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Para uma grande parcela da população, os meios de comunicação de massa são as principais fontes de informação disponíveis sobre ciência e tecnologia. Nesse contexto, como esses temas são cobertos pela mídia? Que espaço recebem nos veículos de comunicação e que impacto geram no público? Para refletir sobre essas e outras questões, foi criada, em 2009, a Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico, a partir de uma convocatória do Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted). A iniciativa durou até 2012 e, em 2014, ganhou o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia.

Coordenada pelo Núcleo de Estudos da Divulgação Científica (Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz), a Rede é composta por instituições de dez países ibero-americanos, que, juntas, buscam criar e aprimorar metodologias para análise da cobertura de ciência feita por meios de comunicação da região. O impacto dos conteúdos científicos sobre as audiências também é objeto de estudo da Rede.

As pesquisas nesses campos ainda são incipientes no âmbito internacional, embora venham atraindo cada vez mais grupos de investigação que, em geral, trabalham isoladamente. No caso da América Latina, em particular, existe a necessidade de aperfeiçoar as metodologias usadas, para se adequarem melhor ao contexto da região, onde há ainda poucos grupos de pesquisa e baixa produção sobre a mídia local. Por isso, são objetivos da Rede unir esforços e experiências dos grupos envolvidos para apoiar, disseminar e incrementar, de maneira sinérgica, a qualidade do jornalismo científico nesses países.

Outra atividade importante da Rede é a capacitação de jornalistas nos países ibero-americanos. A cada ano, entre 2009 e 2012, foram realizadas capacitações em pelo menos dois países da região. Em 2009, os países contemplados foram Equador e Guatemala. A primeira oficina ocorreu em Quito, nos dias 18 e 19 de agosto de 2009, e a segunda foi promovida na Cidade da Guatemala, entre 23 e 25 de novembro do mesmo ano (Saiba mais em: Oficina de reportagem sobre C&T, no Equador e Capacitação em divulgação científica na Guatemala).

Em 2010, a primeira capacitação aconteceu nos dias 29 e 30 de abril, em Manaus, capital do Amazonas. Confira aqui os detalhes do curso "Ciência e Mídia". Nesse mesmo ano, foi realizada ainda uma oficina em Bogotá, na Colômbia, e em Manágua, na Nicarágua. Em 2011, foram realizadas três capacitações. A primeira ocorreu em La Paz, na Bolívia, nos dias 28 e 29 de abril. Acesse aqui a convocatória e a programação do evento. Em novembro, duas novas oficinas foram realizadas, primeiramente em San Salvador (El Salvador), nos dias 14 e 15, e logo em seguida em Caracas (Venezuela), entre 17 e 18 do mesmo mês. Em 2012, a primeira oficina ocorreu em Honduras, na cidade de Tegucigalpa, nos dias 9 e 10 de julho.

Ainda com foco na capacitação, a Rede lançou três publicações, disponíveis gratuitamente na internet. Jornalismo e ciência: uma perspectiva ibero-americana reúne artigos de reflexão e de prática jornalística aplicada ao campo científico. Já La pandemia del miedo: Telediarios y la gripe A(H1N1) en Ecuador y Brasil analisa a cobertura televisiva sobre a gripe A (H1N1), a partir de dois estudos de caso envolvendo os principais telejornais do Brasil e Equador: Jornal Nacional (da Rede Globo) e o equatoriano Televistazo (do canal Equavisa). Em Monitoramento e capacitação em jornalismo científico: a experiência de uma rede ibero-americana, o leitor encontra, em sete artigos, um balanço dos quatro anos de atuação da Rede e reflexões relacionadas à veiculação e recepção de matérias de ciência em telejornais.

Os protocolos de pesquisa e de capacitação de recursos humanos criados pela Rede serão amplamente disseminados na região e colocados gratuitamente à disposição para quaisquer países que desejem utilizá-los. A Rede Ibero-americana de Monitoramento e Capacitação em Jornalismo Científico busca, assim, fornecer subsídios para governos e meios de comunicação de massa da região estabelecerem e ampliarem políticas de jornalismo científico.

Outro produto fruto da Rede foi uma grande enquete com jornalistas de ciência da região, com a participação das seguintes organizações nacionais e regionais: Red Argentina de Periodismo Científico (Argentina), Asociación Boliviana de Periodistas Científicos (Bolívia), Associação Brasileira de Jornalismo Científico (Brasil), Asociación Chilena de Periodistas Científicos (Chile), Asociación Colombiana de Periodismo Científico (Colômbia), Asociación Española de Comunicación Científica (Espanha), Asociación de Periodismo Científico Costarricense (Costa Rica), Ciespal Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina (Ecuador), Sociedad Mexicana para la Divulgación de la Ciencia y la Técnica (México) e Círculo de Periodismo de Científico de Venezuela (Venezuela).Os resultados estão disponíveis no artigo Periodismo científico: reflexiones sobre la práctica en América Latina.

Membros da Rede:

• Museu da Vida, Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (Brasil) (coordenação)
• Asociación Boliviana de Periodismo Científico (Bolívia)
Centro de Estudios sobre Ciencia, Desarrollo y Educación Superior (REDES) (Argentina)
Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (Portugal)
Universidad Católica Andrés Bello (Venezuela)
Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación para América Latina (CIESPAL) (Equador)
Observatorio de la Comunicación Científica, Universitat Pompeu Fabra (Espanha)
Pontificia Universidad Javeriana (Colômbia)
Universidad Nacional Autónoma de México (México)
Universidad de la Habana (Cuba)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil)
Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil)
Universidad Nacional de San Martín (Argentina)
• Universidad de Pïnar del Río "Hermanos Saíz Montes de Oca" (Cuba)

Confira aqui as referências bibliográficas relacionadas ao tema.



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