Placa para secagem e fixação de lâminas
Material: cobre
Fabricante: E. Adnet Constructeurs
Autor: Louis-Charles Malassez
Dimensões: 19,0 x 23,5 x 8,5 cm
Este instrumento simples feito em cobre niquelado, torcido em forma de “S”, teve importante atuação nos laboratórios de bacteriologia no início do século XX. A platina de Malassez era usada nas etapas de secagem e fixação de lâminas com preparos microscópicos.
Após a coloração e a fixação da amostra a ser analisada ao microscópio em uma lâmina de vidro, o exemplar era colocado sobre a placa de secagem. A placa então era aquecida em sua extremidade com o uso de um bico de Bunsen – um queimador à gás. O aquecimento por meio deste equipamento era fundamental, pois acentuava a cor das preparações e possibilitava maior nitidez na observação.
A platina de Malassez, contudo, não permitia o controle da temperatura. Para saber o ponto de secagem e fixação do corante, era preciso ficar atento ao início da emissão de vapores. A partir disso, era necessário deixar as lâminas esfriarem lentamente para não comprometer os resultados da análise.
Este era um instrumento de simples manuseio e básico dos laboratórios de bacteriologia. A platina de Malassez, porém, não é mais utilizada nos laboratórios. Hoje, a solução para a secagem das lâminas é a utilização de aquecedores, nos quais a fonte de calor é mais segura e a temperatura pode ser ajustada e estabilizada facilmente.
O inventor do objeto - o anatomista francês Louis-Charles Malassez (1842-1909) - foi membro da Academia de Medicina e diretor de Histologia do Collège de France. Neste cargo, foi autor de numerosos artigos sobre o desenvolvimento e produção da composição sanguínea e idealizador de instrumentos médicos que auxiliaram pesquisas sobre o tema.
No Instituto Oswaldo Cruz, este instrumento foi utilizado no Pavilhão da Peste, espaço construído para desenvolver estudos sobre o bacilo da peste bubônica, doença que assolava as principais cidades brasileiras nos primeiros anos do século XX. A platina de Malassez foi usada, principalmente, no laboratório que se destinava à pesquisa com pequenos animais infectados, sobretudo os capturados nas ruas pelo Serviço de Saúde Pública. Esses animais eram inoculados e o material pestoso colhido era usado para a criação de culturas para estudo, e no preparo do soro antipestoso.
Para saber mais:
ADNET, E. Catalogue général n° 19 de verrerie, chimie, bactériologie comprenant: l'aménagement du laboratoire, porcelaine terre et grès, verrerie, produits chimique, appareils d'analyse, étuves, appareils de stérilisation, microscopes, microtomes, cages et appareils à contention, centrifugeurs, instruments pour vaccins et sérums, laboratoire sans gaz, outillage ([1910], 1 vol.). Disponível em: http://cnum.cnam.fr/DET/M9835_1.html Acesso em: dez. 2010.
BENCHIMOL, Jaime L. Manguinhos do Sonho à Vida: a ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 1990.
VASCONCELOS, Figueiredo de. O soro antipestoso. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 1 (1): 14-27, 1909.
Atualizado em 04/02/2015
Atualizado em 04/02/2015
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