Informativo do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica/Museu da Vida - Ano XIX, n. 253, RJ, 10 de julho de 2019
Neste informe:
1. O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia
2. A percepção dos brasileiros em geral sobre C&T
3. Comunicação e riscos em saúde
4. Comunicação na interface ciência-políticas públicas
5. Contribuições da América Latina e do Caribe para a sustentabilidade
6. Peça infantil tem temporada gratuita de férias no centro do Rio
7. Museu da Vida estreia show de ciências em formato teatral
8. Curso online de jornalismo científico
9. Prêmio internacional de jornalismo científico
10. Colabore com enquete de jornalistas de ciência
1. O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia – A maioria dos jovens brasileiros – tanto homens, quanto mulheres, em quase todos os grupos sociais – declara ter grande interesse por temas de ciência e tecnologia. Eles apoiam fortemente a ciência, acreditam que os cientistas estão entre as fontes mais confiáveis de informação e afirmam que os benefícios do desenvolvimento científico são elevados, maiores que os possíveis riscos. Esses são alguns dos resultados revelados pela pesquisa “O que os jovens brasileiros pensam da ciência e da tecnologia?”, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), divulgado em 24 de junho, na Fiocruz. Na etapa realizada com a técnica de survey – o estudo também conta com entrevistas e grupos de discussão –, um questionário foi aplicado a cerca de 2.200 pessoas de 15 a 24 anos, uma amostra representativa da população brasileira de jovens, entre março e abril de 2019. O estudo também identificou questões preocupantes: a maioria dos jovens, incluindo muitos dos que estão frequentando cursos superiores, não consegue mencionar o nome de nenhuma instituição brasileira que faça pesquisa, nem de cientistas brasileiros. Além disso, o acesso dos jovens à informação científica é baixo via rádio, jornais, livros, ou até mesmo pela televisão e internet. Acesse gratuitamente o resumo executivo da pesquisa em: <https://bit.ly/2FClzCj>.
2. A percepção dos brasileiros em geral sobre C&T – Se, por um lado, os jovens brasileiros têm uma visão predominantemente positiva sobre a ciência e a tecnologia (vide nota anterior), o otimismo em relação à ciência não é tão forte entre a população brasileira em geral, de acordo com a pesquisa internacional 'Wellcome Global Monitor 2018', feita com 140 mil pessoas de 144 países pela empresa Gallup e divulgada pela revista Science em 19 de junho. No que diz respeito ao Brasil, numa amostra de mil entrevistados, verificou-se que um terço da população desconfia da atividade científica – à pergunta “O quanto você confia na ciência?”, 23% responderam “não muito”, 6% responderam “não confio” e 6%, “não sei”. Além disso, quase metade da população (46%) afirmou que a ciência discorda dos ensinamentos de sua religião e, quando isso acontece, 75% dos entrevistados escolhem a religião em detrimento da ciência. Sobre os benefícios gerados pela ciência, apenas 56% dos entrevistados afirmaram que a ciência beneficia pessoas “como eles” no país. Essa proporção é um pouco maior entre a população entre 15 e 29 anos: 66% – o que está mais em sintonia com o otimismo detectado na pesquisa brasileira mencionada na nota anterior –, mas cai para 44% entre a população acima de 50 anos. Confira os dados sobre o Brasil em: <https://bit.ly/2JcoF2a>. Os dados completos estão disponíveis em: <https://bit.ly/2FMX05J>.
3. Comunicação e riscos em saúde – Num contexto de circulação e compartilhamento intenso de informações, boatos e rumores pela internet, a gestão de risco envolvendo temas de saúde se torna cada vez mais complexa. No artigo “Desafios da comunicação de surtos epidêmicos quando a desinformação se espalha nas redes sociais”, publicado na penúltima edição da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde – Reciis, os autores destacam as vulnerabilidades das intervenções existentes para combater a desinformação em saúde e apresentam uma agenda para futuras pesquisas que busquem entender e abordar esse problema. O texto faz parte do dossiê “Comunicação e riscos em saúde”, que conta com outros três artigos – dois deles com foco em análises de campanhas de combate à dengue. Segundo o editorial da edição, de Igor Sacramento, os artigos têm um ponto em comum: vão além de uma perspectiva tradicional de comunicação de risco, concebendo “os cidadãos como eles próprios produtores de conhecimento, de valores, de sentidos, de comunidades, de relações e vínculos.” Além de artigos sobre outras temáticas, a edição conta ainda com entrevista, notas de conjuntura e resenha. Acesse gratuitamente a edição completa em: <https://bit.ly/309lEW0>.
4. Comunicação na interface ciência-políticas públicas – Ciência e política são esferas da sociedade com lógicas e objetivos diferentes. Interdependentes, interagem de forma complexa e ambígua. A comunicação na interface entre ciência e políticas públicas também é complexa, pois não é baseada em interpretações e percepções em comum entre os atores sociais envolvidos – assume-se que cada lado possui interesses e usa a comunicação para atingir seus objetivos individuais, organizacionais ou institucionais. A edição especial “Connecting truth and power at the science-policy interface”, lançada em junho pelo Journal of Science Communication (JCOM), reúne 10 pesquisas e dois ensaios que abordam aspectos distintos da comunicação na interface ciência-política. A publicação tem por objetivos servir como base para que pesquisadores abordem o tema de diferentes ângulos e estimular mais estudos. As pesquisas foram desenvolvidas por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento com o uso de metodologias variadas. A partir de exemplos concretos, a publicação explora os tópicos retórica política e divulgação científica na prática; consequências da interface entre ciência e política; formas de processar e comunicar a ciência; objetivos, estratégias e impactos do uso da ciência em discursos políticos e como são justificados. A publicação está disponível na íntegra, em inglês, em:<https://bit.ly/2NAVZ75>.
5. Contribuições da América Latina e do Caribe para a sustentabilidade – Pesquisas, medições diretas em diversos lugares do mundo e relatórios científicos mostram que a amplitude, a gravidade e as múltiplas consequências das mudanças climáticas são crescentes e de longo alcance. É essencial encontrar maneiras de minimizar vulnerabilidades e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento econômico sustentável e o bem-estar humano. Em 2015, as Nações Unidas estabeleceram 17 novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe e o Centro de Investigação em Comunicação (CICOM) da Universidade da Costa Rica (UCR) acabam de publicar o livro Hacia la sostenibilidad em América Latina: aportes desde la divulgación de la ciencia com ações de divulgação científica relacionadas ao cumprimento dos ODS. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Uruguai contribuem com experiências concretas para a publicação que visa servir de referência, permitir o intercâmbio, estimular outras iniciativas e reflexões sobre a sustentabilidade. O livro conta com nove artigos, oito em espanhol e um em português, que exploram estratégias de divulgação variadas, realizadas em áreas urbanas e rurais por universidades, institutos e grupos de pesquisa, centros e museus de ciência. A publicação, de 200 páginas, está disponível gratuitamente em: <https://bit.ly/2LGSZDL>.
6. Peça infantil tem temporada gratuita de férias no centro do Rio – Sucesso de público no Museu da Vida, a peça infantil “O problemão da banda infinita” terá sessões gratuitas nos sábados e domingos de julho, no Teatro Dulcina, no centro do Rio de Janeiro. O espetáculo relata as aventuras de cinco amigos – Pati, Pita, Artur, Tales e Alan –, integrantes da Banda Infinita. Eles estão prestes a se apresentar num show, quando algo inesperado acontece com um dos instrumentos musicais: algumas partes da corneta Max-Mega-Super-Ultra-Sonora somem. Para recuperá-las, eles fazem uso da matemática nossa de cada dia e embarcam, literalmente, numa nave, desbravando mundos e esbarrando com personagens curiosos. A peça, recheada de músicas e muito humor, é indicada para crianças a partir de cinco anos. O Teatro Dulcina fica na rua Alcindo Guanabara, nº 17, centro do Rio, próximo à estação Cinelândia do metrô. As sessões são sempre às 16h, durante todos os sábados e domingos do mês de julho. Saiba mais em: <https://bit.ly/30fdrzt>.
7. Museu da Vida estreia show de ciências em formato teatral – Em 9 julho, o Museu da Vida lança uma mistura que promete cair no gosto do público: um show de ciência com teatro e uma pitada de palhaçaria! Tudo isso em “Paracelso, o fenomenal”. Quem comanda a peça é Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (ou Paracelso, em bom português). Ele foi um médico, alquimista e ocultista suíço-alemão nascido no século XV e, no espetáculo, conta com a ajuda de sua assistente debochada, Ununúltima. Com muito bom humor e certo charlatanismo, essa dupla um tanto excêntrica mostra várias experiências incríveis e promove um encontro único e altamente divertido. No palco, experiências de física e química são elaboradas e, em determinados momentos, integrantes da plateia precisam participar e ajudá-los. Algumas das atividades podem ser reproduzidas em casa! A temporada, gratuita, vai até 27 de setembro, em geral às terças, quintas e sextas, às 10:30h e 15h, e também em alguns sábados. O show acontece no auditório do Museu da Vida, que fica na Av. Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro. Veja a programação completa em: <https://bit.ly/2xsWwgF>.
8. Curso online de jornalismo científico – Para aqueles que falam espanhol e têm interesse em jornalismo cientifico, uma opção de curso proveniente de um país com bastante tradição no campo é o “Seminario en línea de Periodismo de la Ciencia”, oferecido pela Sociedad Mexicana para la Divulgación de la Ciencia e pela Red Mexicana de Periodistas de Ciencia. O objetivo é oferecer aos participantes as bases conceituais e as ferramentas para que possam atuar no jornalismo de ciência em qualquer formato – impressos, eletrônicos e digitais. Entre os temas que serão abordados, estão: comunicação pública da ciência, especificidades do jornalismo científico, jornalismo científico via internet, fundamentos da matemática e estatística para jornalistas, controvérsias e problemas atuais, o presente e o possível futuro do jornalismo científico. As inscrições terminam em 19 de julho e as aulas acontecem entre 25 de julho e 26 de outubro. O curso custa 175 dólares americanos para estrangeiros. No momento da inscrição, é preciso enviar pela plataforma uma carta de motivação. Mais informações pelo email: <Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.> ou em <https://bit.ly/2Xdkvjl>. As inscrições podem ser feitas em: <https://bit.ly/30c93Bm>.
9. Prêmio internacional de jornalismo científico – A Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, sigla em inglês) está aceitando inscrições para o “Kavli Science Journalism Awards”, concurso internacional que vem homenageando jornalistas profissionais por reportagens sobre ciência, engenharia e matemática desde 1945. O prêmio conta com seis categorias: jornais, de grande (150 mil ou mais exemplares) ou pequena (menor que 150 mil exemplares) circulação; revistas, incluindo edições de domingo em jornais; vídeos com tempo maior, igual ou menor que 20min; áudio, radio ou podcast; matérias online; e ciência para crianças até 14 anos, em qualquer mídia. Os interessados, indivíduo ou grupo, devem submeter de um a três trabalhos originais, traduzidos para o inglês, pelo site da premiação – somente trabalhos produzidos e publicados (impresso, transmitido ou postado) no período de 16/7/2018 até 15/7/2019 serão considerados. Cada participante pode submeter até três trabalhos diferentes em uma ou mais categorias até a meia-noite de 1 de agosto. Cada categoria tem os prêmios ouro – no valor de 5.000 dólares – e prata – no valor de 3.500 dólares. A cerimônia de premiação será realizada na Reunião Anual da AAAS, a ser realizada de 13 a 16 de fevereiro de 2020, em Washington (Estados Unidos). Os prêmios incluem reembolso das despesas com viagem e hotel para uma pessoa. Os selecionados serão divulgados até meados de novembro no site do evento. As inscrições são gratuitas. Para mais informações e submissão de trabalhos, acesse:<https://sjawards.aaas.org/>
10. Colabore com enquete de jornalistas de ciência – O jornalismo científico está perdendo sua autonomia? A busca pela independência é menos importante em outras áreas da divulgação científica, além do jornalismo? Com o objetivo de estudar estas e outras questões relevantes para o jornalismo científico e a comunicação, os pesquisadores Martin Bauer, da Escola de Economia de Londres (Reino Unido), e Fabio Turone, do Centro de Ética em Ciência e Jornalismo, da Universidade de Pavia (Itália), lançaram a pesquisa online “Global Science Journalism Survey 2019”. Baseada nos estudos “Global Science Journalism Report” e “Know Thyself Science Journalist” – desenvolvidas previamente e que coletaram respostas de centenas de profissionais –, a pesquisa é composta por um questionário com perguntas em inglês de perfil demográfico e sobre a formação pessoal até o grau de especialização, a atuação profissional, as atividades do trabalho diário, o uso das mídias sociais, entre outras. Os pesquisadores convidam jornalistas científicos e divulgadores da ciência a participar. Os resultados serão divulgados publicamente. Poucos minutos são necessários para colaborar. Participe! Acesse a pesquisa “Global Science Journalism Survey 2019” em:<https://bit.ly/2NGfn2S>.
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