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Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica/Museu da Vida - Ano XVIII, n. 252, RJ, 7 de junho de 2019

 

 

Neste informe:

1. Os museus e a arte da conversação civilizada 
2. Por dentro dos Parques do Brasil
3. Desenhe um (ou uma?) cientista
4. Gênero e ciência na animação 
5. O teatro como elo entre arte, ciência e sociedade 
6. O que pensam jovens brasileiros sobre C&T?
7. Exposição celebra fenômeno que fez Einstein brilhar 
8. Uma aventura pelo corpo humano na Casa da Ciência 
9. Inscrições abertas para o PCST 2020
10. Córdoba sedia evento internacional de divulgação científica
 
1. Os museus e a arte da conversação civilizada – Os museus são instituições dinâmicas que, para acompanhar as mudanças sociais, estão em permanente transformação e revisão de suas funções. Em tempos de desqualificação e descapitalização do conhecimento científico, cabe perguntar como os museus devem (re)agir. Em ensaio publicado na Revista Museu no contexto do Dia Internacional dos Museus (18/05), Karla E. Godoy e Manuelina M. D. Cândido refletem sobre o papel dos museus universitários de ciência. Para as autoras, estes devem atuar como “intérpretes a ouvirem e darem voz ao trabalho intelectual, à atividade acadêmica, ao conhecimento científico e a outros diversos saberes não hegemônicos, em nome de um futuro para essa tradição constantemente ameaçada, de uma maneira ou de outra, em todos os tempos.” Godoy e Cândido resgatam pensamentos de Zygmunt Bauman e Hannah Arendt sobre a necessidade de diálogo e apontam o museu, particularmente o museu universitário, como espaço potente para o seu estabelecimento. Para dar um exemplo bem-sucedido nessa direção, mencionam a exposição “Os pesquisadores se expõem”, do Micro Museu de Ciência Contemporânea, na Bélgica, que apresenta aos visitantes, por meio da história pessoal e do cotidiano de diferentes pesquisadores, as etapas pelas quais uma pesquisa científica deve passar, desmistificando, assim, a figura do cientista e a noção da ciência como atividade teórico-prática inalcançável ou sem conexão com a sociedade. Leia o ensaio na íntegra em: <https://bit.ly/2KAE25Q>.   
 
2. Por dentro dos Parques do Brasil – Embora o Brasil seja o país com maior biodiversidade do mundo, essa magnitude não se reflete numa filmografia nacional. Dentre os filmes de história natural realizados no país, a grande maioria é de produções estrangeiras, por distintas razões: dificuldades técnicas de produção, falta de equipe especializada e de recursos financeiros, além de escolhas conceituais e de mercado. Nesse contexto, torna-se ainda mais relevante conhecer a experiência e o processo de criação de uma série bem sucedida e 100% nacional, relatados no artigo “Parques do Brasil: a concepção de uma série de documentários de história natural e a promoção da conservação da biodiversidade e das unidades de conservação brasileiras”, publicado em maio na revista Museologia & Interdisciplinaridade. Lançada em agosto de 2018 pela TV Brasil, com exibições semanais, a série obteve uma audiência significativa para os padrões da emissora. Além de apresentar os objetivos da série, o artigo revisita as escolhas que definiram o formato e a estética da produção, situando-a dentro do contexto histórico dos filmes de história natural, da conservação da biodiversidade e do estabelecimento de unidades de conservação. A produção é fruto de parceria entre Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, TV Brasil/EBC e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Leia o artigo gratuitamente em: <https://bit.ly/2Zbp75M>. Conheça a série em: <https://bit.ly/2LIkkqm>. 
 
3. Desenhe um (ou uma?) cientista – Cinquenta anos depois do primeiro estudo com o método Draw-a-scientist test – em que se pede para pessoas desenharem um(a) cientista –, pesquisas recentes que lançam mão do método mostram que a grande maioria dos desenhos feitos por estudantes (72% em média) continua sendo a de um cientista homem. Se considerarmos, no entanto, que essa proporção era de 99,4% no primeiro estudo (realizado com 5 mil desenhos coletados de 1966 a 1977), é possível encarar esse cenário com um olhar mais otimista. Sobretudo ao se notar que 58% das meninas, atualmente, desenham cientistas mulheres, em contraste com 1% do estudo original. Esses dados foram levantados num estudo publicado em 2018 no periódico Child Development (disponível em: <http://bit.do/eUiPW>) e retomados no artigo “50 Years of Children Drawing Scientists”, de Youki Terada, publicado no site Edutopia. Terada chama atenção para o fato de que, quanto maior a idade, maior a chance de as meninas desenharem cientistas homens – 70% das meninas de 6 anos desenharam mulheres cientistas, enquanto apenas 25% das meninas de 16 anos o fizeram. O autor argumenta que, para mudar esse panorama, os professores têm papel fundamental. E dá seis dicas – baseadas em artigos científicos – de como atuar em sala de aula para atenuar os estereótipos, entre elas, selecionar livros didáticos que tratem não apenas das contribuições de homens cientistas, mas também das mulheres. Acesse o texto gratuitamente, em inglês, em: <http://bit.do/eUiPi>.
 
4. Gênero e ciência na animação – Estudos de gênero e ciência têm apontado a invisibilidade e deslegitimação da presença feminina na ciência. O artigo “Gênero e ciência na animação: análise de filmes do Festival Anima Mundi”, publicado em maio na revista Journal of Science Communication, traz resultados e reflexões que aprofundam os conhecimentos sobre o tema. As autoras analisaram a representação de mulheres cientistas em filmes de curta-metragem de animação, de 1993 a 2013, do Festival Anima Mundi, maior festival de animação das Américas. Selecionaram 102 filmes do acervo das produções exibidas no Festival que tratam de temas de ciência e tecnologia e constataram que somente 10 produções contavam com a presença da mulher cientista. Por outro lado, nos filmes, as características “inteligente”, “dominante” e “respeitada” são associadas à maioria das cientistas mulheres, resultado que vai de encontro a estudos anteriores. As análises também mostram que as cientistas são caracterizadas como adultas e brancas – não há filmes com mulheres cientistas negras. As pesquisadoras identificaram uma reconfiguração do estereótipo de gênero nos filmes em que a personagem feminina tem visibilidade. No entanto, identificaram fundamentos sexistas em filmes nos quais as personagens femininas aparecem como interlocutoras do cientista homem. Confira o artigo em: <https://bit.ly/2EU8qEf>. 
 
5. O teatro como elo entre arte, ciência e sociedade – Em 2019, o Museu da Vida comemora seu aniversário de 20 anos. Mas, antes mesmo de o museu abrir suas portas ao público, as artes cênicas já eram exploradas por sua equipe e o compromisso com a formação de plateia e de jovens atores e diretores já estava enraizado em sua proposta. Não é à toa que o Museu da Vida conta com estrutura e profissionais dedicados a fazer e pensar o teatro, uma raridade entre os museus e centros de ciência do Brasil: a arte está no DNA da instituição. Por isso, no ano em que completa duas décadas de vida, o museu coloca seus holofotes sobre sua atuação teatral, com o lançamento do livro Ciência em cena: teatro no Museu da Vida, editado por Carla Almeida e Thelma Lopes. Além de resgatar a memória e a obra do espaço Ciência em Cena – idealizado pela educadora Virgínia Schall, que hoje dá nome à Tenda da Ciência –, a publicação traz reflexões sobre o teatro como estratégia de divulgação científica e relata os esforços atuais de pesquisa sobre ciência e teatro no Museu da Vida. Tudo recheado com muitas fotos, fruto de uma iniciativa conduzida por muitas mãos. O livro está disponível gratuitamente em: <http://bit.do/eUiNe>.
 
6. O que pensam jovens brasileiros sobre C&T? – No dia 24 de junho, especialistas em percepção pública da ciência e tecnologia (C&T) se reunirão na Fiocruz para apresentar, em primeira mão, os resultados da primeira enquete nacional sobre a percepção de jovens acerca da área. O evento, promovido pelo Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) e pela Casa de Oswaldo Cruz, acontecerá de 9h às 13h, na Tenda da Ciência do Museu da Vida (Av. Brasil, nº 4.365, Rio de Janeiro-RJ). Desde 2006, o Ministério da Ciência e Tecnologia (que agora também é das Comunicações), com a contribuição de diferentes instituições e pesquisadores, vem realizando enquetes periódicas para compreender melhor as relações dos brasileiros com a C&T. No entanto, esta é a primeira vez que uma enquete do tipo dá enfoque aos jovens. Coordenada por Luisa Massarani, Yurij Castelfranchi e Ildeu Moreira – todos pesquisadores do INCT envolvidos na elaboração das enquetes nacionais –, a pesquisa foi realizada entre março e abril deste ano, com 2.206 jovens de 15 a 24 anos, representativos da população brasileira nessa faixa etária. Além da divulgação dos resultados do estudo por pesquisadores envolvidos, haverá uma mesa sobre o estado da arte da percepção pública da C&T em outros países, composta por John Besley, da Michigan State University (Estados Unidos), e Carmelo Polino, do Centro Redes (Argentina) e da Universidade de Oviedo (Espanha). Confira programação completa em: <https://bit.ly/2I3bhNs>.
 
7. Exposição celebra fenômeno que fez Einstein brilhar – Em 1919, um eclipse solar total foi observado por astrônomos em duas expedições distintas: um grupo na Ilha do Príncipe, na África, e outro em Sobral, no Brasil. As medições da expedição liderada por Andrew Crommelin e Charles Davidson à cidade de Sobral tiveram grande peso na confirmação da Teoria da Relatividade Geral, desenvolvida pelo cientista Albert Einstein – para muitos, uma das mais importantes realizações da história da ciência. Para comemorar os 100 anos das expedições e primeira verificação experimental da teoria, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), com a colaboração do Observatório Nacional, inaugurou a exposição “O Eclipse – Einstein, Sobral e o GPS”. Documentos, instrumentos, fotografias, recursos multimídia e tecnológicos compõem a exposição, que revela detalhes da aventura científica e da população local.  Os visitantes poderão conhecer mais sobre os membros das expedições, a rotina de trabalho dos cientistas, o dia a dia da população, as técnicas e instrumentos utilizados na obtenção dos dados, entre outras informações. “O Eclipse – Einstein, Sobral e o GPS” fica em cartaz até 28 de abril de 2020 no Mast (Av. General Bruce, 686, São Cristóvão, RJ). A visita é gratuita! Acesse informações sobre a história do Eclipse de Sobral em: <www.mast.br/sobral>. Verifique os horários da exposição em: <https://bit.ly/2ZesWYe>. 
 
8. Uma aventura pelo corpo humano na Casa da Ciência – Que tal levar as crianças para explorar o corpo humano, usando o tato, a observação, a escuta e o olfato? Acaba de entrar em cartaz, na Casa da Ciência (UFRJ), a exposição "Aventura pelo corpo humano", desenvolvida pelo Museu da Vida para crianças de 5 a 7 anos, com uma série de atividades lúdicas e interativas. O "Quebra-cabeça dos órgãos" estimula os visitantes a perceber e notar a localização de órgãos do tórax. Já em "Semelhanças e diferenças", é possível explorar o cérebro e o coração, discutindo suas estruturas, funções e estabelecendo uma comparação entre humanos e animais. Se você gosta de colocar a mão na massa, a dica é modelar gesso para fazer um minicérebro. Sucesso em edições anteriores, o nariz gigante inflável também estará disponível, onde é possível sentir pelos, melecas (falsas, claro!) e debater sobre a importância da respiração. A exposição fica em cartaz até 4 de agosto, de terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h. A Casa da Ciência fica na rua Lauro Müller, nº 3, Botafogo (ao lado do Shopping Rio Sul), Rio de Janeiro. Telefone para agendamento: (21) 3938-5444. Mais informações em: <http://bit.do/eUiPN>.
 
9. Inscrições abertas para o PCST 2020 – A Conferência Internacional sobre Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (PSCT), um dos mais importantes eventos do campo da divulgação científica, está com inscrições abertas. O evento será realizado de 26 a 28 de maio de 2020 na Universidade de Aberdeen, na Escócia (Reino Unido). Com o tema “Tempo, Tecnologia e Transformação”, a 16ª edição da conferência visa explorar a relação entre ciência e arte ao longo do tempo, as aplicações de novas mídias em divulgação científica, o avanço tecnológico e suas implicações sociais, os fatores que moldam as relações entre ciência e sociedade, entre outras temáticas. O evento é voltado para envolvidos e interessados em pesquisa, práticas e políticas de divulgação científica e formação continuada na área. Com diferentes formatos de participação, o PCST estimula a apresentação de trabalhos com diferentes ângulos, teórico e prático, e fases de desenvolvimento, como resultados de pesquisa, discussões teóricas, práticas inovadoras, ideias em construção, demonstrações e performances artísticas. Os interessados devem submeter uma proposta com até 300 palavras em inglês, idioma oficial do evento, até o dia 12 de outubro (17h, GMT) – cada participante poderá apresentar até dois trabalhos na conferência. Para submissão de propostas e mais informações sobre o PCST 2020, acesse: <https://www.pcst.co/>. 
 
10. Córdoba sedia evento internacional de divulgação científica – Estão abertas até 1 de julho as inscrições de resumos para apresentação no VII Congreso Internacional de Comunicación Pública de la Ciencia y la Tecnología (COPUCI 2019). O evento será realizado de 2 a 4 de outubro na Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, e terá como tema central “Pensemos e façamos comunicação pública da ciência e da tecnologia”. Os trabalhos a serem apresentados deverão se encaixar em algum dos 11 eixos temáticos, que incluem “Problemas sociais e atores não acadêmicos na comunicação pública da ciência e tecnologia”, “Comunicação, inovação inclusiva e desenvolvimento sustentável” e “Diversidade de identidades de gênero em C&T”. Os autores com trabalhos aceitos poderão escolher entre três modalidades de apresentação: diálogo de ideias, ideias em jogo e pôster. Inscrições e informações detalhadas sobre o congresso estão disponíveis no site: <https://bit.ly/2pO6uHe>. 

 

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Ciência & Sociedade é o informativo eletrônico do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Editores de Ciência & Sociedade: Marina Ramalho e Carla Almeida. Redatores: Luís Amorim e Rosicler Neves. Projeto gráfico: Luis Cláudio Calvert. Informações, sugestões, comentários, críticas etc. são bem-vindos pelo endereço eletrônico <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.>. 

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