar esse sistema desigual e racista. Nasceu no Complexo do Alemão e, antes da pandemia, as aulas aconteciam na sede do EDUCAP. Hoje, as atividades seguem de forma on-line. Você pode saber mais sobre esta inciativa pelo Facebook ou Instagram.

Jacarezinho: 
O NICA / Núcleo Independente e Comunitário de Aprendizagem é um projeto de educação antirracista, multicultural e democrático na favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio de Janeiro. O NICA é composto por três núcleos: pré-vestibular, alfabetização e projetos socioeducacionais.
Você pode saber mais sobre esta inciativa pelo Facebook ou Instagram.

Manguinhos:
O Movimento de Educação Popular +Nós possui, entre suas ações, o Pré-Vestibular Popular +Nós, que atua em diversas comunidades e em outros municípios do estado do Rio de Janeiro há mais de 5 anos. Em Manguinhos, suas atividades tiveram início em 2018, mas, em 2019, foram acolhidos no espaço da RedeCCAp, onde as aulas ocorrem. Os integrantes são todos voluntários e não há qualquer tipo de cobrança financeira aos alunos e alunas que desejam ingressar no Ensino Superior. Conheça mais acessando o Facebook ou Instagram do projeto.

Alunos do pré +Nós. Créditos: reprodução

Publicado em 3 de setembro de 2020.

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