Estufa de esterilização por calor ou ar quente a seco
Material: metal
Autor: Louis Pasteur
Dimensões: 90 x 43,5 cm
Este antigo modelo de esterilizador testemunha uma das primeiras atividades do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Fornos de Pasteur foram usados para a esterilização de instrumentos nos laboratórios de bacteriologia, nas pesquisas da peste bubônica, na produção do soro antipestoso e no laboratório de meios de cultura, localizado no térreo do Castelo de Manguinhos.
O equipamento é constituído por um cilindro externo de metal e outro semelhante no seu interior, onde eram depositadas peças como: instrumentos metálicos, vidraria e tecidos. As peças eram dispostas de forma a evitar o contato com as laterais para facilitar a esterilização através da circulação do ar quente e seco.
Os recursos do forno Pasteur eram limitados, não dispondo de nenhum benefício elétrico de controle de temperatura, além de um termômetro fixado em sua tampa.
De acordo com o tipo de material a ser esterilizado, o calor seco poderia ter maior ou menor penetração nas peças. Devido a esta variação decorrente da natureza dos materiais, estabelecia-se como padrão o período de duas horas em temperatura de cerca de 160°-180°C para a realização da esterilização.
Este equipamento, idealizado nos anos finais do século XIX, é produto de um conjunto de pesquisas pioneiras no campo da microbiologia lideradas pelo cientista francês Louis Pasteur (1822-1895). Entre suas principais contribuições estão os fundamentos da teoria microbiológica das doenças. Pasteur acreditava que as doenças infecciosas eram causadas por germes e que estes possuíam a capacidade de se propagar entre as pessoas. Por isto era necessário identificar os microrganismos causadores de doenças.
Com base neste princípio, a eliminação dos germes dos utensílios de laboratórios e instrumentos de procedimentos cirúrgicos, como forma de prevenir a propagação de doenças, ganhou importância. A esterilização por meio do vapor quente e seco funcionava como ação letal para os microrganismos presentes nos instrumentos.
Atualmente existem outros mecanismos e técnicas mais modernas de esterilização, porém o forno Pasteur tornou-se um item básico nos laboratórios de bacteriologia e em consultórios onde era feita a instrumentação, como os de ginecologia e odontologia. A grande diferença para os equipamentos atuais é que, além de contarem com um sistema elétrico, são compostos por termômetros que mostram a temperatura no interior da câmara e por termostatos em que é possível programar a temperatura desejada e ventiladores para promover a circulação do ar, garantindo um aquecimento mais rápido e uniforme.
Para Saber Mais:
ALVERGNIAT FRÉRES CONSTRUCTEUR D’INSTRUMENT A L’USAGE DES SCIENCES. Catalogue Général: microbiologie, instruments & verrerie de laboratoaire. Paris: 1887, p. 36. Disponível em: http://cnum.cnam.fr/CGI/sresrech.cgi?M9838/40
BENCHIMOL, Jaime L. Manguinhos do Sonho à Vida: a ciência na Belle Époque. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, 1990.
INSTITUT PASTEUR. Histoire. L’ouvre de Louis Pasteur. Disponível em: http://www.pasteur.fr/ip/easysite/pasteur/fr/institut-pasteur/histoire/l-oeuvre-de-louis-pasteur Acessado em: dez. 2011.
LAROUSSE MÉDICAL ILLUSTRÉ: sour la dir. du Dr. Galtier-Boissière; nouv. éd. Entièrement refondue et augmentée par de Dr. Burnier. Paris: Larousse, [1924], p. 522-523. Disponível em:
http://www2.biusante.parisdescartes.fr/img/?refphot=med269035x0566
Funcionamento: de terça a sexta, das 9h às 16h30; sábados, das 10h às 16h.
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