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Neste informe: 

1. Ciência e política em tempos de pandemia e negacionismo 
2. Estratégias para encorajar comportamentos de combate à pandemia 
3. O papel de notícias e mídias sociais nas percepções e atitudes frente à Covid-19 
4. Fake news e como identificá-las 
5. Revista Mulheres na Ciência  
6. Pesquisa compara divulgação científica em oito países 
7. Passado, presente e futuro do Museu Nacional em livro 
8. Curso online de Introdução à Divulgação Científica 
9. Mestrado em Divulgação Científica e Cultural 
10. PCST: chamada especial para trabalhos sobre Covid-19 
11. Dossiê sobre História da mídia e saúde 

 

1. Ciência e política em tempos de pandemia e negacionismo – O que leva governantes e cidadãos a abandonarem o isolamento social antes do tempo recomendado pela ciência? Uma análise apressada poderia argumentar que falta informação a essas pessoas, que ignoram as verdades das instituições científicas. Mas, segundo o artigo “Ciência e política em tempos de negacionismo”, de Alyne Costa e Tatiana Roque, publicado em julho na revista Ciência Hoje, a resposta exige uma análise mais cuidadosa. A hipótese das autoras é que não há um déficit de conhecimento atuando como pressuposto dessas ações: “as pessoas sabem dos riscos, mas o que explica a contradição entre o que elas sabem e fazem é uma ‘incompatibilidade de mundos’”, afirmam. No centro da questão está a atual crise da democracia, que reverbera nas instituições que a sustentam, o que inclui a ciência. Por isso, “suas verdades não têm conseguido engajar a maioria das pessoas num projeto comum, não têm contribuído para a construção de um tecido social coeso, não têm servido de ponte para conectar necessidades e desejos individuais a projetos coletivos”. As autoras frisam que conhecer não implica necessariamente se envolver. E defendem que o papel da ciência não pode ser meramente o de informar a população e governantes e esperar que eles obedeçam, mas sim “o de suscitar o interesse por como seu conhecimento é produzido e engajar as pessoas nas possibilidades de transformação da sociedade que tal conhecimento pode permitir”. Leia o artigo na íntegra em: <https://bit.ly/2PkFV7A>.  

2. Estratégias para encorajar comportamentos de combate à pandemia – A National Academies Press (NAP), editora da National Academies of Sciences, Engineering and Medicine (NASEM), dos EUA, acaba de lançar o relatório “Encouraging Adoption of Protective Behaviors to Mitigate the Spread of COVID-19”. Voltado para tomadores de decisões, o documento visa estimular a população na prática de velhos e novos hábitos de saúde, como lavagem adequada de mãos, uso de máscaras e distanciamento físico, para conter o espalhamento do novo coronavírus – o que têm se mostrado um grande desafio em vários países, inclusive no Brasil. O documento, estruturado em três seções, traz orientações e estratégias, baseadas em evidências científicas. A primeira seção apresenta evidências que apoiam o uso de diferentes abordagens, em conjunto com a comunicação, para a promoção de mudanças de comportamento. Inclui, ainda, cinco estratégias com referências e exemplos práticos de como implementá-las. Na seção seguinte, o uso de mensagens claras, consistentes e transparentes é a primeira das 10 estratégias levantadas – e apoiadas com exemplos – que podem tornar a comunicação em saúde mais persuasiva. A discussão de quatro lições-chave, aprendidas em recentes campanhas de saúde pública americanas, encerra o documento. Em conclusão, os autores da publicação destacam a importância do uso de várias abordagens, pensadas de acordo com o público e o contexto, para resultados mais expressivos. Fica a dica para os governantes brasileiros... Acesse o relatório completo, em inglês, em: <https://bit.ly/3a9MXWA>. 

3. O papel de notícias e mídias sociais nas percepções e atitudes frente à Covid-19 – Pesquisadores canadenses publicaram em junho, na The Harvard Kennedy School Misinformation Review, artigo que avaliou a presença de desinformações e recomendações de saúde pública relacionadas à Covid-19 em um grande conjunto de tweets, bem como em todos os artigos publicados em 19 sites de notícias canadenses. Em “The causes and consequences of COVID-19 misperceptions: understanding the role of news and social media”, os pesquisadores mostram que as medidas preventivas são mais incentivadas e abordadas na mídia tradicional, enquanto informações erradas aparecem com mais frequência no Twitter. Para avaliar o impacto desse maior nível de desinformação, foi realizada uma pesquisa nacionalmente representativa que incluía perguntas sobre equívocos comuns sobre a Covid-19, percepções de risco, distanciamento social e exposição a notícias e mídias sociais. Os resultados indicam que a exposição a notícias tradicionais está associada a menos percepções errôneas e maior aceitação do distanciamento social, enquanto, inversamente, a exposição maior às mídias sociais está associada a mais percepções errôneas e menos apoio ao distanciamento. As percepções errôneas sobre o vírus, por sua vez, estão associadas a um menor apoio às medidas de distanciamento social. Assim, os autores traçam uma relação clara entre a desinformação que circula no Twitter e comportamentos e atitudes que potencialmente ampliam a escala e a letalidade da Covid-19. O artigo está disponível, em inglês, gratuitamente em: <https://bit.ly/2DHQvmu>.  

4. Fake news e como identificá-las – Lutar contra a desinformação científica no meio digital é uma tarefa complexa que demanda várias frentes de ação. Cursos e materiais sobre o tema, voltados para auxiliar cidadãos a verificar a veracidade das informações que consomem, são algumas estratégias. Um exemplo é o material Coronavírus – Manual das Fake News, desenvolvido com base em conteúdos produzidos pelos grupos de divulgação científica Vidya Academics – de alunos e professores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) e da USP – e Pretty Much Science. Postagens de estudantes e professores, em reação a publicações no Facebook e no WhatsApp que desinformavam a população sobre a pandemia da Covid-19, foram o ponto de partida do manual. A proposta dos autores é “criar uma imunidade informativa contra a epidemia de desinformação em meio à pandemia”. O manual é estruturado em cinco seções, as duas primeiras com foco em definições e exemplos de tipos de fake news. Em “Identificando as Fakes News”, um checklist com dicas foi pensado para auxiliar a verificação das mensagens recebidas pelos usuários. Em seguida, os autores usam cinco exemplos para apontar as características comumente identificadas em fake news. Por fim, o material reúne 23 mensagens com informações incorretas, disseminadas por mídias digitais, com conteúdo verificado e comentado pelos autores. O material é de livre circulação e está disponível em português, espanhol e inglês. Confira a versão em português em: <https://cutt.ly/1dJx6G9>. 

5. Revista Mulheres na Ciência – O programa “Mulheres na Ciência”, anunciado em 2018 pelo British Council, visa estimular meninas e mulheres a se interessarem e desenvolverem carreiras em disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). A revista Mulheres na Ciência, lançada em 2019, é um dos produtos do programa. Sua primeira edição contém matérias, entrevistas, vídeos e podcasts gerados a partir da cobertura do evento “Festival Mulheres do Mundo” (WoW, na sigla em inglês), realizado em 2018 pela primeira vez na América Latina, no Rio de Janeiro. Em sua segunda edição, a revista traz reportagens e textos inspirados nas atividades do Programa “Mulheres na Ciência”, desenvolvidas em cidades do Brasil e do Reino Unido em 2019 e 2020. Ciência cidadã, lideranças negras nas tecnologias e promoção de redes científicas que compartilham modelos e práticas para a diversidade e a equidade nas ciências são os destaques. Entrevistas com pesquisadores sobre as estratégias para a igualdade de gênero na ciência; reportagem sobre desafios enfrentados por mulheres em projetos de divulgação científica, como em canais do YouTube, por exemplo, e o papel da divulgação científica na igualdade de gêneros, também estão entre os temas abordados. Confira as edições da revista, na íntegra, em: <https://bit.ly/3a3YRkQ>  e  <https://bit.ly/3gDARrc>. Para mais informações sobre o programa, acesse: <https://cutt.ly/tdJchdu>.  

6. Pesquisa compara divulgação científica em oito países – Como é feita a divulgação científica nos institutos de pesquisa? Responder a essa pergunta foi o desafio enfrentado por pesquisadores do Brasil, Alemanha, Itália, Japão, Holanda, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos, no artigo “Public communication by research institutes compared across countries and sciences: Building capacity for engagement or competing for visibility?”, recém-publicado na Plos One. Os autores destacam que as principais instituições acadêmicas, governos e órgãos financiadores em todo o mundo passaram as últimas décadas preocupadas publicamente com a necessidade de cientistas e organizações de pesquisa se envolverem mais amplamente com o público, mas que o conhecimento sobre o que os institutos de pesquisa estão fazendo e quais fatores levam à sua abertura ao público ainda é pequeno. O corpus analisado no artigo é formado por 2030 institutos, sendo 169 brasileiros. De forma geral, eles adotam estratégias de divulgação científica e o fazem por meio de uma variedade de eventos públicos e meios de comunicação tradicionais, mas ainda menos por meio de novas mídias. Os autores, porém, encontraram variações entre países e disciplinas, mas menos evidentes do que esperavam inicialmente. Particularmente no Brasil, o Facebook é bastante utilizado, com 34% dos institutos usando esta rede diariamente. O artigo na íntegra, em inglês, está disponível gratuitamente em: <https://bit.ly/2EZN1fZ>. 

7. Passado, presente e futuro do Museu Nacional em livro – As coleções de história natural são fundamentais para a compreensão do mundo natural e suas interações com a humanidade. O incêndio que atingiu o Museu Nacional/UFRJ em 2018 trouxe imensos desafios para a instituição, mas não ofuscou seu papel-chave na busca pelo acesso à biodiversidade global. Apesar da tragédia, o Museu Nacional Vive! Em 31 de julho foi lançado o livro digital Museu Nacional – Panorama dos Acervos: Passado, Presente e Futuro, editado por Cristiana Serejo, vice-diretora da instituição. Em suas 120 páginas, a publicação, ricamente ilustrada, traz um panorama dos diferentes acervos da instituição, como os Acervos Histórico-Artísticos e Didáticos-Científicos, além das coleções do museu, como a de Geologia e Paleontologia, a coleção biológica e as coleções antropológicas. Além da história e da descrição das obras sob guarda do Museu, o livro dá orientações sobre como consultar remotamente parte do acervo, disponível em bases de dados abertos digitais. Gratuita, a publicação teve o apoio do British Council e pode ser acessada em: <https://bit.ly/33m3YeM>.   

8. Curso online de Introdução à Divulgação Científica – Estão abertas, até 31 de agosto, as inscrições para a nova turma do curso gratuito online “Introdução à Divulgação Científica”, desenvolvido pela Fiocruz, por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação com apoio do Campus Virtual, e pelo Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia. O curso, autoinstrucional, é voltado para qualquer pessoa que se interesse pela área, sem necessidade de formação prévia. O objetivo não é esgotar as amplas discussões sobre teoria e prática da divulgação científica (DC), mas propor reflexões sobre a importância de aproximar ciência e sociedade e, também, oferecer dicas práticas de como fazê-lo. Ao final das 30 horas de curso, o participante deverá ser capaz de compreender o percurso histórico da divulgação científica no Brasil e no mundo, reconhecer a importância de manter um diálogo com a sociedade e utilizar ferramentas conceituais e práticas para realizar ações de DC. Entre os tópicos práticos abordados, estão diferentes formatos usados para ações de divulgação científica (escrever um texto, produzir um vídeo, realizar um evento, usar as mídias sociais, entre outros), como se dirigir a diferentes públicos e como avaliar seu projeto de DC. Mais informações em: <https://bit.ly/2PjlHve>. Inscreva-se em: <https://bit.ly/2PhqmO5>.             

9. Mestrado em Divulgação Científica e Cultural – Criado em 2007, o Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural, vinculado ao Instituto de Estudos da Linguagem, ao Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está com inscrições abertas até 21 de setembro. O curso oferece 29 vagas e possui quatro linhas de pesquisa: Cultura Científica; Literatura, Artes e Comunicação; Informação, Comunicação, Tecnologia e Sociedade; e Percepção Pública da Ciência e Tecnologia. Devido à pandemia de Covid-19, todas as etapas do processo seletivo serão feitas remotamente, o que inclui inscrição (gratuita), entrevista e prova de proficiência em inglês (ou português, para estrangeiros). No ato da inscrição, o candidato precisa apresentar um projeto de pesquisa, currículo e uma carta em que narre sua trajetória acadêmica e as razões pelas quais deseja cursar o mestrado, além de vários outros documentos. Veja a lista completa e mais informações no edital, disponível em: <https://bit.ly/2DdW3FC>. Os candidatos devem acompanhar o site do Labjor (https://bit.ly/2Xl5Q3m), para conferir a lista de aprovados nas avaliações de projeto, currículo e histórico com indicação do dia, horário e forma de conexão para realização à distância da entrevista e da prova de proficiência de línguas. 

10. PCST: chamada especial para trabalhos sobre Covid-19 – Termina em 12 de agosto o prazo para submissão especial de propostas sobre “A crise da Covid-19 e a Divulgação Científica”, que integrará a Conferência Internacional PCST2020+1. A 16ª conferência da rede Public Communication of Science and Technology (PCST), originalmente programada para maio desse ano, ocorrerá entre 25 e 27 de maio de 2021, em Aberdeen, na Escócia. A seleção de trabalhos da conferência já havia sido finalizada, mas os desdobramentos da pandemia de Covid-19 motivaram a nova chamada. Entre os tópicos aceitos nesta nova seleção, estão: os desafios de comunicar as complexidades e incertezas do novo coronavírus e a percepção pública dessas dimensões; os impactos da crise na posição dos cientistas na sociedade, dadas as múltiplas perspectivas científicas e a politização da crise; e o rápido surgimento de cientistas 'estrelas', 'heróis' e 'celebridades' e seu papel nas mensagens de saúde pública. Vale lembrar que as inscrições já recebidas e aprovadas para a conferência original PCST 2020 permanecem válidas, embora haja uma oportunidade para os proponentes atualizarem seu conteúdo ou alterarem os apresentadores nomeados. Saiba mais sobre a chamada especial em: <https://bit.ly/2XnryDU>. Submeta sua proposta em: <https://bit.ly/2DxGZST>.  

11. Dossiê sobre História da mídia e saúde – A Revista Brasileira de História da Mídia convida interessados a submeter artigos para seu dossiê “História da mídia e saúde”. A experiência com a pandemia de Covid-19 tem mobilizado estudiosos da história da saúde a fazer comparações com outras doenças e emergências sanitárias mundiais. Algo que não pode ser desconsiderado nos estudos históricos sobre saúde e doenças é o papel da mídia no processo social de produção de sentidos e de mecanismos de regulação moral. Assim, o principal objetivo deste dossiê é reunir artigos que tratem do lugar dos discursos midiáticos nas construções de práticas, saberes e representações sobre saúde, corpos e doenças em diferentes contextos socioculturais. Entre os temas aceitos estão: as figurações da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida em narrativas midiáticas; as relações entre mídia, ciência e poder; a politização da ciência e a cientifização da política em contextos epidêmicos; as controvérsias científicas em torno de medicamentos, cuidados e tratamentos de doenças; entre outros. Os artigos para o dossiê devem ser enviados até 30 de setembro pelo endereço <www.ojs.ufpi.br/index.php/rbhm>. Saiba mais detalhes sobre a chamada e as regras de submissão em: <https://bit.ly/2PgBRFk>.  

 
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