cloridrato de Quinina

Material: vidro, papel e metal (recipiente); comprimidos a base de sais de quinina (conteúdo)
Autor: Serviço de Medicamentos Oficiais
Dimensões: 20,0 cm x 9,5 cm
O frasco contém comprimidos de cloridrato de quinina, que, durante muitas décadas, foi o principal fármaco usado no combate aos sintomas da malária. A quinina é um alcalóide com propriedades antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. A substância, extraída da casca de uma planta sul-americana conhecida como Quina ou Chinchona, permitiu, desde meados do século XIX, o desenvolvimento de uma terapia mais precisa no tratamento da doença.
Por muito tempo, a quinina permaneceu como única droga utilizada nos doentes de malária. Mas, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), devido às dificuldades de acesso à matéria-prima, começaram a ser feitos testes com novas drogas para serem usadas como antiamarílicas, que culminaram em fármacos sintéticos.
Os medicamentos sintéticos levaram à diminuição do uso da quinina, porém nenhuma outra combinação de drogas é tão eficaz como ela. Até hoje, ela é a única droga disponível no combate à doença em algumas partes do mundo.
O Instituto Oswaldo Cruz, em seus primeiros tempos, destacou-se com a produção do cloridrato de quinina. Em 1918, durante a gestão de Carlos Chagas, que vigorou de 1917 a 1934, inspirado em um programa de medicamentos de sucesso na Europa, criou-se na instituição o Serviço de Medicamentos Oficiais, encarregado da fabricação desse medicamento.
O cloridrato de quinina era obtido a partir da manipulação de sais de quinina importados. Este medicamento iniciou o processo de fabricação de quimioterápicos, atividade até então inédita em Manguinhos. A produção de fármacos era bem diferente dos procedimentos adotados no preparo dos demais produtos do Instituto, como soros e vacinas, que utilizavam produtos biológicos em sua composição.

Os comprimidos de quinina eram distribuídos gratuitamente nos postos de profilaxia rural. Aos Estados, forças armadas, órgãos públicos, distribuidores e empresas particulares, os comprimidos eram fornecidos a preços subsidiados.
Para saber mais:
BENCHIMOL, Jaime Larry. Manguinhos do Sonho a Vida: a ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1990.
BENCHIMOL, Jaime Larry. Febre Amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
PAULA, Sergio Goes de (org.). Anopheles gambiae no Brasil: 1930 a 1940. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011.
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