Mulheres na Ciência

Ana Néri (1814-1880)

Baiana e conhecida como a primeira enfermeira do Brasil. Numa época em que se esperava das mulheres somente cuidar da família e dos afazeres domésticos, foi voluntária na Guerra do Paraguai como auxiliar do corpo de saúde do Exército brasileiro. No dia a dia com médicos, sua atuação se destacava. Por sua dedicação à saúde das pessoas e às causas humanitárias, recebeu muitas homenagens, entre elas seu rosto estampado em selo comemorativo, numa série de personalidades femininas de importância histórica. Na imagem, o selo comemorativo com o busto da enfermeira Ana Néri lançado em 1967 pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Imagem: Wikimedia Commons

Bertha Lutz (1894-1976)

Filha de uma enfermeira inglesa e do cientista brasileiro Adolpho Lutz, colega de Oswaldo Cruz, Bertha Lutz foi uma importante bióloga e feminista, que trabalhou como cientista no Museu Nacional. Foi considerada bastante moderna no seu tempo, quando poucas meninas iam para a universidade e as esposas pediam autorização aos maridos para trabalharem. Além de descobrir uma nova espécie de sapo, o Paratelmatobius lutzii, ela lutou para que as mulheres pudessem votar e para que elas tivessem os mesmos direitos dos homens. Na foto, Bertha Lutz recebendo o título de Doutor Honoris Causa do Mills College, nos Estados Unidos, em 1945.

Imagem: Arquivo Nacional | Wikimedia Commons

Enedina Alves Marques (1913-1981)

Foi a primeira engenheira negra do Brasil e a primeira mulher a se formar em engenharia no estado do Paraná. Enfrentou muitas dificuldades, como o preconceito pela sua cor. Filha de uma empregada doméstica, ajudava a mãe no trabalho e só aprendeu a ler com 12 anos. Para pagar seus estudos, trabalhou como doméstica e babá, e assim realizou o sonho de se tornar engenheira civil, aos 32 anos. Em 1945, foi a única mulher da sua turma.

Imagem: Facebook do Coletivo Enedina Alves Marques

Niède Guidon (1933)

Nasceu em São Paulo e se formou em zoologia, ciência que estuda os animais. Foi professora e trabalhou na seção de arqueologia do Museu Paulista. Na França, especializou-se em pré-história. Quando descobriu o sítio arqueológico São Raimundo Nonato, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, passou a dedicar-se a sua preservação e pesquisa, trabalho que realiza até hoje. No Parque, encontram-se provas de uma das ocupações humanas mais antigas da América Latina. Na foto, Niède (à esquerda) com Nísia Trindade Lima, primeira mulher presidente da Fiocruz.

Imagem: Fiocruz | Twitter

Sonia Guimarães (1957)

Primeira mulher negra brasileira doutora em física. Nascida em Brotas, no estado de São Paulo, ainda criança, descobriu o gosto pela matemática. Na década de 70, quando entrou na universidade, dos 50 alunos em sua turma, apenas cinco eram mulheres. É a primeira professora negra do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ela ingressou em 1993, quando a instituição ainda não aceitava mulheres como estudantes. Em 2018, entre os 110 novos alunos aprovados para o ITA, somente sete eram meninas.

Imagem: Feira do Conhecimento | SECITECE – Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Governo do Estado do Ceará

Simone Maia Evaristo (1962)

Uma bióloga que se tornou citotecnologista, uma profissional especializada no diagnóstico de doenças a partir da análise de lâminas com amostras celulares coletadas de pacientes. Para realizar esse trabalho, é preciso ter olhos atentos e bastante paciência, porque cada lâmina exige um estudo minucioso de cada detalhe. Esse trabalho é fundamental para o controle do câncer e, não por coincidência, Simone é profissional do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Renomada em sua área, Sinome se tornou presidente da Associação Nacional de Citotecnologia.

Imagem: #MMCiência | Meninas e Mulheres na Ciência

Viviane dos Santos Barbosa (1974)

Estudou química na Universidade Federal da Bahia (Ufba), aprendeu inglês e foi para fora do país fazer pesquisas. Em 2010, ganhou um importante prêmio internacional, concorrendo com 800 trabalhos de cientistas de outros lugares do mundo. Viviane estuda catalisadores, que são substâncias que aceleram e melhoram o rendimento das reações químicas. Os que ela desenvolveu reduzem a emissão de gases tóxicos. A curiosidade de Viviane para a ciência foi despertada no contato com o pai, que trabalhava com aparelhos de rádio e televisão.

Imagem: Universidade de Viena

Katemari Rosa (1979)

Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, costuma dizer que, desde os oito anos de idade, já sabia o que queria. Queria fazer física. Amava não somente olhar, mas investigar o céu. Quando cursava o ensino médio, sua escola ficava próxima a um planetário e, assim, começou seu ‘namoro’ sério com as estrelas. Em um curso gratuito, teve a oportunidade de fazer vários experimentos, o que aguçou ainda mais sua curiosidade científica. Tornou-se doutora em educação científica e não parou por aí: começou a pesquisar sobre a participação das mulheres negras na ciência, contribuindo para a divulgação do trabalho dessas cientistas.

Imagem: Facebook da Prof. Katemari Rosa