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Pulverizador de substâncias antissépticas
Material: metal e madeira
Autor: Joseph Lister
Dimensões: 20 x 20 x 12 cm
Criado entre as décadas de 1860 e 1870 pelo cirurgião inglês Joseph Lister (1827-1912), este objeto cilíndrico vazado nas laterais foi idealizado para desinfetar ambientes através da vaporização de soluções antissépticas.

Em seu interior, acendia-se uma vela a álcool e o vapor produzido pela chama aquecia a substância localizada em um recipiente preso ao aparelho. Os orifícios laterais são necessários para a entrada de oxigênio que possibilita a permanência da chama acesa. Através da pressão produzida por um diafragma, era possível lançar o vapor a alguns metros de distância.

A segunda metade do século XIX foi um período de importantes mudanças nas condições gerais do ambiente cirúrgico. O desenvolvimento da anestesia e a introdução de critérios de higiene durante os procedimentos médicos passaram a fazer parte do campo da cirurgia. Foi neste período que se introduziu o conceito de antissepsia – impedimento da proliferação de microrganismos através da utilização de substâncias químicas.

Como professor de cirurgia da Universidade de Glasgow, na Escócia, Lister desenvolveu pesquisas baseadas nas descobertas do cientista francês Louis Pasteur sobre a veiculação dos microrganismos. Lister passou a discordar do conceito médico da época de que as infecções pós-cirúrgicas faziam parte do processo normal de cicatrização. Formulou a hipótese de que essas infecções ocorriam pelo acúmulo de bactérias aéreas nas feridas e passou a desenvolver técnicas para evitá-las, utilizando desinfetantes químicos como o ácido carbólico. Com o auxílio de fabricantes de instrumentos médicos, desenvolveu um pulverizador automático, movido a vapor. O pulverizador tinha o objetivo de criar uma névoa de substância antisséptica que fosse capaz de higienizar o ambiente e evitar que germes em suspensão se depositassem no ferimento durante a cirurgia, diminuindo assim os riscos de infecções e contágios nos ferimentos.

Utilização do Pulverizador de Lister durante uma cirurgia. “A Cirurgia Anti-séptica”, gravura de William Weston Cheyne, 1882. Foto: National Library of Medicine.
O sucesso do listerismo – como ficou conhecido o método de antissepsia através do uso substâncias químicas - fez com que a utilização do pulverizador fosse adaptada por diversas especialidades médicas. Além do uso original nas mesas de cirurgias, o aparelho era apresentado como instrumento de vaporização e inalação de medicamentos, direcionado ao tratamento de doenças auditivas, respiratórias e oftalmológicas.

Apesar da boa repercussão do invento, o uso do pulverizador durou pouco tempo. Constatou-se que o contato permanente com as substâncias utilizadas no aparelho, irritava as mucosas, causando vertigens e podendo, inclusive, ser letal se ingerido, inalado ou absorvido pela pele em altas dosagens. Esta técnica foi, ao longo dos anos, substituída por outras, como a assepsia, que é capaz de deixar o ambiente cirúrgico livre de contaminação a partir do uso de curativos, luvas, jalecos e máscaras estéreis.

Para saber mais:
CATÁLOGO BRUNEAU & Cie. Paris: Ploton & Chave, 1913,. Disponível em: http://www2.biusante.parisdescartes.fr/livanc/?cote=extaphpin001&p=164&do=page 
FONTANA, Rosane Teresinha. As infecções Hospitalares e a Evolução Histórica das Infecções. Revista Brasileira de Enfermafem, 2006, set-out; 59(5): 703-6. SCIENCE MUSEUM. Joseph Lister (1827-1912). Disponível em: http://www.sciencemuseum.org.uk/broughttolife/people/josephlister.aspx

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